Resenha "A classe operária vai ao paraíso"
Por: RaisaKlein • 7/11/2015 • Resenha • 588 Palavras (3 Páginas) • 1.197 Visualizações
Nome: Raisa Ramirez Medina Klein
Matrícula: 20141103022
Serviço Social – 4º período
Resenha crítica do filme “A classe operária vai ao paraíso”
O que mais chamou a minha atenção no filme “A classe operária vai ao paraíso”, foi a alienação do personagem principal, o Lulu.
O filme faz várias críticas sobre assunto, inclusive quando ele diz que produz uma peça mas não sabe para que serve, do que se trata e para onde vai.
Marx define isso em “O Capital” como: O trabalhador é estranho ao produto de sua atividade, que pertence a outro. Isto tem como consequência que o produto se consolida, perante o trabalhador, como um “poder independente”, e que, “quanto mais o operário se esgota no trabalho, tanto mais poderoso se torna o mundo estranho, objetivo, que ele cria perante si, mais ele se torna pobre e menos o mundo interior lhe pertence”.
É alienado também na maneira como trabalha na fábrica. Ele literalmente só trabalha – acha ótimo ser melhor que os outros operários – e esquece da relação social, pois se conversar vai produzir menos peças.
Outro ponto que ficou muito evidente no filme, foi a exploração da força de trabalho, com os operários “entrando no escuro e saindo também no escuro, sem ver a luz do sol”.
“Importa assinalar, antes de mais, que a acumulação de capital depende da exploração da força de trabalho (...) Ou seja, quanto maio a exploração da força de trabalho, maior será a mais-valia e a acumulação.” (NETTO, BRAZ. Economia política, p. 127)
Os capitalistas não ligavam se a classe trabalhadora não tinha uma vida social, uma família para cuidar, um tempo para lazer etc. Eles apenas pensavam na mais-valia e no dinheiro que ganhariam em cima daquelas “máquinas”, que foram no que os operários se tornaram.
“O objetivo da organização monopolista é duplo – obter lucros acima da média (lucros extraordinários monopolistas) e escapar dos efeitos da tendência à queda da taxa de lucro. Para isso, entre outros procedimentos, é necessário um incremento da exploração dos trabalhadores; o monopólio realiza de fato esse incremento”. (NETTO, BRAZ. Economia Política, p.188)
O trabalhador vira realmente uma máquina de trabalho nas mãos dos capitalistas, e não recebem nada a mais para isso. Se recebem uma esteira “para ajudá-los”, como no filme, com mais um processo de alienação os operários ficam felizes e trabalham mais e melhor, achando que o trabalho está sendo reconhecido. Enquanto isso o lucro sobe com a mais-valia.
“Novos processos de trabalho emergem, onde o cronômetro e a produção em série de massa são “substituídos” pela flexibilização da produção, pela “especialização flexível”, por novos padrões de busca de produtividade, por novas formas adequação da produção à lógica do mercado.” (RICARDO ANTUNES, Adeus ao Trabalho¿, p. 24)
No filme, podemos ver o tempo todo que cronometravam o trabalho de cada um, contadas em quantas peças produziam. Com a flexibilização, colocaram a esteira para “facilitar o trabalho dos operários”, mas na verdade era só para ser mais rápido, criar mais produtos e ter mais lucro.
Leo Huberman explica isso no livro História da riqueza do homem: As máquinas, que podiam ter tornado mais leve o trabalho, na realidade o fizeram pior. Eram tão eficientes que tinham de fazer sua mágica durante o maior tempo possível. Para seus donos, representava tamanho capital que não podiam parar – tinham de trabalhar, trabalhar sempre. Além disso, o proprietário inteligente sabia que arrancar tudo da máquina, o mais depressa possível, era essencial porque, com as novas invenções, elas podiam tornar-se logo obsoletas. Por isso os dias de trabalho eram longos, de 16 horas. (p.163)
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