A PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL NO HOSPITAL ANTONIO CARLOS MAGALHÃES DE CONCEIÇÃO DO JACUÍPE/BA

A PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL NO HOSPITAL ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (HACM) EM CONCEIÇÃO DO JACUÍPE/BA

Adenaildes dos Santos da Conceição Barbosa e Selma dos Santos Marques

Professora: Polyana Carvalho Pereira

Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Serviço Social (SES0367) – Seminário Interdisciplinar IV

26/10/2017

RESUMO

O Serviço Social tem sua ação constituída no âmbito das relações sociais, as quais sofrem mudanças constantes, nesse sentido, o profissional que atua na área da saúde, mais precisamente na área hospitalar, urgência, emergência e ambulatório, onde se dá o inesperado, precisa estar atento a realidade dos indivíduos e apropriar-se da instrumentalidade que é necessária para a resolução de cada situação, conflito/problema. O encaminhamento é o instrumento mais utilizado na atuação do assistente social dentro do hospital, o que requer do mesmo o uso de técnicas apropriadas para a detecção dos problemas dos usuários a fim de assegurar seus direitos. Para a realização deste trabalho foi utilizada como metodologia a pesquisa bibliográfica e a pesquisa de campo com entrevista semi-estruturada junto às assistentes sociais do Hospital Dr. Antonio Carlos Magalhães do Município de Conceição do Jacuípe/BA. As assistentes sociais enfrentam diversas dificuldades no seu cotidiano profissional e utilizam de instrumentos técnico-operativos e desenvolve ações, no sentido orientar os usuários dos seus direitos e deveres tornando-se uma ponte entre usuários e instituição.

PALAVRAS-CHAVE: Instrumentalidade, Serviço Social, Âmbito hospitalar.

1 INTRODUÇÃO

              Os assistentes sociais como profissionais da luta por uma sociedade mais justa e por direitos igualitários tem como princípios mediadores do desenvolvimento da prática profissional, os instrumentos técnico-operativos, que incidem em um conjunto de procedimentos técnicos fundamentais para a realização das ações profissionais e possibilitam vislumbrar as diversas expressões do objeto de intervenção.

              A instrumentalidade não diz respeito apenas ao uso dos instrumentos essenciais para a ação do assistente social, refere-se à propriedade da profissão que se apresenta no âmbito das relações sociais. Neste sentido, a instrumentalidade trata-se da essência da profissão, seja em sua composição objetiva ou subjetiva, na implementação e intervenção na questão social (GUERRA, 2007).

O assistente social atua na área da saúde, mais precisamente na área hospitalar que é foco deste trabalho, como agente de interação entre os níveis do Sistema Único de Saúde – SUS com as demais políticas sociais, o que requer do mesmo colocar sua capacidade a serviço da classe a qual está vinculado, tendo como instrumento básico de trabalho, a linguagem. O profissional deve desenvolver, ainda, atividades de natureza educativa, de incentivo e, deve se sustentar no conhecimento da realidade dos sujeitos para os quais é destinado e desenvolver atividades nas unidades de internação, emergência/urgências e ambulatórios, pois, ”A emergência/urgência é o lugar onde se dá o inesperado e o assistente social deve estar preparado para atender os diversos conflitos e orientar os pacientes de seus direitos sociais”. (ANJOS, et al, 2004).

A observação e escuta responsável, qualificada e reflexiva é um fator decisivo na detecção da necessidade do paciente ou familiar, daí a importância do assistente social no processo de humanização hospitalar na busca do bem-estar do usuário. Neste sentido, serão apresentadas as técnicas indispensáveis que antecedem o encaminhamento.

O objetivo deste estudo é analisar o trabalho do assistente social no Hospital Antonio Carlos Magalhães do Município de Conceição do Jacuípe/BA, desvencilhar as dificuldades encontradas no seu fazer profissional e os instrumentos utilizados com maior freqüência, com foco no mais aplicado na área hospitalar, o encaminhamento.

No desenvolver desta pesquisa foram utilizadas fontes bibliográficas e para maior embasamento foi realizada visita a referida instituição, na qual houve uma entrevista semi-estruturada junto às assistentes sociais e estudo exploratório, o que permitiu a observação do desenvolver do seu trabalho. Destarte, permitiu uma discussão baseada na realidade cotidiana das profissionais que intervém nas necessidades materiais e espirituais dos pacientes, ou seja, realizam um trabalho social.

2 A INSTRUMENTALIDADE NA AÇÃO PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL

              A instrumentalidade torna-se fundamental em qualquer tipo de intervenção, é algo indissociável do exercício da ação profissional. Neste sentido, o assistente social atua na busca da transformação da realidade apresentada no ambiente sócio-institucional, o que requer dele competência teórico-metodológica na teoria crítica em sua lógica de explicação da realidade social e compromisso teórico-político com os valores igualitários, no entanto, essas competências devem ser aliadas ao conhecimento da realidade, a fim de decifrar situações particulares e associar algumas técnicas que se somem na transformação da realidade, tanto das necessidades materiais, quanto espirituais na vida cotidiana dos indivíduos. Para Guerra (2007, p. 02):

A instrumentalidade é uma propriedade e/ou capacidade que a profissão vai adquirindo na medida em que concretiza objetivos. Ela possibilita que os profissionais objetivem sua intencionalidade em respostas profissionais. É por meio desta capacidade, adquirida no exercício profissional, que os assistentes sociais modificam, transformam, alteram as condições objetivas e subjetivas e as relações interpessoais e sociais existentes num determinado nível da realidade social: no nível do cotidiano.

Guerra (2007) complementa ainda, que todo ato de trabalho social requer instrumentalidade, uma vez que ele tem uma relação direta com o processo de atendimento às necessidades materiais e espirituais dos homens (por isso trabalho social). Nesta conjuntura que o trabalho transforma a realidade e representa material e socialmente a sociedade, permite a utilização, criação, e adequação às condições existentes e a transformação das mesmas em meios/instrumentos para concretização das intencionalidades, o que tornam suas ações portadoras de instrumentalidade.