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RESENHA CRÍTICA DO FILME: QUANTO VALE OU É POR KILO?

Por:   •  22/4/2018  •  Resenha  •  1.164 Palavras (5 Páginas)  •  840 Visualizações

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CURSO: Serviço social- 6º- Período- MA.

DISCIPLINA: Políticas Sociais Setoriais.

DOCENTE: Harim Britto

 DISCENTE: Glaucia Oliveira.

RESENHA CRÍTICA DO FILME: QUANTO VALE OU É POR KILO?

 O filme de Sérgio Bianchi relata várias histórias que demonstram à dura e fria realidade sócio-histórica do Brasil desde o seu passado escravocrata até aos dias atuais. As cenas apresentadas têm casos verídicos que foram tirados do Arquivo Nacional e que indignam, chocam a todos que prezam pelos direitos humanos. São casos que hoje visto de forma mais camufladas, porém que ferem a dignidade da pessoa humana. 

No início do filme uma personagem com o nome de Joana Maria da Conceição (escrava alforriada) tem seu escravo roubado por um “cidadão”, a quem chama de branco ladrão. Contraditoriamente, apenas ela é julgada e condenada à prisão ou pagar uma fiança de 15 mil réis por perturbação da ordem em área residencial, ofensas morais e raciais... (Extraído do Arquivo Nacional, 1799, rio de Janeiro, Vice-Reinado, Caixa 490).

Hoje, o separatismo dos ricos ainda existe, a lei é legal, mas muitas vezes não é real. A discriminação racial não é algo palpável, mas está presente em todas as esferas da vida de quem sofre preconceitos... Sejam eles raciais ou de classe social. Pobres e pretos ainda são excluídos, quem nunca ouviu uma piada sobre eles?

A elite, a classe dominante também está por trás do Terceiro Setor, vestem uma fantasia de compaixão pelos “pobres miseráveis”, mas ainda exploram, pois o que querem é lucrar e ainda sair bem na “fita ou na foto”, para mostrar que são solidários. Uma frase do personagem de Herson Capri chama atenção para esta realidade quando ele diz que: quem financia a solidariedade hoje está preocupado com o retorno. E algumas vezes o retorno é visibilidade nas mídias, apoio financeiro, lucros e até uma “consciência limpa” por estar doando, “ajudando”. Isto é verificado no filme em uma cena que a personagem Marta Figueiredo escolhe crianças, como se escolhesse pão na padaria... a seu gosto para participarem de uma propaganda com brinquedos na mão, doados naquele momento. Outras cenas mostram como tem crescido esse Terceiro Setor e os benefícios que recebem em troca desse seu desprendimento de “amor” sem “fins lucrativos” pela causa social. ONGs, que visam e vivem em função do lucro, não são ONGs, mas empresas capitalistas.

A corrupção no superfaturamento dos computadores para população carente também é mostrada e as conseqüências de quem intervêm para denunciar estes abusos... Como diz o ditado popular: “a corda sempre arrebenta para o lado mais fraco”, pois em busca do lucro ou em nome da ganância muitos se corrompem.

 O 3º Setor tem movimentado muito capital à custa de algumas expressões da questão social, e nas últimas décadas, gerado empregos, mas contraditoriamente tem precarizado o trabalho, a exemplo disso se pode citar o “ser voluntário”, “o fazer o que o profissional faria” por um valor -x que desqualifica o trabalhador que quer vender a sua força de trabalho por um valor xx... O que só aumenta a extração da mais valia também neste Setor supracitado.

Seja no passado ou no presente, às vezes a ocasião faz o ladrão ou o assassino. Candinho um dos personagens que a mulher está grávida, e ele desempregado tornasse um criminoso, matador de aluguel que assim como o capitão do mato persegue e mata seus semelhantes em busca de uma falsa segurança que com certeza não lhe garantirá o tão sonhado “paraíso... Fiscal.” Todavia, uma reflexão se faz necessária: Se o indivíduo que está na classe dominante, possui riquezas se corrompe, o que dizer dos Candinhos da vida que podem alegar não terem tido alternativas e que foram pressionados a roubar, matar e destruir... No caso, destruir famílias que perdem seus entes queridos, que muitas vezes era quem sustentavam a casa, o que pode vir a gerar mais crimes... E o ciclo continua, nestes casos fica a indagação: A quem culpabilizar? O indivíduo? O Estado? O sistema capitalista? Qual seria a solução? Abertura de mais presídios onde eles vão pegar o “diploma de graduação no curso de marginalização?

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