A Células tronco no conceito da bioética
Por: rafamartins322 • 30/9/2015 • Trabalho acadêmico • 1.596 Palavras (7 Páginas) • 212 Visualizações
CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO
Curso de Biomedicina
Aline Oliveira
Anna Laura Guercio
Gabriela Ferreira
Graziele Tavares
Rafaela Martins
Estudo sobre células tronco no conceito da bioética
São Paulo
2015
- INTRODUÇAO
O estudo com células tronco surgiu a partir do interesse em biologia molecular desde o advento dos microscópios em 1800. No início de 1900, pesquisadores europeus perceberam que existem vários tipos de células do sangue por exemplo, glóbulos brancos, glóbulos vermelhos e plaquetas, todas originavam-se de uma particular célula, as " células-tronco".
No século XX vários embriologistas, entre eles os alemães Hans Spermann e Jacques Loeb, começaram a decifrar os segredos das células-tronco por meio de experimentos com células de embriões, em busca de tratamentos para muitas doenças.
Todos os 200 tipos celulares distintos encontrados entre as cerca de 75 trilhões de células existentes em um homem adulto, derivam das células precursoras denominadas células-tronco (células-mãe). São células mestras que têm a capacidade de se transformar em outros tipos de células, incluindo as do cérebro, coração, ossos, músculos e pele. O processo de geração das células especializadas - do sangue, dos ossos, dos músculos, do sistema nervoso e dos outros órgãos e tecidos humanos - é controlado pelo genes específicos na célula-tronco. Compreender e controlar esse processo é um dos grandes desafios da ciência na atualidade.
O progresso na pesquisa de células-tronco cresce de maneira acelarada, mais de 3.000 trabalhos de pesquisa com células-tronco embrionárias e adultas estão sendo publicados em revistas científicas conceituadas a cada ano.
A pesquisas com células-tronco embrionárias em humanos, esbarra em várias questões éticas e religiosas, o que não ocorre com a utilização de células-tronco adultas que já estão sendo utilizados em várias condições há mais de 40 anos como exemplo, o transplante medula óssea para leucemia.
As evidências demonstram que a células tronco adultas têm efeito benéfico em várias outras doenças como as neurológicas, endocrinológicas, imunológicas, reumatológicas, dermatológicas, etc, e que por ser células do próprio organismo, não existe o problema da rejeição ou incompatiblidade.
A pesquisa tem como objetivo discutir a respeito das células tronco no contexto da bioética utilizando o método de pesquisa de campo.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 Histórico da bioética
A limitação da bioética à área biomédica, contrariando a característica essencial desse campo, acarretou em sérias implicações, pois a bioética passou a ser vista quase como um assessório dos códigos deontológicos, destinado a regular falhas, arbitrar sobre conflitos éticos, minimizar os danos da pesquisa e a aplicação ética das biociências e da biotecnologia.
A criação de técnicas que permitem a fecundação fora do corpo feminino inaugurou uma série de novas situações para as quais a reflexão ética se mostra fundamental. Um dos maiores desafios éticos das novas tecnologias reprodutivas diz respeito a pessoas e embriões que não estarão envolvidos na configuração familiar viabilizada pela reprodução assistida.
A fertilização in vitro (FIV) é o procedimento que propiciou o surgimento do embrião extracorporal. Esta tecnologia permite a criação de embriões em laboratório para posterior implantação no útero da mulher. Desse modo, pode-se identificar, em termos gerais, a FIV como procedimento que cria embriões fora do corpo feminino. Nesse processo, recorrentemente são produzidos mais de quatro embriões por procedimento, quantidade máxima estipulada pela norma médica para a implantação de embriões no útero com segurança para a mulher e para os futuros fetos.
O excedente não transferido para o corpo feminino não pode ser destruído e obtém destinação a partir da decisão dos genitores (Resolução CFM nº 1358/92). Essa produção supranumerária de embriões visa cobrir possíveis falhas e perdas nas diversas etapas que compõem os procedimentos de reprodução assistida. Devido à impossibilidade de controlar esses eventos, a solução encontrada foi a superprodução de óvulos – por meio da hiperestimulação ovariana – e de embriões.
A maior polêmica gerada pela terapia com células tronco é na obtenção de embriões para o uso em terapias, pois são desses embriões que são retiradas as células tronco embrionárias. Embora o embrião seja muito novo, cerca de cinco dias, e não estar dentro do útero, existe o debate sobre se este embrião já pode ser considerado uma pessoa e portanto deve ser protegido pela moralidade.
2.2 Conceituação
As células-tronco são células capazes de auto renovação e diferenciação em muitas categorias de células. Elas também podem se dividir e se transformar em outros tipos de células. Além disso, as células-tronco podem ser programadas para desenvolver funções específicas, tendo em vista que ainda não possuem uma especialização. Basicamente, as células tronco podem se autorreplicar, ou seja, se duplicar, gerando outras células-tronco, ou ainda se transformar em outros tipos de células.
São encontrados dois tipos de células tronco:
- Células tronco embrionárias que têm a capacidade de se transformar em qualquer tipo de célula adulta. São encontradas no interior do embrião, quando ele está no estágio conhecido como blastocisto (4 a 5 dias após a fecundação).
- Células tronco adultas que são células obtidas, principalmente, na medula óssea e no sangue do cordão umbilical, mas cada órgão do nosso corpo possui uma quantidade de células-tronco que é responsável pela renovação das nossas células ao longo da vida. Elas têm capacidade de se dividir e gerar tanto uma nova célula idêntica e com o mesmo potencial, como outra diferenciada
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