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A PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISCIPLINAR INDIVIDUAL

Por:   •  21/10/2021  •  Pesquisas Acadêmicas  •  2.033 Palavras (9 Páginas)  •  157 Visualizações

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SUMÁRIO

1        INTRODUÇÃO        3

2        A VOLTA DA REALIDADE DA FOME EM TEMPOS DE PANDEMIA        4

3        CONCLUSÃO        5

  1. INTRODUÇÃO

Eis que a fome regressou. Anda desnuda, plena nas ruas, sem máscara. Ela chega sorrateiramente nos lares até daqueles que já tinham esquecido como era a sensação de tê-la em casa.  Presente nos novos indicadores apresenta-se como uma chaga, que por mais que já tinha sido considerada atenuada anos atrás, retornou para a normalidade como parte dos problemas centrais do país.

Este problema permanece nas áreas de agitações dos debates políticos, na política de assistencialismo e na própria omissão do Estado perante o combate à fome. Convenhamos que por mais que tenha sido firmado um compromisso para erradicar a fome e a miséria, por parte do governo federal nos anos de 2000, ponderando – as como políticas públicas, tudo mudou a partir de 2016, quando iniciou-se o desmantelamento das políticas que até o momento estavam em vigor. E a mesma postura foi ainda mais firme no governo sucessor. Obviamente tais atitudes não teriam como consequências bons resultados.


  1. A VOLTA DA REALIDADE DA FOME EM TEMPOS DE PANDEMIA

 O tema que já foi destaque em vários livros, todavia, se torna particularmente o personagem basal na leitura atenta do livro e das cenas do filme inspirado por ele “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos. Logo na primeira cena percebe-se quem seria o personagem principal quando descreve o nosso sertão árido destacado em uma fotografia com cores mais fortes, não tão alvas, uma imagem de seca e de dor. Ao fundo, onde poderiam transparecer cenas de uma Brasil tão costumeiramente representado por paisagens cariocas, vemos a sombra da pobreza e da miséria. Sendo assim, Graciliano Ramos avulta a personagem mais imponente de Vidas Secas: a fome.

O Livro Vidas Secas, escrito[1] ainda no ano de 1938, possui uma narrativa que reflete a aridez e a fome presente tão marcante no sertão brasileiro, onde abre uma janela para o leitor brasileiro e de todo mundo. O escritor, que é considerado um dos mais extraordinários da segunda fase modernista, desenha a vida do nordestino como se fosse um círculo. Ou uma espiral. Como uma roda viva miserável. Na realidade um quadro tão aterrorizante quanto também se propaga: mais da metade da população brasileira sofre com algum grau de insegurança alimentar e pelo menos 15% convive sem ter o que comer, segundo o levantamento do relatório “Efeitos da pandemia na alimentação e na situação de segurança alimentar no Brasil”. (GALINDO, 2021)

O autor Galindo (2021) ainda apresenta dados divulgados IBGE revelam que a inflação alcançou em 2020 a situação de 4,52%, percentual medido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e relata aumento expressivo do aumento de bebidas e bebidas no mesmo ano. Bem acima do Teto apresentado pelo Banco Central.  

Entretanto, O Site O Globo no mês de outubro de 2021, detalha que a inflação atingiu o acúmulo de 10,25% nos último 12 meses representando a maior taxa presente no mês de setembro desde que foi implantado o Plano Real em 1994. O aumento mais significativo da gasolina, gás, carne e outros componente fundamentais da cesta básica. (SILVEIRA; ALVARENGA, 2021)

A autora Strickland (2021) faz apontamentos semelhantes e ainda adiciona o aumento expressivo também na habitação.

Em meio de uma situação consternadora, chegamos em uma situação de maior aflição quando no Brasil, o coronavírus chega em um momento de declínio econômico, desapreço do sistema de saúde, da segurança alimentar e nutricional e de proteção social, retorno do aumento acelerado da pobreza e daqueles que estão sem moradia.  Estes e outros fatores aliados a um contexto de falta de incentivo das políticas de segurança alimentar e nutricional a população mais carente em uma situação de profunda vulnerabilidade diante dessa pandemia. A pandemia pelo COVID-19 evidenciou o abismo existente entre as classes causado pelas desigualdades sociais, de gênero e outros fatores.

Depois de muita luta de alguns representantes da população mais carente no legislativo foi proposta no ano de 2020 um auxílio[2] para aqueles em situação de vulnerabilidade durante o período do Covid - 19. Tal ato trouxe um certo alívio para a economia brasileira, mas não foi suficiente para resolver todas as questões relacionadas a pandemia. Com um representante do Poder Executivo Brasileiro que claramente não está preocupado com os grupos presentes em risco social em cada declaração de ataque feita a outros poderes, oposição e até mesmo líderes políticos aumenta a incerteza para o mercado internacional e consequentemente impacta o valor do dólar quanto ao real e Ibovespa.

Quando se ouve os relatos fortes daqueles que estão padecendo com a fome, é basal perceber quais foram as razões para que isso acontecesse. Por mais que a própria sociedade seja contra tal situação e façam projetos solidários que ajudam a mitigar alguns dos efeitos, não se pode perder de vista que o Brasil enfrenta hoje um problema de modo eminentemente político. (Silva, 2018)

Com a atual falta de apreço pelos direitos sociais já consagrados e políticas destinadas ao enfraquecimento de programas voltados à diminuição das desigualdades sociais não poderiam esperar cenário não afetasse o acesso de alimentos a população que se encontra em maior risco social (Silva, 2018)

Ademais, com tudo até o momento mencionado já pode afirmar que a fome não é um problema pontual do nosso Sertão Brasileiro como aparenta no Livro de Graciliano Ramos. De acordo com Jornal O Globo, com o levantamento da Austin Ratings, a pedido da própria GLOBO, mostrou que os brasileiros não tem mais o mesmo poder de compra comparado ao mesmo tempo do ano anterior, já que a inflação se encontra muito alta e os aumentos salariais estão cada vez menores. (GLOBO, 2021)

Para Silva Filho (2020), a COVID-19 tem revelado a iniquidade da gestão do Governo Federal na garantia dos direitos e necessidades essenciais, e a incompetência do atual governo para o devido enfrentamento de problemas relacionados a políticas públicas.

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