A Consolidação da Sociologia como Disciplina e Campo Acadêmico

A sociologia surge devido a necessidade de compreender o comportamento
humano em relação às sociedades.

A Sociologia nasce na Europa no inicio século XIX, a partir de uma intensa tentativa dos indivíduos em interpretar a sociedade devido a transformações ocorridas pelo Iluminismo, Revolução Francesa e a Revolução Industrial, fatores que impulsionaram esse nascimento.

A Europa mudou radicalmente suas idéias devido a esses acontecimentos, seu modo de fazer política e sua vida econômica. Era uma sociedade completamente diferente daquela que existia anteriormente.

Era natural que alguns homens procurassem construir uma ciência da sociedade. O inicio de tudo foi com o trabalho de Auguste Comte, que foi o primeiro a usar o termo sociologia para descrever o estudo das sociedades humanas, que a Sociologia deveria ser baseada na ciência positiva, que significa, no estudo de fenômenos observáveis, quantificáveis, que permitissem a compreensão dos fenômenos sociais.

Após o trabalho de Auguste Comte, surgem outros pensadores, com Émile Durkheim e Max Weber, considerados como grandes pais fundadores da sociologia como disciplina científica.

Émile Durkheim foi um sociólogo do século XIX. Ele estabeleceu a Sociologia como ciência, de modo a emancipá-la, mostrando sua importância e lugar na Academia, seu principal pensamento era que, todo fenômeno social é composto por outros fenômenos. Foi pioneiro, pois formulou as regras do método sociológico para explicar os fenômenos sociais, e determinou o objeto de estudo da Sociologia, o fato
social, ou seja, todo e qualquer fenômeno social possui um significado para a sociedade, e tem o poder de coerção que se impõe desta forma perceptível aos indivíduos. Durkheim entende que a sociedade é anterior ao indivíduo, já que exerce
sobre ele suas visões e relações.

O fato social, se define como objeto da sociedade, passível de ser estudado, tem força coercitiva, é externo ao indivíduo, são maneiras coletivas de agir, de pensar e de sentir da sociedade em geral, que não está submetida à vontade individual, obrigando-os a se adaptar às regras da sociedade onde vivem.

Logo, através do fato social é possível identificarmos e observarmos valores e preceitos reproduzidos por um indivíduo ou grupo social. Isso porque, para Durkheim, os fatos sociais são externos ao indivíduo. Desse modo, esses são produzidos pela sociedade (em conjunto) e não pelo indivíduo, temos como exemplo as regras, normas e os valores morais. Outro fator interessante sobre o fato social é que, como esse é gerado pela sociedade, todos os indivíduos que a compõe são capazes de reconhecer sua legitimidade, considerando que esse fato é geral e comum a todos os indivíduos que integram um grupo social ou sociedade. Assim sendo coercitivo, pois uma atitude, por exemplo, que transgride o que é legitimado por todos é motivo de repressão, retaliação, punição ou mesmo censura.

Como exemplo a análise do fenômeno suicídio, um fato social, uma vez que é geral, externo e coercitivo. A partir da visão sociológica, o suicídio seria consequência/resultado de um problema na socialização do individuo.

Assim, ele definiu que esse fato social poderia ser por fatalismo  (indivíduo se sente pressionado e controlado), anomia (as normas morais que conduziam a vida de certo individuo foram perdidas. Assim nesse caso, há pouca regulação social), altruísmo (o que existe, nesse caso, são os valores de um grupo social e não o indivíduo. Então, há muita integração social nessa situação) ou por egoísmo (há pouca integração social, pois é algo particular daquele indivíduo). Para mais, Durkheim também definiu o que ele chamou de Solidariedade Social. Essa solidariedade poderia ser de duas naturezas: mecânica ou orgânica. A primeira, segundo o autor, poderia ser percebida em sociedades menores e aconteceria a partir de um direito repressivo. Enquanto a segunda, em sociedades complexas e a partir de um direito. Em complementação, se Durkheim se direcionava a análise sociológica da sociedade, Weber a realizava voltada para os indivíduos. Assim, Weber elabora o conceito chave da sua Sociologia.

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