VISÃO DO FILME Capitão Fantástico

Capitão Fantástico

A teoria de Vygotsky da uma base para a psicologia sócio-histórica possui autores preocupados com modelos interacionistas, pautada na relação do sujeito com o meio, não são sujeitos passivos em relação ao ambiente, prezando assim a capacidade cognitiva bem aprimorada, onde fala que o desenvolvimento humano necessita das relações sociais que o sujeito mantém ao decorrer de sua vida. O filme “Capitão Fantástico” fala um pouco sobre esse contexto, se mantendo presente alguns conceitos relevantes, como por exemplo: Planos genéticos de desenvolvimento; cultura e sistemas simbólicos; relações entre processos de desenvolvimento e aprendizagem e zona de desenvolvimento proximal (ZDP).

Planos Genéticos de Desenvolvimento seria 4 (quatro) entradas de desenvolvimento que, juntas, caracterizam o funcionamento psicológico do sujeito: Filogênese, Ontogênese, Sociogênese, Microgênese. Logo no inicio do filme é notória a exemplificação da Sociogênese, que seria o ritual de passagem do menino para um homem, o filho mais velho de Ben ao completar 18 anos tem que fazer uma caça sozinho para mostrar sua força, coragem e virilidade, reafirmando o estereótipo de guerreio. Por mais que não seja muito comum esses rituais de passagem onde eles vivem, a família acaba adotando essa tradição, que é utilizada também em tribos indígenas.

Mediação Simbólica possui uma função de comunicação e representação do que já foi vivenciado, é de grande valor na visão social. Fazendo assim, intermédio entre o instrumento e as ferramentas. O ser humano é um animal que constrói símbolos no decorrer da sua história continuamente, um exemplo de sistema simbólico é quando nós nos deparamos com uma figura e logo identificamos o que ela representa, sem precisar de uma comunicação direta, como a linguagem. No filme isso acontece quando Ben leva seus filhos pela primeira vez a uma lanchonete, ao olhar um cardápio e ver as imagens, eles não conseguem identificar o que aquilo é, e acabam se confundindo diversas vezes.  

No filme, durante todo o decorrer das cenas é notório que as crianças possuem um estilo de vida diferente do considerado normal, as fases de desenvolvimento e aprendizagem das mesmas são diferentes, elas vivem e reconhecem assuntos considerados de adulto, são capazes de compreender e analisar de forma critica diversos problemas do mundo “real”, discutem politica com facilidade e também recitam filósofos e teóricos também com bastante destreza. O que seria um desenvolvimento composto por fases e adaptação com o meio é diferente da considerada “normal”, manuseiam armas com facilidade e sabem exatamente a responsabilidade que carregam ao usar a mesma.  

Em uma determinada cena, onde um dos filhos do Ben está se exercitando com os seus outros irmãos, é possível observar a Zona de Desenvolvimento Proximal. Um dos exercícios físicos é subir uma montanha, e todos participam dessa atividade, até mesmo as crianças, durante a cena parece ser uma atividade comum, ou seja, grande parte ali já sabia como era que se fazia o exercício, que no caso seria o Desenvolvimento Real onde a criança já aprendeu, porém ocorre um ato diferente do comum, o jovem acaba que sem querer bate na pedra ao seu lado e ameaça cair, ele se vê em uma situação que não tinha passado ainda e acaba que pede ajuda para o seu pai, que da o estimulo para que ela saia da situação sozinha, pois ele não tem condições de descer e ajudar com suas próprias mãos, o que seria a Zona de Desenvolvimento Proximal, onde a criança recebe o estimulo para se chegar ao Desenvolvimento Potencial, que por sua vez, é quando o mesmo consegue desenvolver a ação com a ajuda de outras pessoas, que no caso seria do seu pai que mesmo distante conseguiu fazer com que o seu filho fizesse a ação somente com a sua ajuda sem interferência física.