Vivencia de Um Psicoterapeuta
Por: Kelly12347 • 25/10/2016 • Dissertação • 3.282 Palavras (14 Páginas) • 424 Visualizações
INTRODUÇÃO
A Psicologia enquanto ciência, traz uma diversidade que abrange várias áreas para a sua aplicação. Mesmo tratando-se de uma ciência recente, aos poucos conquista seu espaço e revela a sua importância. Aprofundando minimamente, ao psicólogo cabe e pode trazer sua cooperação em qualquer área, pois onde à ser humano ali está o estudo da psicologia.
Uma das possíveis ações deste profissional é a psicoterapia onde ele atuará com a escuta ativa, ouvirá do paciente, sua vivência, suas percepções de mundo e do “eu”. Assim promover uma terapia que traz oportunidades de melhora, alívio do sofrimento, daquele que buscar este serviço. A psicoterapia é realizada por um psicólogo ou psiquiatra que utiliza de técnicas que são respaldadas por teorias científicas, abordagem base a qual se identifica mais.
Posturas fundamentais dentro deste campo de trabalho é a responsabilização de como atuará, como suas posturas refletem e atinge o outro. O responder as demandas e ao que o sujeito está dizendo necessitam de grandes embasamentos teóricos e reflexões. O que permeia essa relação entre psicoterapeuta e paciente é principalmente a comunicação genuína, que trará confiança para ambas as partes, obtendo assim uma relação onde a psicoterapeuta poderá colocar em prática o que a psicoterapia pode trazer de valia.
O campo relacional envolvendo o psicoterapeuta e o paciente, necessita que ambos estejam abertos ao processo, uma vez que a psicoterapia busca mergulhar na subjetividade do paciente e promover mudanças. Todos são afetados perante esse encontro psicoterapêutico. Cada ser ali presente ira ou não conseguir ou querer estar aberto para esse momento intersubjetivo rico.
OBJETIVOS
ABRANGÊNCIA
METODOLOGIA
DESENVOLVIMENTO
A psicoterapia trabalha o psiquismo do sujeito, problemas relacionados à ansiedade a depressão entre outros problemas psíquicos. Podendo trabalhar individualmente, em casal ou em grupo. Ela abrange todas as abordagens existentes na psicologia moderna, e para que a psicoterapia aconteça, tem que ter técnicas baseadas na ciência com fundamentos teóricos, tem que ter a sua efetividade como a abordagem psicanalítica onde Freud traz a associação livre como ferramenta para trazer conteúdos reprimidos do inconsciente do sujeito. A fenomenologia existencial de Carl Rogers, a cognitiva de Becker, entre outros, são exemplos das mais de 250 abordagens da Psicologia, cada uma com a sua funcionalidade. (CARDELLA, 2002)
Toda psicoterapia vem de uma matriz clínica, ou seja, de um quadro clínico, a matriz de Freud foi a histeria. Becker o quadro clínico dele foi a depressão, e o quando clínico de Carl Rogers foi a esquizofrenia. Cada autor desenvolveu a sua teoria de uma matriz clínica baseada no contexto histórico de cada época. Freud em 1880 o contexto sócio histórico era de uma sociedade hipócrita, carruagem de Viena. Homem como visão mecanicista, como máquina. A psicanálise acontecia por meio de associação livre. O paciente falava livremente o que lhe vinha à cabeça até vir do inconsciente os materiais recalcados, algo que lhe trazia conflitos, esse processo foi uma descoberta de Freud naquela época. Freud começou a acolher as mulheres histéricas, chegando ao ponto traumático dessas mulheres. Ainda hoje, a maioria das abordagens ainda usa esse método de deixar o paciente falar livremente durante a terapia. (CARDELLA, 2002)
A terapia comportamental trabalha com a representação mental, o que traz para pessoa a psicopatologia ou o conflito é a interpretação distorcida das coisas. Distorção cognitiva e o terapeuta buscar mostrar a realidade para esse paciente, usando técnicas diretivas. Na fenomenologia se trabalha o aqui agora do paciente, com o que aparece na relação, no agora, no fenômeno. Existencialismo baseado no momento que a pessoa está vivenciando. Não se sabe nada sobre o paciente, quem se sabe da vida dele é ele mesmo. O sentido está nas coisas, nos objetos, somos seres mundanos, somos feitos para esse mundo. (CARDELLA, 2002)
Há uma diferença entre terapia e psicoterapia, a terapia é algo que pode ser feito em uma conversa em casal com o namorado, com o amigo, com a mãe ou com o irmão. Pode ser feita através de uma massagem ou através de acupuntura. Ela acontece quando há trocas de experiências, de subjetividades e algo pode sair dali. Na psicoterapia não acontece essa troca de subjetividade, ela vai mexer com a subjetividade do outro, mas o terapeuta reserva a sua subjetividade e não envolve com o seu paciente, não fala da sua vida pessoal, tem que ter um processo baseado em uma efetivação. (CARDELLA, 2002)
O paciente tem uma concepção que o terapeuta vai dar conta dos seus problemas. O ser humano sempre acha que o outro sempre vai dar conta dele. No decorrer da terapia isso vai mudando, o terapeuta tem que ir mostrando para o paciente que a relação não é isso. Ele vai trabalhando com o paciente, ensinando ele a caminhar sozinho. Mas para isso o terapeuta tem que estar seguro de si, tem que saber aonde ele quer ir com aquele paciente, qual o método que ele utilizará com ele. (CARDELLA, 2002)
A psicoterapia tem como finalidade ampliar a percepção e consciência do paciente, de tal modo que o mesmo reflita sobre as razões que coloca onde ele está. Segundo Ribeiro (2013) esse é um processo difícil de se alcançar pois o paciente muitas das vezes inconscientemente o paciente ignora o caminho a ser seguido mesmo sabendo qual direção deve tomar. Nesse sentido o psicoterapeuta pode utilizar da técnica de interpretação ou tradução das emoções, que faz com que o paciente tenha domínio de suas emoções clareando suas defesas (RIBEIRO, 2013).
As vezes o terapeuta pode se sentir angustiado nessa caminhada terapêutica, mostrando insegurança e frieza ao seu paciente na hora da acolhida, isso pode trazer ao paciente uma certa estranheza, quando o terapeuta tem dificuldade de se envolver com o outro profissionalmente.
Ribeiro (2013) nos traz que o psicoterapeuta deve se conhecer, saber lidar consigo mesmo, para então poder lidar com o outro, por isso, é indispensável que o psicoterapeuta passe por analise psicoterápico para poder entrar no mundo do outro. E também para que o psicoterapeuta possa colocar em pratica sua atitude analítica a fim de ajudar o paciente a fazer a tradução efetiva e emocional, de modo que o mesmo viva intensamente o presente. Por isso cabe ao terapeuta estar bem preparado para a acolhida, ele pode até sentir raiva e compaixão, vontade de sair da sala, mas tem que saber suportar aquilo, as identificações, para não se envolver demais com o problema do paciente, tem que tomar muito cuidado com isso, pois se ele não dá conta tem que procurar ajuda ou passar para outro profissional. Ficar angustiado na hora que o paciente sai da sala é natural, mas permanecer a muito tempo na angustia já é o momento de procurar ajuda, pois ele tem que ter saúde, ele é o seu próprio instrumento de trabalho.
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