As Desigulades Sociais
Por: Renato Lima • 5/11/2015 • Trabalho acadêmico • 1.122 Palavras (5 Páginas) • 129 Visualizações
Engenharia Civil
UFPE – CAA
Introdução à Sociologia
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Renato de Lima Silva
As desigualdades sociais são aspectos presentes na nossa sociedade, e isto não é de hoje, desde a antiguidade já havia relatos sobre esta, a exemplo, Rousseau a caracterizou em dois tipos: natural/física ou moral/política, em que a natural foi estabelecida pela própria natureza, e que podem ser diferenças de idade, de saúde, e de qualidades relativas ao corpo. Já a moral, pode ser observada como privilégios de uns em detrimento a outros, como serem mais ricos, respeitados ou poderosos.
Também é valido apresentar os pensamentos de outros grandes pensadores como Platão, Aristóteles, Cícero, Tácito, Santo Agostinho e São Tomás, que se ocuparam de assuntos sociais e investigaram as leis do desenvolvimento social, mas ficou claro que as estruturas sociais ainda não haviam se convertido em um problema de análise científica para eles. Mesmo assim todos aceitaram o fato da desigualdade dos homens, que mais tarde devia dar origem à Sociologia, como algo natural, da obra de Deus, ou obra de demônios. O pensamento de Platão era ligado a um destino pré-estabelecido no nascimento, segundo ele uns nasciam com ouro, já outros nasciam com prata. O pensamento de Aristóteles era semelhante, uns eram senhores por natureza, outros escravos. E mesmo os cristãos com o pensamento de igualdade perante Deus escreveram que o próprio, criou os homens em posições altas ou baixas, perante a sociedade.
Apenas no século XVIII a questão tornou-se um problema, e no ano de 1754 a academia de Dijon levantou um concurso sobre a desigualdade social, que gerou o trabalho de Jean-Jacques Rousseau, que buscou a solução em um fenômeno social, que era as desigualdades na propriedade privada, Rousseau acabou não vencendo o concurso, mesmo assim seu trabalho foi reforçado pelo escocês Millar um pouco depois, e pelo alemão Friedrich Schiller. Com esses trabalhos começa uma política de pensamento e investigação, que teve seu primeiro apogeu com Karl Marx no século XIX, ao mesmo tempo em que começa também a história da sociologia, com o tratamento científico para um problema específico.
Com o tempo as desigualdades foram caracterizadas em três principais formas, as castas, os estamentos e as classes sócias. Quanto às castas destaca-se o trabalho de Weber, em que o pensador alemão, enfatiza que esta obedece a uma forma específica de organização, em que há uma clara definição do papel do individuo em dada sociedade, em que membros de uma casta poderiam exercer determinadas tarefas, enquanto membros de outras castas não poderiam. Nesse sistema os direitos são por natureza, desiguais, pois cargos públicos ou certas profissões, não seriam ocupados pela competência ou merecimento, mas sim pela hereditariedade.
Ainda hoje se pode observar o sistema de castas na Índia, onde esta tem um importante papel social e político. Uma característica bem marcante é que estratificação social é marcada pela hereditariedade, ou seja, o nascimento que irá definir a posição do individuo na ordem social. Assim, mesmo que duas pessoas tenham a mesma profissão ou cargo, isso não as coloca em posição de igualdade, já que são de castas diferentes. Os indivíduos de castas inferiores são considerados impuros e não podem prestar serviços a membros de castas superiores, pois se diz que tudo que tocam fica impuro (água, alimentos, roupas, etc.). A grande questão é que o sistema de castas entre os hindus envolve não só elementos políticos e econômicos, mas questões culturais seculares e a combinação entre esses elementos forma uma organização social no processo de construção das desigualdades sociais.
Já entre os séculos IX e XIV, a sociedade feudal europeia tinha sua organização social baseada em estamentos: nobreza, clero e servos. Os estamentos eram organizados pela honra, linhagem e hereditariedade e a hierarquia baseava-se nos valores culturais e na tradição. A sociedade feudal exigia que cada estamento desempenha-se uma função necessária à manutenção do grupo, estes por sua vez garantiam privilégios para alguns indivíduos ligados à honra. Os que dominavam (nobreza e clero) eram os que se destacavam naquela sociedade. As atividades guerreiras, sacerdotais e da administração pública, assim como a propriedade de terras, eram privilégios dos estamentos dominantes. A relação existente entre servos e senhores feudal fundava-se nos laços entre servir e proteger. A servidão garantia a proteção do senhor feudal e impedia que o servo fosse desamparado por lei. A sociedade estamental mantinha-se como base numa relação pessoal de fidelidade e submissão à Igreja, mantida pelo proveito tirado da exploração do trabalho servil. O senhor feudal era subordinado ao rei e na base ou estamento inferior ficava o servo. Vale lembrar que do servo ao rei todos eram ligados por obrigações e fidelidade.
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