A Demarcação Científica
Por: 14082012 • 5/3/2016 • Trabalho acadêmico • 758 Palavras (4 Páginas) • 881 Visualizações
A demarcação científica tem a preocupação em identificar características essenciais que distinguem e separam a ciência do que não é ciência. Para Demo não seria não são ciência a ideologia e senso comum. Mas não há limites rígidos entre tais conceitos, pois eles geralmente estão ligados um ao outro.
O senso comum e ideologia muitas vezes estão dentro da ciência, pois não é possível dominarmos toda a realidade e ter conhecimento específico sobre tudo e por que o conhecimento é influenciado por interesses, já que não existe ator social neutro.
Um conhecimento é considerado científico, quando segue um método científico ou os critérios de cientificidade. Os critérios são internos e externos. Os internos fazem parte da própria composição da ciência, são imanentes. Os externos são atribuídos de fora.
Destacam-se como critérios internos: Coerência: argumentação lógica, bem estruturada, sem contradição; Consistência: resistente a argumentações contrárias; Originalidade: trabalho criativo, original e Objetivação: tentativa de conhecer a realidade tal como é, evitando colocar ideologias, valores e opiniões do pesquisador.
O critério externo é a intersubjetividade, “significando a opinião dominante da comunidade científica em determinada época e lugar.” é considerado externo, pois a opinião é algo atribuído de fora, por mais que venha de um cientista ou especialista na área. Demo ressalta, no entanto, que a intersubjetividade é tão importante para a ciência quanto os critérios internos, ditos de qualidade formal.
A demarcação
científica também está relacionada com a ciências sociais ser imitativa das ciências exatas ou ter o seu próprio método. Toda via o autor não acredita nessa dicotomia, pois a
realidade social e construída pelo ator político humano e o sujeito se distingue do
objeto.
Assim o papel do pesquisador (cientista) é “estudar, pesquisar, sistematizar, teorizar,
não intervir, influenciar, tomar posição”. “Retrata, descreve, dimensiona, mas não
propõe, nem contrapõe, por que seria coisa de político “O cientista faz aquilo que é feito
com método, não importando o que se faz
A ideia de objeto construído significa, que a ciência não trabalha com objetos dados, mas sim na construção de um objeto, não trabalhamos com a realidade puramente dita, mas sim com aquela que conseguimos enxergar,pois nós como cientistas não captamos a realidade como ela é, mas como a vemos. Nós interpretamos a realidade, pois é na interpretação que está a identidade do cientista, pois mediante o mesmo fenômeno pode ser visto de forma diferente, dependendo do olhar de cada cientista, pois cada um vai interpretar a seu modo.
O que leva a ciência investigar o objeto construído é o fato de que o mesmo possui interesses da sociedade, da estrutura dominante, a ciência não investiga fenômenos do acaso, ela prefere aquilo que é notório na sociedade como relevante e importantes.
Quando estudamos o fenômeno, consequentemente o dividimos, vemos em recortes, por isso não devemos esquecer que nenhuma definição que fizermos será tão rica e suficiente quanto o próprio fenômeno, ou seja, a realidade.
O objeto construído depende totalmente do seu construtor, porque a relação de ambas é dinâmica, dialética, como mutua influencia, pois é necessária a presença do interprete, e como consequência do seu contesto social.
Envolver uma teoria com o manto da verdade é atribui lhe características não realizável historicamente. Nada é mais prejudicial ao processo cientifico que o apego a enunciados evidentemente, não discutíveis.
A verdade é, pois , um conceito negativo, visto que diz muito mais que as teorias não são. A critica é precisamente a necessidade histórico estrutural de alternativas, que, movendo-se dentro de limites estruturais dados e de formas próprias, busca criar espaços outros, mesmo limitados, sobretudo as transformações históricas que ator político se coloca como relevante. Todo cientista, ao fazer ciência, saberá que não faz a ciência, mas oferece apenas um enfoque, um ponto de vista, um enfoque, um ponto de vista, uma interpretação, já que e próprio não passa de um cientista.
Existe entre teoria e pratica tensão tipicamente . A pratica só pode ser parcial porque está dentro de condições históricas objetivas e subjetivas. A teoria tende a ser absolutizante, como qualquer conceito que imagina valer para todos os casos concretos subsumido, independentemente de espaço e tempo.
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