Síntes Capital e Fetiche - Iamamoto
Por: vlsazevedo • 2/5/2015 • Resenha • 1.581 Palavras (7 Páginas) • 594 Visualizações
IAMAMOTO, Marilda Villela. Serviço Social em tempo de Capital fetiche: capital financeiro,
trabalho e questão social. – 4.ed. – São Paulo: Cortez, 2010.
DA INTRODUÇÃO – ILUMINANDO AS APROXIMAÇÕES QUE ESTÃO POR VIR...
O valor produzido anualmente divide-se em capital e rendas (renda do solo, lucro e salário).
Mistificação do processo social de produção, alienando-se das fontes de rendimento: capital-juro, terra-renda e
trabalho-salário. Não são independentes entre si, mas são partes do trabalho social materializado. Estão
vinculadas tanto na esfera da produção como na esfera da circulação.
Dos problemas que encobrem e mistificam então o modo de produção:
1) Trabalho e reprodução das relações sociais são tomadas como um dado apenas e não como um
problema;
2) Redução do trabalho ao trabalho concreto (processo técnico-material), esvaziado da compreensão de
trabalho abstrato;
3) Segmentação entre a produção (como se fosse apenas o antigo trabalho fabril) e a reprodução (restrita
apenas a um dos seus elementos que é a reprodução da força de trabalho);
4) Trabalho restrito ao trabalho material na sua transformação imediata da natureza.
Todos esses problemas incidem na nossa arena profissional – como se o Serviço Social não estivesse nesse
emaranhado, “elidindo, entretanto, suas implicações no circuito da produção e distribuição do valor e/ou da
mais-valia” (p.31).
Necessidade então do resgate da teoria do valor trabalho. Lembrando que trabalho concreto produz valor de
uso, satisfaz necessidades sociais da fantasia e do estômago. E o trabalho abstrato supõe igualação social de
diferentes tipos de trabalho, que se realiza na forma especifica de igualação dos produtos do trabalho na troca.
No processo de troca o trabalho privado se confirma como trabalho social – o que supõe um equivalente geral
que é o dinheiro, que permita trocar trabalho privado por outro trabalho privado. Esse trabalho privado só se
mostra social por meio de valor de troca, que o revela como trabalho abstrato, parte de uma mesma massa social
homogênea.
Valor de troca não é mero assessório na leitura de qualquer tipo de especialização do trabalho, não é suficiente
pensar o trabalho do assistente social, portanto, como mero trabalho concreto.
No intuito de desvendar os fetiches presentes no processo de produção e reprodução do capitalismo como
relação social, são consideradas (final da p. 32):
1) Produtividade do capital – como e por meio de que – o trabalho se manifesta como trabalho produtivo
e improdutivo;
2) Propriedade e renda fundiária;
3) Ápice da fetichização presente no capital-dinheiro que rende juros, o capital fetiche.
Esse ápice da fetichização é a representação da propriedade do dinheiro como meio ou forma de apropriação do
trabalho à margem, fora do processo de produção. “O capital dinheiro aparece na superfície numa relação
consigo mesmo, como fonte independente de valor, pois o juro aparece brotando da mera propriedade do
capital” (p.34).
Juro - parte da mais-valia, assim como lucro.
No empréstimo: é peculiar à circulação do capital como mercadoria; é uma transação jurídica; a propriedade do
capital não é cedida, não há compra e venda; há uma cessão provisória do capital com posterior reembolso
valorizado que é o seu valor acrescido de mais-valia sob a forma de juro; o capital mantem sua relação original
com seu proprietário.
A taxa de juro é determinada pela taxa geral de lucro e suas flutuações, mas com o desenvolvimento do sistema
de crédito, a taxa de juro torna-se independente da taxa de lucro.
Crédito: passa a ser condição do fluxo ininterrupto da produção; da redução do tempo de circulação; da
ampliação da capacidade de consumo; de media e nivelamento da taxa de lucro; estimula a especulação sem
limites e mantem separado o ato de compra e venda; é especulativa porque aposta na receita esperada calculada
por antecipação. “Eleva a ordem capitalista a sua forma suprema, aproximando-a de sua dissolução para
decepção dos ilusionistas da circulação” (p.36)
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Material elaborado por Vanessa Azevedo
CAPITULO I – A SOCIABILIDADE NA ÓRBITA DO CAPITAL: INVISIBILIDADE DO TRABALHO E
RADICALIZAÇÃO DA ALIENAÇÃO
2. DESVENDANDO O CAPITAL FETICHE: A VISIBILIDADE DO TRABALHO E OS PROCESSOS DE
ALIENAÇÃO
Possível tese: As relações sociais ficam escondidas pela “trindade econômica” que apresenta as fontes de rend a do
modo de produção capitalista, segmentadas ente si, como se fossem independentes do trabalho produtivo, criador da
mais-valia. Esta “trindade” é representada sob a forma de lucro industrial e comercial i, renda fundiária ii e juro iii. “Partes
do mesmo trabalho social
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