Trabalho Semelhanças e Diferenças

Semelhanças e diferenças

Ao longo das trajetórias pessoais e profissionais de Jane Addams e de Mary Richmond, a gente pode identificar algumas semelhanças e diferenças entre seus pensamentos.

De início, as semelhanças se dão no tempo em que ambas viveram, entre o final do século XIX e o início do século XX, época em que estava propícia a reformas sociais, num país em construção e em plena revolução industrial –EUA.

As duas se mostraram preocupadas com a questão social, principalmente com os efeitos do capitalismo nas camadas mais frágeis da sociedade (imigrantes, pobres, mulheres, crianças...), essa preocupação se voltou para a criação de ações e organizações sociais, como settlements e/ou na reorganização das COS 

Porém, suas histórias também têm diferenças.

Jane foi uma ativista política que lutava pelos direitos cívicos e políticos das mulheres, crianças e outros grupos vulneráveis e sua ação foi reconhecida mundialmente, ganhando assim o Prêmio Nobel da Paz.

Participou ativamente no desenvolvimento do movimento feminista de primeira vaga. 

A sua visão objetiva fez com que ela construísse organizações de ação social de caráter comunitário em bairros pobres, algo novo para a época.

Mary Richmond, terminou seus estudos básicos e já começou a trabalhar em organizações sociais como secretária e depois como visitadora social. E foi nesse momento que ela conheceu a realidade social e sentiu a necessidade de fazer “caridade” ou “assistência” de outro jeito, de forma mais ordenada. Ela tinha uma visão reformista, porém o seu o jeito de transformar era através do conhecimento “científico” e não político.

Para Mary, a ação social precisava ser feita por profissionais com estudos específicos para assim poder atuar em realidades sociais complexas.

Reformulou a ação social das organizações de solidariedade, as COS, e participou na fundação da primeira escola de filantropia de Nova Iorque, instaurando a profissão de Serviço Social lá.

Contribuiu para a profissionalização da profissão para a melhoria da formação, criou instrumentos de trabalho e publicou obras que ainda hoje são uma referência para o Serviço Social.

A primeira autora, foca em uma visão crítica, se preocupando com a ação junto das populações, com os direitos das minorias e com a melhoria da sua qualidade de vida. Já a Mary, está ligada à etnologia (estudo ou ciência que estuda os fatos) e ao pragmatismo para a construção de dinâmicas científicas baseadas nas provas das práticas junto das populações. Ela criou uma nova profissão e integrou-a na divisão sociotécnica do trabalho.

Jane introduziu no Serviço Social caritativo uma dimensão politizada, traduzida numa visão reformista e crítica das normas instituídas. O Serviço Social lutava para proteger as minorias das injustiças. Mary Richmond introduziu no Serviço Social caritativo uma dimensão científica reformista e profissionalizou a assistência social. Construiu uma teoria e uma prática ligada ao conhecimento.

O que se destaca nas autoras é o desejo de pesquisar, o impulso científico e reformista na análise da realidade social.