A REALIDADE DOS IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS NO ABRIGO ANA RIBEIRO DE SERRA TALHADA (PE)
Por: gisellyoliveira • 5/6/2017 • Projeto de pesquisa • 2.515 Palavras (11 Páginas) • 1.258 Visualizações
AUTARQUIA EDUCACIONAL DE SERRA TALHADA - AESET
FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS DE SERRA TALHADA
BACHARELADO EM SERVIÇO SOCIAL
A REALIDADE DOS IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS NO
ABRIGO ANA RIBEIRO DE SERRA TALHADA (PE)
EVERLAINE FRANCIELI LOPES DE MAGALHÃES BRASIL
GISELLY DO NASCIMENTO OLIVEIRA
GLAUCIMAR INÁCIO DE ALBUQUERQUE
SERRA TALHADA
2017
EVERLAINE FRANCIELI LOPES DE MAGALHÃES BRASIL
GISELLY DO NASCIMENTO OLIVEIRA
GLAUCIMAR INÁCIO DE ALBUQUERQUE
A REALIDADE DOS IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS NO
ABRIGO ANA RIBEIRO DE SERRA TALHADA (PE)
Projeto de Monografia apresentado como requisito parcial para conclusão da disciplina “Monografia I” do Curso de Serviço Social da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais de Serra Talhada, ministrada pelo Prof. Me. Luiz Henrique Braúna Lopes de Souza.
SERRA TALHADA
2017
PROBLEMATIZAÇÃO
O seguinte tema tem como objetivo identificar as formas de exclusão do idoso na sociedade capitalista, tendo como referência empírica a realidade do Abrigo Ana Ribeiro localizado no município de Serra Talhada (PE). Diante disso levantamos alguns questionamentos como: Porque no modo de produção capitalista os idosos são considerados inaptos? Porque a sociedade e a família excluem os idosos que vivem na instituição?
Identificamos assim a importância de compreender a historicidade das instituições da pessoa idosa no Brasil. Onde a primeira instituição surgiu no Rio de Janeiro, em 1890, com o nome de Asilo São Luiz. Araújo (sem data) traz o significado da palavra:
Define-se asilo (do grego ásylos, pelo latim asylu) como casa de assistência social onde são recolhidas, para sustento ou também para educação, pessoas pobres e desamparadas, como mendigos, crianças abandonadas, órfãos e velhos. Considera-se ainda asilo o lugar onde ficam isentos da execução das leis, os que a ele se recolhem. (ARAÚJO, s.d, p. 3)
Relaciona-se assim, a ideia de abrigo, proteção ao local denominado de asilo, independente do seu caráter social ou de cuidados com dependências físicas e mentais. Devido essa definição surgiram outros termos para denominar locais de assistência a idosos, por exemplo, abrigo, lar, casa de repouso, clínica geriátrica. Procurando assim padronizar, surgiu a proposta de denominação de Instituição de Longa Permanência do Idoso (ILPI), definindo-as como estabelecimentos para atendimento integral a idosos, sem condições familiares ou domiciliares para a sua permanência na comunidade.
Com a criação do asilo iniciava-se a visibilidade ao idoso, mas infelizmente os idosos eram colocados e abandonados pelos familiares e pela sociedade. No município de Serra Talhada destaca-se que os idosos que vivem no Abrigo não são obrigados a romper os laços com a sociedade e os familiares, mas notasse que a uma grande imutabilidade na sociedade capitalista.
O Abrigo Ana Ribeiro foi fundado em 1972 pelas irmãs Vicentinas nos fundos do Colégio Imaculada da Conceição da cidade, atualmente tem seu próprio prédio com capacidade para 28 idosos, mas abriga um total de 24, os usuários têm como perfil de aposentados sendo que a aposentadoria é para manutenção da instituição e deles mesmo (remédio, fralda, alimentação, salários das cuidadoras), os idosos são atendidos por médicos voluntários e na unidade de saúde da família do bairro. O Abrigo está sob a responsabilidade da OSOPE (Obras Social da Penha), pertencente à Paróquia de Nossa Senhora da Penha a principal meta estipulada pela Paróquia é mudar a qualidade de vida dos idosos que residem no Abrigo, com o propósito de dar dignidade aos usuários.
Vendo que atualmente os idosos são tidos como vão/inútil e que os familiares muitos não tem a paciência de conversar e interagir com os mesmos, que por está com a idade avançada, fraco, necessitado de cuidado exclusivo (remédio, alimentação), a sociedade o julga como inapto, ou seja, desqualificados ao modo de produção e ao cotidiano familiar, muitos idosos que vivem nas ILPI’s (Instituição de Longa Permanência do Idoso) estão nelas por falta de tempo dos familiares devido a rotina de trabalho, estudo e de cuidar dos próprios lares, visualizamos durante um dialogo informal com a Coordenadora da ILPI que alguns idosos encontram-se institucionalizados devido a falta de recursos financeiros por parte dos familiares, dialogo esse para uma aproximação com a mesma.
Um pouco mais da metade dos asilos no país, são privados e/ou filantrópicos, se mantendo com uma taxa paga pelos próprios moradores, segundo o Estatuto do Idoso (2007, p.12) em seu Artº 35 no parágrafo 1º consta “no caso de entidades filantrópicas ou casa-lar, é facultada a cobrança de participação do idoso no custeio da entidade”.
Diante disso pretendemos discutir o porquê os familiares institucionalizam os idosos, e a própria sociedade afastam os mesmos, implicando assim na vulnerabilidade deles podendo adquirir doenças psicológicas como, por exemplo: depressão, porque a instituição não dá a autonomia aos usuários para tomar suas próprias decisões?
De acordo, com Araújo (s.d, p.3) “esperam-se que em 2050 haja dois bilhões de idosos, 80% deles nos países em desenvolvimento. A população de 80 anos ou mais é a que mais cresce e poderá passar dos atuais 11% para 19% em 2050.” Cuidar do idoso de hoje para que os idosos do amanhã tenham qualidade e sustentabilidade de vida.
JUSTIFICATIVA
Este trabalho de pesquisa tem como relevância identificar as formas de exclusão do idoso na sociedade capitalista. De acordo com a vivência observada no campo de estágio no Centro de Referência do Idoso (CRI), é um equipamento governamental/municipal o qual é confinanciado por instituições privadas (Santander e BNB), equipamento este que se encontra dentro das políticas de assistência social para uma melhor efetivação da garantia dos direitos da pessoa idosa. No município de Serra Talhada, visa atender e acolher as pessoas idosas com seus direitos violados e com vínculos familiares fragilizados, sensibilizando, mobilizando e articulando a sociedade sobre efetivação dos direitos dos idosos, que os familiares dos usuários por falta de informação procuram a instituição com propósito de institucionaliza-los.
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