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Trabalho livro Pinoquio

Por:   •  14/9/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.122 Palavras (9 Páginas)  •  506 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Desenvolveremos neste trabalho uma análise comparativa das Abordagens de ensino ministradas em sala de aula versus a estória apresentada no livro “Pinóquio às Avessas”. Sendo as abordagens tratadas: Tradicional, Comportamentalista e Humanista.

Através do estudo dessas abordagens nos damos conta das várias formas possíveis de se dar o fenômeno da educação e ensino. Sem dúvida, cada abordagem do processo irá privilegiar, dando maior foco a um ou outro aspecto do fenômeno.

Traçamos como objetivo desta análise comparativa aqui desenvolvida, a descrição de cada uma dessas abordagens do ensino, ao mesmo tempo em que a relacionamos com a estória “Pinóquio às Avessas”, livro desenvolvido na parceria de Rubem Alves com o criador da Turma da Mônica, Mauricio de Souza.

ABORDAGEM TRADICIONAL

Definição

Esta abordagem de ensino persiste no tempo e é defendida por seus teóricos como sendo o processo de educação formal de fato.

O foco desta abordagem é fazer com que um “Adulto em miniatura” (aluno), se transforme em um homem acabado, “pronto”. Visando este objetivo é inserido no aluno o conhecimento já produzido pela humanidade, nas áreas ditas necessárias para se obter uma boa educação formal como: matérias científicas, raciocínios elaborados, artes e literatura. Esses conteúdos são transmitidos pelo professor, pois, dentro da sala de aula ele é o único detentor do conhecimento e o aluno uma “tábua rasa”, sendo assim considerado simplesmente como um depósito de informações. Com isso, nota-se claramente o caráter cumulativo do conhecimento humano, pois este seria um ensino que se preocupa mais com a variedade e quantidade de noções, conceitos e informações do que com a formação de pensamentos reflexivos.

Nesta abordagem de ensino o método expositivo é a grande característica da atividade normalmente executada, em que o professor é o agente e o aluno é o ouvinte. A aula é a transmissão do saber do professor que continua mesmo sem a compreensão do aluno, somente uma verificação feita posteriormente permitirá ao professor tomar consciência deste fato. De praxe não há diferenciação ou tratamento específico a cada aluno, a tendência é de se tratar a todos igualmente.

Dessa forma, a escola se resume ao local da apropriação do conhecimento, por meio da transmissão de conteúdos e confrontação com modelos e demonstrações, não existindo ênfase no aluno, mas sim, na intervenção do professor, pois assim, se garante uma adequada aquisição do patrimônio cultural.

Comparação

Baseando-nos na teoria acima exposta podemos estabelecer as seguintes comparações com o livro “Pinóquio às Avessas”:

Alguns trechos demonstram o conceito de que o professor é o detentor do verdadeiro conhecimento, expressando a ideia de que a escola e o professor são responsáveis por ensiná-los, tornando a criança um adulto “pronto”. O autor Rubem Alves já inicia seu livro, prefácio, mostrando que a escola tem a capacidade de mudar a criança, quando explica que escreveu o livro para falar de “um menino que nasce de carne e osso e, à medida que estuda na escola, vai virando outra coisa...” Nas conversas entre os personagens do pai e o filho, é explicado de uma maneira explicita e simples que a escola é extremante importante para a formação do filho em um adulto, que deverá ter uma profissão valorizada, ganhar dinheiro e constituir família, afirma-se que apenas a escola é capaz de proporcionar isso a ele, pois a escola é o lugar das respostas certas, que lá os professores sabem tudo e que ele também precisa saber.

Vejamos alguns trechos: “Para se tornar um menino de verdade, ele teria de ir à escola.” (ALVES, 2005, p.10) / “É preciso ir à escola para não ficar burro, para ser gente de verdade...”(ALVES, 2005, p.11) / “Na escola você aprenderá...”(ALVES, 2005, p.16) / “ As escolas existem para transformar crianças que brincam em adultos que trabalham.” (ALVES, 2005, p.18).

Nesta abordagem, a criança é vista como um ser sem conhecimento (“tábua rasa”, depósito de conhecimento), pois não são considerado os aprendizados que a criança adquiriu antes de entrar na escola, sendo visto como útil apenas o conhecimento transmitido na escola, podemos observar isso no trecho a seguir:

“- Eu sei tantas coisas! Sei o nome dos passarinhos, sei jogar gude [...]” (ALVES, 2005, p.22) / “- Na escola não vão lhe dar notas por essas coisas que você sabe.” (ALVES, 2005, p.23) / “- Quer dizer que o que eu aprendi fora da escola não vale nada lá dentro?” (ALVES, 2005, p.23).

A avaliação acontece através de provas, após a correção das provas é determinado o nível de aprendizagem do aluno com notas, ao final do ano letivo é determinado graças a essas notas se o aluno tem condições de ser aprovado para cursar o ano seguinte dos estudos ou se deve ser retido e cursar novamente as matérias ensinas. Podemos observar isso nos seguintes trechos, a seguir:

“– Para dar notas, os professores fazem o que se chama de provas, com uma série de perguntas sobre aquilo que eles ensinaram. Os alunos devem responder.” (ALVES, 2005, p.23) / “- Bem, é assim... Se suas notas forem ruins, você não passa de ano. Se forem boas, você passa.” (ALVES, 2005, p.23).

Além disso, é definido pela escola qual conteúdo deve ser ensinado para os alunos, visando que eles aprendam o que é necessário para se tornarem um adulto completo. Conforme podemos comparar a seguir:

“- [...] Ao vir para a escola, vi um pássaro azul que come mamão. Mas não sei o nome dele. A senhora, que ensina nomes, poderia me dizer qual é o nome dele?

A professora sorriu e disse: - Agora não é hora de pensar em pássaros. Os nomes de pássaros não estão no programa de português.” (ALVES, 2005, p.29).

Conforme exposto acima na definição da abordagem tradicional, de praxe não há diferenciação ou tratamento específico a cada aluno, a tendência é de se tratar a todos igualmente. O que pode ser ilustrado no seguinte trecho:

“- Professora, Felipe continuou -, todas as crianças podem aprender na mesma velocidade?

A professora achou melhor não continuar a conversa. Mudou de assunto.” (ALVES, 2005, p.30).

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