Trabalho - O filme Lixo Extraordinário
Por: Tavan • 28/3/2016 • Trabalho acadêmico • 1.812 Palavras (8 Páginas) • 2.032 Visualizações
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Anamaria Roarelli Walti - R.A: B3879J-5
Caroline de Almeida Leonel – R.A: B298BD-9
Isabele Garcia da Rosa – R.A: B24883-1
Talita Bueno da Silva - R.A: B23093-2
Vanessa Lucheta Lisboa – R.A: B10130-0
Curso: Psicologia - Noturno
SOROCABA
2013/1
Sumário
1. Introdução.............................................................................................................................3
2. Discussão...............................................................................................................................4
3. Conclusão.............................................................................................................................7
- Introdução
O filme Lixo Extraordinário, causa um forte impacto por juntar lixo e arte, os quais são elementos quase opostos, não somente pelo valor estético, mas também por sua representação social. O filme nos traz questões antigas sobre a problemática das classes no Brasil, fazendo assim com que nós discutamos e refletimos sobre esse assunto.
O filme é um documentário que conta a história dos catadores de lixo do Jardim Gramacho (RJ). É um dos maiores aterros do mundo e isso chamou a atenção de Vik Muniz, artista plástico brasileiro que vive em Londres. Já mundialmente conhecido por suas idéias inovadoras, Vik pensou então em produzir obras de arte a partir da temática “lixo” e através desse trabalho também poder ajudar as pessoas que viviam ali.
Vik realiza um belo trabalho, a partir de fotografias tiradas no Jardim Gramacho. Os personagens e atores das fotografias e do filme são os próprios catadores de lixo. Um dos quadros foi leiloado em Londres e rendeu à Associação de Catadores cem mil reais.
O documentário explora a condição humana e, sobretudo a dignidade. Também é colocada a questão da valorização material dos dias de hoje, onde questões sobre o consumo de coisas supérfluas são discutidas.
Lixo extraordinário retrata uma realidade que pode ser modificada através da responsabilidade social e do entendimento que a comunidade adquiriu ao longo do tempo, acerca do valor do lixo e de que forma sua reciclagem pode contribuir de forma sustentável para o desenvolvimento local, em todos os aspectos.
- Discussão
No documentário, fica clara a importância dos catadores e podemos perceber que apesar de poucas condições, alguns estão empenhados em mudar, em crescer e não apenas conseguir exercer sua cidadania, como também mudar de vida. O trabalho de Vik era o que faltava para alguns tomarem coragem e realmente mudarem de vida, ele mostrou que suas vidas podiam ser diferentes. Para aqueles que decidiram ficarem no aterro, eles passaram a lutar por seus direitos, já que o dinheiro arrecadado com as obras de Vik (e dos catadores) foi “doado” para a Associação de Catadores do Jardim Gramacho.
Aquelas pessoas são forçadas a viver em meio ao lixo para terem alguma renda, ninguém em sã consciência escolhe viver no lixão, é uma questão de sobrevivência. Todos os dias aquelas pessoas enfrentam dificuldades para manter a sua dignidade, pois nos depoimentos daquelas pessoas, elas relatam que preferem viver no lixão a terem que se envolver com drogas, prostituição, crime, etc.
Existem várias pessoas vivendo em condições de precariedade na nossa sociedade, mas nós fechamos os olhos para isso, pois é incomodo ver pessoas vivendo na miséria e é pior ainda você se imaginar na miséria, mas é necessário que nós reconhecêssemos que essas pessoas são excluídas da sociedade, sofrendo preconceito e racismo, e que isso pode ser uma das causas dessas pessoas estarem nesta situação atualmente.
Assim como no livro de Helio Santos “A busca de um caminho para o Brasil” que fala do racismo, da desigualdade entre branco e negro (mulato, preto, etc.) como um grupo inferior da sociedade, vemos também esse outro grupo, um grupo de pessoas que sobrevivem do lixo e que também estão excluídos da sociedade. E assim como racismo, existe também um preconceito com essas pessoas que vivem do lixo, pois a imagem desses, muitas vezes não é vista como um trabalho digno ou algo do tipo, a sociedade então acaba por discriminar esse tipo de trabalho, havendo um preconceito.
Assim como alguns Artistas, autores colocam em pauta essa questão do racismo no Brasil, o artista plásticoVik Muniz vêm com seu projeto (transformar a arte em lixo) priorizar e colocar em pauta a vida das pessoas que “vivem do lixo”,o que é um assunto pouco pautado no Brasil.
No documentário “Lixo extraordinário” ele conta como foi a sua experiência junto dessas pessoas, e o desenrolar do seu trabalho. Vik resolveu chamar a atenção simultaneamente para os problemas ambientais do lixo e das condições de trabalho dos catadores de Gramacho. Tendo como cenário o próprio aterro sanitário, Vik fotografou grupos de catadores de materiais recicláveis, com o objetivo de retratá-los na sua própria realidade. Sendo uma forma de dar voz e visibilidade aos trabalhadores do lixo, retratando-os como personagens com grandes montagens feitas de resíduos do próprio aterro.
Com seu objetivo de mudar a vida de um grupo de pessoas com os mesmo materiais que eles lidam todo dia, Vik acaba transformando o próprio lixo em arte, expondo sua arte com personagens que vivem em uma realidade cheia de lixos.
No filme um dos catadores faz uma brincadeira, a qual reflete uma realidade triste e cruel, quando ele vê a equipe de filmagem ele grita: “Filma nos aqui para o mundo animal”.
Nesses locais, o que se encontra são classes totalmente desfavorecidas pela sociedade, sem estudos, viciados, e são tratados como sem futuro pela população.
Isso tudo não intervém na força de vontade encontrada nessas pessoas que estão sempre alegres e sorrindo, isso é por conta da identidade assumida por eles, que vem da cultura de onde eles vêem que é aceita sem ao menos qualquer relutância. Mais conforme é demonstrado no filme à aceitação não é tão natural, isso ocorre porque a identidade que já foi assumida por todos ali tira toda e qualquer esperança que neles ainda restam.
Muitos vão parar ali não apenas porque nasceram ali, mas algumas vezes por falta de emprego, de estudos ou simplesmente por terem nascido de pais que sempre trabalharam ali e a única possibilidade vista era continuar, não por falta de interesse mais a maioria das vezes por falta de oportunidade.
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