A IMPORTÂNCIA DO SERVIÇO SOCIAL NO PROCESSO ONCOLÓGICO INFANTO JUVENIL
Por: YaraAlves • 29/4/2015 • Projeto de pesquisa • 4.673 Palavras (19 Páginas) • 342 Visualizações
I – Tema: A Importância do Serviço Social no Processo oncológico infanto-juvenil
II – JUSTIFICATIVA
O presente projeto esta sendo elaborado para fins do Trabalho de Conclusão de Curso. A temática deste projeto teve como base a experiência vivenciada nos Estágios I, II, III e IV do Curso de Serviço Social, o qual foi realizado na Casa de Apoio da Associação dos Amigos das Crianças com Câncer de Mato Grosso do Sul (AACC/MS).
A escolha da temática do projeto se deu através da necessidade de dar visibilidade à importância do processo de trabalho do Assistente Social a partir de sua inserção junto à equipe multidisciplinar, envolvida no tratamento dos pacientes oncológicos e seus familiares, já que os mesmos se encontram com fragilidades sociais e emocionais, decorrentes de uma doença crônico-degenerativa. Os pacientes têm histórias de vidas e estão inseridos em grupos familiares e sociais. Quando adoecem são mais do que portadores de patologias, continuam sujeitos únicos, sociais e de direitos.
A AACC/MS é uma entidade sem fins lucrativos, fundada no dia 29 de março de 1998, com finalidade de:
Oferecer condições para diagnóstico e tratamento de crianças e adolescentes com câncer de Campo Grande, de outros municípios, estados e crianças e adolescentes de países vizinhos com dupla nacionalidade. (RELATÓRIO ANUAL AACC, 1998, s.p.)
Ali mesmo foram definidos dois propósitos:
Criar condições para que as crianças e adolescentes com câncer fossem tratadas clinicamente, e;
Dar suporte material com hospedagem, alimentação, assistência à criança e adolescente com câncer e sua acompanhante, para que o tratamento pudesse acontecer. (RELATÓRIO ANUAL AACC, 1998, s.p.).
Após os propósitos serem definidos, foram traçadas as seguintes metas:
1ª Criar, imediatamente, a Casa de Apoio às Crianças com Câncer, e;
2ª Criar o CETOHI – Centro de Tratamento Onco Hematológico Infantil, tão logo se concluísse a primeira meta.
A Casa de Apoio foi criada para atender à criança e/ou adolescente com Câncer e sua acompanhante do sexo feminino, que não reside no município de Campo Grande/MS. Recebe crianças e adolescentes de 0 a 18 anos, residentes no interior do estado de Mato Grosso do Sul, outros estados e países vizinhos.
Com a existência de uma Casa de Apoio, foram possibilitadas condições para que a criança e/ou adolescente fossem atendidas na sua totalidade de necessidades no tratamento oncológico viabilizado pelo SUS – Sistema Único de Saúde, dando suporte material com hospedagem, alimentação, assistência à criança, adolescente e a sua acompanhante, com capacidade de assistir 20 crianças/dia durante todo o tratamento e acompanhamento oncológico.
O setor de Serviço Social da Casa de Apoio AACC/MS tem como finalidade, acolher a criança ou adolescente com sua respectiva acompanhante no momento de sua inserção na instituição. O Serviço Social é a porta de entrada da instituição. Visa acolher, orientar e informar crianças adolescentes e suas acompanhantes sobre seus direitos e deveres como cidadãos durante o tratamento oncológico, proporcionando assim, um ambiente de conforto e confiança neste momento de inúmeras mudanças no seu modo de vida.
O profissional de serviço social tem como objetivo oferecer apoio psicossocial, informar sobre os direitos e deveres aos pacientes e seus familiares, orientar sobre o tratamento, diagnosticar possíveis intercorrências, facilitar meios e caminhos aos familiares e pacientes através de orientações e informar sobre todos os possíveis percalços.
Desta forma, o profissional de serviço social deverá estabelecer ao paciente oncológico e seus familiares um elo de confiança baseado em fatos reais, possibilitando informar sobre o ponto do tratamento sem afetar suas expectativas.
O paciente e o familiar não podem e não devem ser atendidos isoladamente, mas sim junto aos profissionais atuantes neste segmento, desde a primeira consulta e possibilidade do diagnóstico, tratamento, acompanhamento e cuidados paliativos.
Neste sentido, o objetivo do estudo é analisar de que forma o profissional Assistente Social contribui para a garantia de direitos dos pacientes oncológicos e seus familiares a partir dos diferentes elementos que compõem o seu processo de trabalho, a fim de dar visibilidade à importância deste profissional junto à equipe multidisciplinar, bem como de sua contribuição para a qualificação do atendimento e tratamento aos pacientes oncológicos.
III –PROBLEMA E HIPÓTESES
3.1. Problema
De que forma o profissional Assistente Social contribui para a garantia de direitos dos pacientes oncológicos e seus familiares?
3.2. Hipótese
O Assistente Social contribui na questão das informações e direcionamento em relação ao tratamento, bem como, orientações sobre direitos de pacientes com câncer e inclusão de benefícios socioassistencial, auxiliando o mesmo durante o tratamento e seus familiares. O profissional do serviço social realiza um trabalho de orientação, informação e esclarecimento, ou seja, um trabalho de democratização, de resgate da cidadania numa prática baseada no compromisso com a qualidade dos serviços prestados aos usuários, socializando informações, desburocratizando serviços a fim de garantir direitos, bem como, participando da construção de uma assistência integrada em oncologia, através de atendimento qualificado, interdisciplinar e humanizado.
IV – OBJETIVOS
4.1. Geral
Coletar dados/informações com os usuários e profissionais, para que seja analisado de que forma o profissional contribui com o processo oncológico, e a garantia de direitos desses usuários.
4.2. Específicos
- Realizar entrevistas com as acompanhantes dos usuários;
- Realizar entrevistas com alguns profissionais da área multidisciplinar;
- Descrever a realidade social das acompanhantes entrevistadas;
- Comparar as entrevistas de cada acompanhante entrevistada;
- Sistematizar os pontos determinantes da pesquisa;
- Analisar os focos principais destacados durante a entrevista.
V – REFERENCIAIS TEÓRICOS PRELIMINARES
Nas duas primeiras décadas do século XX, enquanto as endemias ocupavam a atenção das políticas de saúde no Brasil, o câncer começava a despontar nos países desenvolvidos entre as doenças de maior taxa de mortalidade. No Brasil somente a partir da década de 30, é que viriam os investimentos na construção de um aparato hospitalar para tratamento e estudo do câncer. Sendo criado o Centro de Cancerologia, no Serviço de Assistência Hospitalar do Distrito Federal, no Rio de Janeiro.
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