A Ética Profissional no Serviço Social
Por: Débora Rodrigues • 21/10/2019 • Trabalho acadêmico • 1.661 Palavras (7 Páginas) • 145 Visualizações
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Centro Universitário Internacional - Uninter
Curso: Bacharelado em Serviço Social
Disciplinas: Ética Profissional do Serviço Social e Desenvolvimento Capitalista e Serviço Social
Professor (a) /tutor (a) local: Ione Lopes Barros
Nome do Alunas: Gilcineide Rodrigues dos Reis Souza, RU 1778152
Marluce Bernardo Lopes, RU 1875790
ÉTICA E OS DESAFIOS NO FAZER PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
1ª Parte - Conceituando
Quando falamos em ética a respeito de conceituação, nos referimos ao estudo dos costumes, caráter, padrões utilizados pela sociedade para o comportamento correto a seguir a partir de uma escolha racional, isso também, quando nos voltamos para a concepção filosófica. Seria algo entendido como “o certo” pela sociedade. Seu conceito estaria assim, ligado à análise dos valores morais que orientam as ações sociais, uma ciência dedicada ao exame das ações, do comportamento do indivíduo e as particularidades dessas atitudes. Também nessa perspectiva, a moral aparece como o conjunto das diretrizes dos princípios, dos pré-conceitos formados, das convenções determinadas pela sociedade.
Os princípios éticos fundamentam todo pensar dos profissionais da área, trazendo ao centro as diretrizes do proceder na atuação do assistente social, levando em consideração o que classificamos como moralmente aceitável e os valores estipulados pela sociedade. Esses princípios éticos, voltados para a atuação do profissional, têm como especial objetivo, a garantia da liberdade da pessoa humana, e o equilíbrio e igualdade social. A partir disso, o profissional precisa apontar posicionamentos frente às demandas da sociedade, e intervir em valores ético-morais que fundamentam essa ação. A ação do Assistente Social deve ser guiada por esses princípios. Tomando como base o Código de Ética Profissional, ele realiza a intervenção necessária observando uma série de critérios, propondo soluções efetivas para as diferentes expressões da questão social. A ideia de práxis ética, traz à tona a necessidade da ação do profissional como racional, ponderada e construtiva. Em seu cotidiano, o assistente social precisa desvendar a realidade, analisar as demandas surgidas e desenvolver formas de atuação inventivas que possam garantir o gozo dos direitos pelo indivíduo. Para isso, ele também conta com os preceitos éticos da profissão, oferecendo um conjunto de possibilidades para uma intervenção adequada e bem-sucedida.
Analisando a partir do pensamento marxista, podemos observar a práxis, a partir da ação do indivíduo. Esse conceito diz respeito ao processo de intervenção na transformação de uma sociedade, executado por esse indivíduo, através de ações racionais e que permitam à essa sociedade a transformação do meio, dos instrumentos, e entre outros, do próprio ser. Assim, para o profissional da Assistência Social, a ética transita na possibilidade de utilizar-se dos conhecimentos pregressos e na aplicação dos conceitos de conduta e moral que nos fazem agentes conscientes atuando pela preservação dos direitos do indivíduo.
2º parte – Na Prática
Para a realização desta pesquisa, foi feita uma visita à Instituição Casa do Candango – Lar São José, localizada em Sobradinho/DF, em 25 de março de 2019. A casa foi criada em 25 de maio de 1973, é uma instituição de longa permanência sem fins lucrativos, mantida por órgãos governamentais e não governamentais. Tem como objetivo proporcionar atenção integral em caráter residencial com condições de liberdade e dignidade. O público atendido pela casa, são idosos a partir dos 60 anos, de características e patologias variadas, em sua maioria, de baixa renda, com ou sem suporte familiar, mediante remuneração. A instituição tem capacidade máxima para 50 internos, atualmente atende 48 idosos (34 mulheres e 14 homens). Os internos são categorizados em duas modalidades, simplificadas assim: como internos dependentes – tais como, idosos com demência, Alzheimer em diferentes estágios, idosos com dificuldade de locomoção e mesmo nenhuma possibilidade de locomoção – e independes – idosos lúcidos, com capacidade cognitiva e física em condições de autonomia. Ainda, o lar não aceita idosos com dependência severa, com graves problemas psiquiátricos, entre outros, pois a instituição não possui estrutura suficiente para abrigar determinados casos.
A profissional entrevistada foi a Assistente Social Luciana Maria de Andrade Loyola Macedo, formada desde 1985, e atuante na instituição há 6 anos. Luciana é a única profissional da área na Casa exercendo também a função de representante técnica do local. Durante a entrevista nos foi relatado que como profissional, identifica algumas possibilidades em seu dia a dia: o fato de ter bastante liberdade de ação, o fácil diálogo, troca e proposição de ideias com a direção da Casa e o respeito aos outros profissionais. O que favorece um trabalho mais eficiente alcançando seus objetivos como assistente, buscando sempre melhorar as condições para os idosos atendidos. Como resultado das possibilidades oferecidas, são desenvolvidas atividades de cunho recreativo com os internos, eventos – que muitas vezes contam com o voluntariado de igrejas, padres entre outros cidadãos da comunidade, no sentido de trazer descontração e alegria para os idosos –, confraternizações entre os idosos e seus familiares, passeios recreativos, etc. Há ainda voluntários que auxiliam regularmente, como por exemplo, uma senhora que há alguns anos realiza um trabalho voluntário de cuidados pessoais com os idosos, realizando corte de cabelo, barba, unha, entre outros.
A equipe da Casa é composta por diversos profissionais, visando o melhor atendimento possível dos internos, contando com: Assistente Social, Fisioterapeuta, Terapeuta Ocupacional, Psicólogo, Nutricionista e Enfermeira. Também há o atendimento, uma vez por semana, de um médico do Posto de Saúde mais próximo da unidade. Quanto ao trabalho específico da Assistência Social, Luciana informou que a admissão do interno se dá, exclusivamente, a partir do encaminhamento do CRAS – Centro de Referência da Assistência Social –, o interessado (idoso/família), procura o Centro, se inscreve e aguarda o estudo do caso. O CRAS elabora um relatório sobre a situação do idoso e realiza a distribuição conforme as vagas existentes nas Casas, a partir disso, a assistente realiza um procedimento que visa confirmar as informações dadas pelos interessados, faz uma visita domiciliar, acompanhada de profissionais como, fisioterapeuta e enfermeira, e analisa se aquele idoso se adequa às possibilidades da unidade por ela representada. Em caso de haver a necessidade de não aceitação desse interessado, a instituição, através da assistente social deve elaborar um relatório, elencando o “porquê” da negativa.
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