Transtorno Obsessivo Compulsivo
Por: Luis Fernando Alana • 5/9/2016 • Trabalho acadêmico • 1.121 Palavras (5 Páginas) • 595 Visualizações
FACULDADE UNIÃO DE CAMPO MOURÃO – UNICAMPO
CURSO DE PSICOLOGIA
DISCIPLINA DE PSICOLOGIA CLÍNICA III
SEMINÁRIO SOBRE O TRATAMENTO DE TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO (TOC) PELO VIÉS COGNITIVO-COMPORTAMENTAL
INTRODUÇÃO
Na atualidade, tem sido comum que conheçamos pessoas que demonstrem ter algum tipo de comportamento obsessivo ou compulsivo, como por exemplo, com relação à limpeza, arrumação de objetos, realização de certas atividades sempre na mesma ordem, quantidade etc. Esses exemplos podem caracterizar alguns sintomas do Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), que pode ser presente na vida de uma pessoa em diferentes proporções, que podem acabar por afetar as suas rotinas de vida (CORDIOLI, 2008).
O TOC é caracterizado pela presença de obsessões e/ou compulsões. Obsessões são pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e persistentes que são vivenciados como intrusivos e indesejados, enquanto compulsões são comportamentos repetitivos ou atos mentais que um individuo se sente compelido a executar em resposta a sua obsessão ou de acordo com regras que devem se aplicadas rigidamente (DSM V, 2014, pag. 235)
O TOC geralmente é considerado um transtorno mental grave, sendo que, na maioria das vezes, seus sintomas se iniciam na adolescência. Como esses sintomas são individuais e em diferentes graus, se torna difícil saber qual a sua causa, se é um único transtorno ou mais de um transtorno com sintomas semelhantes. O TOC, se não tratado, pode permanecer por toda a vida de uma pessoa, podendo se tornar cada dia mais critico, prejudicando consideravelmente sua rotina de vida (CORDIOLI, 2008).
Existem alguns transtornos que podem ser relacionados com o TOC, sendo estes alguns deles: o transtorno dismórfico corporal, caracterizado pela obsessão por seu corpo; transtorno de acumulação, sendo este a dificuldade de descartar objetos, independente do valor do objeto; tricoltilomania é o transtorno de arrancar o próprio cabelo; transtorno de escoriação, que é o transtorno em que a pessoa belisca sua pele chegando a causar lesões (DSM V, 2014).
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O TOC tem como principal sintoma os pensamentos e impulsos constantes, que acabam por levar o indivíduo à realização de movimentos repetitivos para diminuir a ansiedade. O transtorno é caracterizado geralmente pela organização e limpeza excessiva, pelo colecionismo exacerbado entre outros sintomas. Os portadores deste transtorno perdem muito tempo do dia realizando diversas vezes o mesmo ritual, podendo ser um exemplo o indivíduo que lava a mão 20 vezes para finalizar um ritual e assim diminuir a ansiedade presente. As pessoas que sofrem de TOC não são bem vistos pela sociedade assim sofrendo um preconceito.
O modelo cognitivo propõe que interpretações distorcidas são as responsáveis pelo fato de determinados pensamentos intrusivos assumirem um significado especial para o indivíduo, ativando pensamentos automáticos de natureza negativa ou catastrófica e emoções desagradáveis: medo, desconforto, ansiedade e depressão (CORDIOLI, 2007, p. 195).
Assim, nessa visão cognitiva do transtorno, tendo seu início nos pensamentos distorcidos, as ações de resposta aparecem para neutralizar a angústia que a frequência de tais pensamentos desperta. O transtorno é reiterado devido à aparente sensação de “sucesso” momentâneo que a ação elicia (CORDIOLI, 2007).
O TOC raramente aparece na infância sendo mais comum o diagnostico na adolescência. Por este transtorno ser crônico, o indivíduo precisa de um tratamento, mas raramente é aceito por quem sofre. No entanto, é necessário, pois dificilmente consegue-se que haja um efeito de melhora espontâneo.
Para a realização de auxílio às pessoas que sofrem de TOC é necessário o cumprimento de alguns passos. Primeiro: nenhum portador vai ficar bem se não procurar ajudar. Assim, precisamos instruir a pessoa a procurar compreender este transtorno, o porquê acontece e o tratamento necessário, lembrando que o essencial é aceitar que o TOC é uma doença e que esse sujeito precisa de tratamento. Segundo passo: é hora de iniciar um tratamento, sair da zona de conforto, pois a melhora deste processo depende do empenho do próprio indivíduo. Isso pode ser feito de diversas formas como psicoterapia, medicamentos, meditação, convivência em grupos e na sociedade e atividades físicas.
Nas últimas décadas, foram desenvolvidos processos de tratamento que podem ser eficazes na diminuição de até 70% dos casos estudados. Alguns dos tratamentos possíveis podem ser feitos através da terapia medicamentosa com a utilização de inibidores seletivos de recaptação de serotonina, clomipramina e também a terapia comportamental. A técnica comportamental de exposição de prevenção de resposta (EPR) foi desenvolvida na década de 70 e considerada altamente eficaz (CORDIOLI, 2007).
Na psicoterapia o paciente e o terapeuta precisam analisar os momentos de ansiedade e aqueles em que não há tanta ansiedade, assim ambos precisam criar rotinas para que o indivíduo possa enfrentar os rituais trazendo menos ansiedade possível no paciente. O tratamento deste transtorno pode ser feito também através de medicamentos e psicoterapia. As pessoas que acompanham diariamente os portadores sofrem, pois estes não aceitam facilmente um tratamento, alegando não precisar de tratamento já que o transtorno não é doença, é apenas uma diferença das demais pessoas. Os tratamentos por medicamentos são indicados para pacientes em casos severos do TOC.
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