Resumo - Cotidiano, Serviço Social e sua dimensão ideopolítica
Por: Fe Ad • 30/6/2016 • Resenha • 928 Palavras (4 Páginas) • 775 Visualizações
Resumo
GUAZZELLI, Amanda; ADRIANO, Ana Lívia. Cotidiano, Serviço Social e sua dimensão ideopolítica: prospectivas de ação. Movimentos Sociais e Serviço Social: uma relação necessária. São Paulo: Cortez, 2014. p. 214-229.
Alguns apontamentos sobre a vida cotidiana
Para a apreensão da vida cotidiana é necessário uma assimilação dos componentes histórico-sociais que a define. Partindo de Heller (1991, p. 19), “[...] a vida cotidiana é o conjunto de atividades que caracterizam a reprodução dos homens particulares, os quais, por sua vez criam a possibilidade da reprodução social”. As autoras assinalam que é recorrente a atribuição equivocada do conceito de vida cotidiana como sinônimo de dia-a-dia, banalizando sua complexidade e justificando a possível intervenção profissional limitada. Como, por exemplo, nos campos de atuação do Serviço Social, já que a profissão responde às suas necessidades urgentes, integrando o processo de reprodução das relações sociais através da reprodução de uma dada cotidianidade.
Sob esta perspectiva, a produção e transformação do mundo, bem como o processo de desenvolvimento do homem (como ser social), tem no trabalho sua atividade fundante, que resulta na reprodução social. O homem cria um conjunto de objetivações (produção de necessidades) que se satisfazem como expressão de escolhas feitas a partir do que existe e do que foi acumulado, ou seja, expressão de causalidades. A decisão entre as opções de escolha (e sua execução) para sanar as necessidades presume o movimento teleológico do alcance da objetivação, cujos reflexos à humanidade podem ser entendidas considerando a causalidade como dado ontológico constitutivo da existência social.
A reprodução da singularidade humana estabelece a possibilidade da reprodução social, num processo dialético e histórico de (re)produção do “pequeno mundo” ou “ambiente imediato” e do “grande mundo” (termos de Heller). O “pequeno mundo” ou “ambiente imediato” equivale ao espaço e tempo em que os homens singulares se apropriam do mundo ao mesmo tempo que o formam, dando a objetivação da singularidade na vida cotidiana. O cotidiano ao ser campo da singularidade e sua reprodução, é campo de formas de objetivação nas quais o homem produz e responde às suas necessidades de existência, produzindo e reproduzindo. A vida cotidiana consiste nas atividades (marcadas pelos produtos, usos e linguagens) que caracterizam a reprodução da singularidade humana. São componentes das objetivações, entre outros: os produtos como coisas úteis que satisfazem necessidades, os usos que assinalam comportamentos e modos de ser e a linguagem como meio de intercâmbio entre os homens (grifos nossos). O “ambiente imediato” é expressão do “grande mundo”, e por isso, guarda traços da universalidade, manifestando a composição do ser social e suas formas de reprodução por meio de objetivações diferentes.
Lutas sociais na cotidianidade do tempo presente
Requer, para o desenvolvimento da sociedade burguesa, fontes de dominação, controle de necessidades e liberdade, desenvolvimento de um aparato científico e tecnológico necessários à sua reprodução econômica, política, social e ideológica. No capitalismo, o monetarismo neoliberal assume posição de orientador ideológico, tornando-se força máxima do projeto hegemônico do capital. Toda essa conjuntura do sistema capitalista impacta brutalmente na reprodução dos trabalhadores.
Como forma de enfrentamento é fundamental formular projetos alternativos à dominação burguesa. Isso pode ser viabilizado por uma das formas mais ricas de construção de possibilidades: a política. Para as autoras política é a construção humana que responde dialeticamente à contradições e necessidades históricas, ademais, proporciona conexões entre o “pequeno mundo” e o “grande mundo”, a medida
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