Resumo Reflexivo do Filme Batismo de Sangue
Por: Josilene Meneses Freitas • 14/12/2016 • Resenha • 1.004 Palavras (5 Páginas) • 2.072 Visualizações
FACIG/PROINSO
UNINACIONAL – ASPROSER
Serviço Social – VII Semestre
Disciplina: Classe e Movimentos Sociais
Professor: José Tonyzew Sales
Aluna: Maria Josilene Meneses Freitas
Amontada – CE, 23 de novembro de 2016.
Resumo reflexivo do Filme: Batismo de Sangue[1]
FICHA TÉCNICA[2]
Batismo de Sangue (2006 – Brasil – Lançado em 20 d abril de 2007 - 110 min)
Direção e Produção: Helvécio Ratton
Elenco: Caio Blat, Daniel de Oliveira, Marcelia Cartaxo, Odilon Esteves, Ângelo Antônio, Cássio Gabus Mendes, Marku Ribas, Murilo Grossi.
O filme Batismo de Sangue é baseado na história real recente de nosso país, que começou em dia 31 de março de 1964, com a chegada dos militares ao poder no Brasil através de um golpe de estado, implantando uma ditadura que durou até 1985 e colocou fim ao mandato do presidente João Goulart, que por sua vez havia assumido o cargo após a renúncia de Jânio Quadros, ambos eleitos democraticamente em 1960. Em 1968, o então presidente Arthur da Costa e Silva promulgou o Ato Institucional número 5 (AI-5) que cassou mandatos de deputados, senadores, prefeitos e governadores, fechou o Congresso Nacional por tempo indeterminado e proibiu reuniões e manifestações públicas, entre outros abusos contra os direitos democráticos dos cidadãos brasileiros.
O longa metragem retrata a história de cincos frades que sofreram perseguição, cadeia, tortura e exílio como muitos outros cidadãos brasileiros no período ditatorial, quando muitos também foram mortos. Na cidade de São Paulo, no final da década de 1960, mais precisamente após 1968, o convento dos frades dominicanos lutava na clandestinidade contra a ditadura Militar no Brasil e tornou-se uma das mais fortes resistências à essa ditadura. Movidos por ideais cristãos, os frades Tito, Betto, Oswaldo, Fernando e Ivo, passam a apoiar logística e politicamente o grupo guerrilheiro Ação Libertadora Nacional, comandado por Carlos Marighella. O grupo de frades decide separa-se após uma conversa com Frei Diogo, porque era cada vez mais evidente que as forças opressoras estavam cientes da participação dos frades nos movimentos de oposição ao governo. Assim, ficou clara a necessidade de dispersão do grupo a partir de então. Frei Oswaldo foi mandado para a Europa, pois era considerado aquele que mais corria perigo, pois era ele que fazia a ponte entre os frades e o líder Marighela. Frei Ivo e Frei Fernando partiram para o Rio de Janeiro, onde são surpreendidos e torturados por oficiais brasileiros que, acusando-os de traidores da igreja e traidores da pátria, perguntam por informações sobre o local de reunião do grupo para a posterior captura e execução de seu líder, Carlos Marighella. Após sofrerem muita tortura, os frades informam aos policiais o horário e o local de reunião do grupo, onde Marighella costumava receber recursos oriundos dos frades. O líder foi então surpreendido e executado por policiais do DOPS paulista, sob o comando do delegado Sérgio Paranhos Fleury. Pouco dias depois da prisão de Ivo e Fernando, Frei Tito também foi preso dentro do próprio convento dos dominicanos e bastante torturado de diversas formas: submetido ao pau-de-arara, a choques elétricos nos ouvidos e genitais, a socos, pauladas, palmatórias e queimaduras de cigarro, entre outras perversidades. Em certa ocasião, foi lhe ordenado que abrisse a boca para receber a “hóstia sagrada” – que era dois eletrodos com corrente elétrica. Teve a boca queimada a ponto de não conseguir falar. Tentou suicídio, cortando-se com uma gilete. Os militares, no entanto, o mantiveram vivo e sob tortura psicológica. O principal torturador foi o delegado Fleury. Enquanto isso Frei Betto, refugiava-se no interior do Rio Grande do Sul, mantendo-se informado pelos jornais e por alguns apoiadores sobre o que estava acontecendo com seus companheiros, que já haviam sido capturados, inclusive soube pelos jornais da morte do líder Marighella. Já tendo seu esconderijo ameaçado, na fuga foi traído por um aliado, sendo preso e unindo-se ao restante do grupo no presídio de Tiradentes, em São Paulo. Os frades são posteriormente julgados e sentenciados a quatro anos de reclusão em regime fechado. A única exceção foi Frei Tito, que foi libertado juntamente com outros presos políticos, em 11 de junho de 1970, e enviado para o Chile como parte de um grupo de presos políticos trocados pelo embaixador suíço Giovani Bucher[3]. Tito jamais conseguiu se livrar dos fantasmas de seus torturadores e, anos depois, já vivendo em exílio num convento na França, decidiu pôr fim ao seu sofrimento cometendo suicídio por enforcamento. Frei Oswaldo que vivia na Europa há muitos anos acompanhou de perto toda a dor e sofrimento psicológico de Frei Tito quando o mesmo passou a exilar-se na França.
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