A Revolução Dos Bichos
Trabalho Universitário: A Revolução Dos Bichos. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Tymires • 9/3/2015 • 3.245 Palavras (13 Páginas) • 220 Visualizações
A Revolução dos Bichos é um livro de extrema importância para entendermos o funcionamento de sociedades comandadas por diferentes tipos de governo, além de mostrar de forma genial a ambição do ser humano, o "sonho do poder".
O Senhor Jones explorava o trabalho animal em benefício próprio, para acumular capital. Em troca dos serviços prestados, ele pagava com a alimentação, que nem sempre era boa e suficiente. Temos aí o retrato de uma sociedade capitalista: quem mais trabalha é quem menos ganha.
Personagens principais
Não faltam paralelos entre personagens do livro e da Revolução Russa:
Sr. Jones: antes da Revolução, o dono da granja, era um homem que estava sempre bêbado, "pagava" os animais pelos serviços prestados com uma reduzida dose de ração.
Velho Major: porco que teve a idéia da Revolução, era o mais inteligente dos animais e líder até a hora da morte. Representa o homem inteligente, sensato, preocupado com o bem estar de seus semelhantes. O velho Major, porco sábio e professoral, é uma mistura de Karl Marx, famoso por ter transmitido suas crenças socialistas por meio de textos, repletos de conteúdo revolucionário, baseados na economia e na filosofia, com o Lênin idealista do princípio da revolução. É Major que espalha as sementes da revolução na Granja do Solar, que se tornará a Granja dos Bichos. A exemplo de Marx, foi só após a morte de Major que seus ideais igualitários foram aplicados. Aí surgem Bola-de-Neve e Napoleão, os dois porcos que comandarão o levante dos animais contra o Sr. Jones.
Bola-de-Neve: também porco, foi quem assumiu a granja depois da Revolução, agora era o mais inteligente da granja. Bola-de-Neve era adepto da igualdade social para todos, e mesmo sendo o administrador da Granja dos Bichos, não tinha nenhuma regalia. Representa o homem que exerce uma liderança positiva, que age em favor do bem de todos. Bola-de-Neve tem destino similar ao de Trótski, transformando-se, à custa de muita propaganda, no "inimigo da revolução".
Mimosa: égua branca, só se preocupava com a beleza, não queria trabalhar e só se interessava em mostrar o quão bonita ficava com fitas coloridas amarradas. O que mais gostava de fazer era chupar torrões de açúcar. Pensava apenas em si própria e não aceitava sacrificar-se para o bem comum. Representa o homem vaidoso, mas pouco preocupado com assuntos sérios, aquele que pensa apenas em si mesmo e na sua reputação pessoal.
Sansão: cavalo forte, que cumpria todas as ordens que lhe eram dadas sem reclamações, era o que mais trabalhava entre os animais, não era de muita inteligência, mas sobrava-lhe fidelidade à causa dos animais. Representa o proletariado, o homem fiel, trabalhador, aquele que não questiona porque nem ao menos tem inteligência para isso, mas que cumpre suas obrigações humildemente, convicto de que é para isso que ele existe. Sansão é a encarnação irracional do mito criado em torno de Alexei Stakhanov, o mais famoso trabalhador soviético por seu empenho e por sua dedicação.
Garganta: porco inteligente, com um poder extremo de persuasão, se encarregava de transmitir aos animais o que Napoleão queria, convencendo-os de que tudo era para o bem de todos. É uma alegoria aos sistemas de propaganda dos regimes totalitários (um tipo de "Pravda" de quatro patas). Representa o homem esperto, com grande facilidade de argumentação e grande poder de persuasão; aquele que convence através da linguagem, um verdadeiro político.
Quitéria: égua mais sábia, era quem dava conselhos aos outros animais e quem os ajudava na leitura dos Sete Mandamentos, tendo, portanto, consciência das mudanças ocorridas na redação dos mesmos. Representa o homem amigo, companheiro, disposto a ajudar sempre, com poder de discernimento e boas idéias em mente.
Napoleão: foi o porco que deu o golpe em Bola-de-Neve, era um tipo de assistente, que participava das decisões, mas com menos poder. Depois transformou-se num ditador sem escrúpulos. Representa o homem egoísta, ambicioso, o que subestima todos os companheiros, prejudica-os, maltrata-os sem piedade. É o homem enfeitiçado pelo poder e pela riqueza. Napoleão representa o desejo da onipotência, do poder absoluto e, para conseguir seus objetivos, tudo passa a ser válido: mentiras, traições, mudanças de regras. Tempos depois instaurava-se na Granja uma verdadeira Ditadura, o regime em que não há liberdade de expressão, direito a opiniões etc. Na sede pelo poder e pela riqueza, Napoleão entra em contato com os homens para com eles negociar, comprar, vender, enfim, acumular riquezas e tudo graças ao trabalho dos animais, verdadeiros empregados mal remunerados, ajudando o "patrão" a ter regalias, bens materiais, capital. Napoleão, partidário do totalitarismo, foi criado para representar Stalin, o mais sanguinário dos líderes soviéticos. Napoleão se cerca de cães ferozes, "verdadeiros defensores da revolução", que funcionam como a KGB (a polícia secreta soviética) ou suas antecessoras, não permitindo dissensão nem oposição ao poder central.
Há na obra-prima de Orwell, várias alusões a fatos da Revolução Russa. As sempre inatingíveis metas dos planos quinquenais de Stalin são representadas pela construção do moinho de vento: o sonho impossível dos moradores da Granja dos Bichos.
Os expurgos stalinistas aparecem no momento em que a sublevação dos animais está em perigo por conta de ataques do mundo exterior (dos homens). Assim, inúmeros animais acabam mortos, num banho de sangue que faz com que os outros revolucionários da granja se lembrem do Sr. Jones, talvez como o proletariado soviético pensou nas forças de segurança de Nicolau 2º durante os expurgos realizados por Stalin.
Contudo, como lembra o aforismo do final da obra (Todos os animais são iguais, mas alguns animais são mais iguais que os outros), que se torna o único mandamento da Granja dos Bichos, a ilusão revolucionária é breve, e o poder absoluto corrompe aqueles que o exercem.
É aí que Orwell, um socialista de convicções democráticas, conforme sua definição, dirige sua sátira corrosiva para qualquer sistema desgovernado. E os porcos (classe dominante) passam a lembrar os homens, seus maiores inimigos inicialmente.
A Guerra Fria transformou A Revolução dos Bichos em um clássico da propaganda anticomunismo, mas suas lições são mais atuais que nunca, pois a concentração de poder, a manipulação das informações e as desigualdades são cada vez mais graves.
Enredo
A Revolução que se deu por idéia de Major, tinha por princípio básico a igualdade; sendo assim, o Animalismo corresponde
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