ÁREA CULTURAL NA FORMAÇÃO BRASIL
Tese: ÁREA CULTURAL NA FORMAÇÃO BRASIL. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: brunaefabio • 27/3/2014 • Tese • 1.803 Palavras (8 Páginas) • 402 Visualizações
PLURALIDADE CULTURAL NA FORMAÇÃO DO BRASIL
Este conteúdo trata de como se constituiu, por sua permanente reelaboração, e se
apresenta a face cultural complexa e cheia de potencial do país, com sobreposição de tempos,
no social, no cultural e no individual. Trata, também, de como se têm entrelaçado,
historicamente, características culturais, organização política e inserção econômica de
diferentes grupos humanos presentes na formação do Brasil.
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Todos os grupos sociais e étnicos têm histórias. Essas histórias são distintas entre si
e também distintas do que se convencionou como história do Brasil, no singular. Embora
as trajetórias das culturas e etnias no Brasil já façam parte dos conteúdos trabalhados pela
escola, com referência aos índios, aos negros, aos imigrantes, o que se propõe são novos
conteúdos, que buscam narrar a história do ponto de vista dos grupos sociais que a
produziram.
• Conhecimento das origens continentais das diferentes
populações do Brasil.
Para conhecer a situação das diferentes populações que aqui vivem, entender a
dinâmica de sua inserção na História do Brasil e valorizá-las, é necessário trabalhar, em
relação a cada grupo, aspectos ligados à forma de sua organização social desde suas origens
continentais.
Será indispensável estudar dados sobre a presença e diferentes formas de organização
social dos indígenas, em sua diversidade, no continente e em território nacional anterior a
chegada dos europeus, assim como a presença de outras culturas pré-colombianas na América
Latina. Da mesma forma, a vida culturalmente complexa presente na África, com formas
igualmente complexas de organização socioeconômica interligadas a essa vida cultural.
Com relação aos imigrantes, não bastará conhecer suas vidas nos respectivos continentes
de origem — Europa, Ásia, Oriente Médio, África —, mas também compreender como
freqüentemente características culturais moldaram critérios de escolha e colocação de mãode-
obra, ao longo da história brasileira.
• Análise das influências históricas do mercado de trabalho
na mobilidade dos diferentes grupos humanos que formam
o Brasil e levantamento de dados populacionais.
A imigração forçada dos africanos escravizados no Brasil caracterizou-se sobretudo
pelas situações de distanciamento de seus membros do grupo de origem, pela dispersão
étnica e pelo desenraizamento das origens culturais. No caso dos indígenas, aldeias inteiras
foram removidas de seus territórios tradicionais e as crianças submetidas à catequização,
desrespeitando-se a sua organização sociocultural. Esse desmantelamento da estrutura
familiar e dos vínculos comunitários enfraqueceu o sentido de identidade dos africanos e
dos indígenas. Entretanto, isso não impediu que se disseminasse, ainda que precariamente
e de forma frágil por todo o território, influências de sua cultura, constituindo uma população
caracterizada pela diversidade.
No que se refere aos imigrantes, o processo de inserção de sua mão-de-obra levou à
criação de colônias, que historicamente foram identificadas como “guetos”, condenados,
por políticas oficiais, a ação homogeneizadora, nos momentos de exacerbação de certo
nacionalismo. Com isso, criaram-se situações de conflito entre comunidades/indivíduos e
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orientação política nacional, em particular no que se referiu a propostas referentes a
organização escolar.
O estudo desse tópico permitirá compreender certa estratificação de colocação no
mercado de trabalho, orientada por estereótipos que fomentam preconceitos e
discriminação. Em tais situações, freqüentemente a diversidade de raça, etnia e cultura é
usada de forma perversa e errônea, para justificar — e até fundamentar — a desigualdade.
Também favorece as análises voltadas para as especificidades de cada uma das comunidades
que vivem no Brasil, como se compõem as características dos diferentes grupos de acordo
com sua localização regional e seus movimentos internos dentro do país.
• Levantamento, análise e valorização da contribuição das
diversas heranças etnoculturais, como mecanismos de
resistência ante as políticas explícitas de homogeneização
da população havidas no passado.
Diante da busca de homogeneização cultural que se tentou impor, diferentes grupos
no Brasil tiveram de resistir, recolocar-se, recriar-se, de forma ativa em diferentes momentos
da história. O conhecimento desses mecanismos de resistência permite entender, também,
como a formação econômica do Brasil tem-se feito com a contribuição de diferentes grupos
etnoculturais, em situações muitas vezes adversas
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