A Partir das Análises de Lamamoto
Por: Thais Salcedes • 21/7/2023 • Trabalho acadêmico • 666 Palavras (3 Páginas) • 60 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - UFF
INSTITUTO DE HUMANIDADES E SAÚDE – IHS
DEPARTAMENTO INTERDISCIPLINAR DE RIO DAS OSTRAS – RIR
CURSO DE GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL
DISCIPLINA: Introdução ao Serviço Social SEMESTRE: 2018.2
PROFESSORA: Raylane R. Walker
ALUNAS: Thais Nascimento D. Salcedes e Janaína Dias Souza
QUESTÃO: A partir das análises de Iamamoto (2009) problematize a tensão existente entre estatuto assalariado e defesa do projeto ético-político profissional na realidade contemporânea.
O Serviço social vai encarar uma tensão entre a sua dupla determinação: seguir um estatuto assalariado e não perder a perspectiva ética política da profissão, sendo assim o assistente social vende a sua força de trabalho especializada a um empregador em troca de dinheiro para garantir seus meios de vida para implementar ações institucionais e o objeto de seu trabalho são as expressões da questão social que se expressam na vida dos que vivem do trabalho, dependendo das políticas definas pelos empregadores que estabelecem as demandas e as prioridades. O profissional precisa ser mediador dessa contradição no seu exercício profissional.
O trabalho do assistente social se desenvolve sobre relações sociais e permite certa flexibilidade. Embora o assistente social seja um trabalhador assalariado que lhe impõe limitações e lhe ditam demandas socialmente determinadas, seguindo parâmetros estabelecidos pelo contratante, consoantes normas institucionais e acordos formalizados no contrato do trabalho (IAMAMOTO, 2009, p.14), o serviço social tem seu projeto ético político que reconhece uma autonomia relativa, e a partir daí redirecionar seu trabalho para além do demandado pelo empregador.
O profissional precisa tomar cuidado para não atuar aos extremos, se deixando levar pelo messianismo não respeitando os limites da realidade, ignorando a demanda do empregador ou pelo fatalismo e acreditar que a realidade e as demandas já estão postas e não há possibilidades de alteração, pois trata-se de uma condição de trabalho que produz um duplo processo contraditório nos sujeitos assistentes sociais: de um lado o prazer diante da possibilidade de realizar um trabalho comprometido com os direitos dos sujeitos violados em seus direitos, na perspectiva de fortalecer seu protagonismo político na esfera pública; ao mesmo tempo, o sofrimento, a dor e o desalento diante da exposição continuada à impotência frente à ausência de meios e recursos que possam efetivamente remover as causas estruturais que provocam a pobreza e a desigualdade social. Por isso é importante sair da redoma de vidro que aprisiona os assistentes sociais numa visão de dentro e para dentro do Serviço Social, como precondição para que se possa captar as novas mediações e requalificar o fazer profissional, identificando suas particularidades e descobrir alternativas de ação. (IAMAMOTO 2000, p.20). Existe uma definição do trabalho profissional na contramão da autonomia relativa, os meios, os objetos e o trabalho estão previamente estabelecidos, porém o fazer profissional precisa ir além da demanda institucional e buscar compreender o movimento da realidade para que enxergue as possibilidades para a execução da sua intervenção.
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