A trajetória do serviço social no Brasil, desde a antiguidade até a chegada ao nosso país
Pesquisas Acadêmicas: A trajetória do serviço social no Brasil, desde a antiguidade até a chegada ao nosso país. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: nanavigano06 • 16/6/2014 • Pesquisas Acadêmicas • 5.255 Palavras (22 Páginas) • 433 Visualizações
Resumo:
O presente artigo objetiva traçar a trajetória do Serviço Social no Brasil, desde a Antiguidade até a chegada em nosso país.
O Serviço Social surge como profissão conectada a ideologia da Igreja Católica, que trabalhava as questões sociais de forma assistencialista.
Ele nasceu do enfrentamento do conjunto das expressões das desigualdades da sociedade capitalista, ou seja, as questões sociais, como: fome, desemprego, falta de moradia, etc..., que constituem o objeto de trabalho do Assistente Social.
O Serviço Social surge no Brasil na década de 30, onde foram formados os primeiros grupos de mulheres designadas a serem Assistentes Sociais, para fazer o intercâmbio entre as necessidades da população e o governo.
A partir da década de 60 a prática profissional foi rompendo laços com a Igreja Católica e sendo repensada de forma mais técnica e científica dentro da universidade. As escolas de formação começaram a existir em 1936, mas a profissão só foi regulamentada em 1957. Atualmente a lei que regulamenta a profissão é a 88662 de 1993.
Palavras - chaves: Caridade, Igreja Católica, Estado, Questão Social.
Ao longo da trajetória histórica da humanidade, diferentes formas de ajuda aos necessitados foram-se configurando até que se ilustrasse o perfil presente da Assistência Social.
O Serviço Social, em sua formação, preocupou-se em denunciar os males sociais e dar um caráter científico e racional à prestação da assistência social. Na antiguidade a pobreza se demonstrava em épocas de crise econômica gerada por invasões, guerras ou desastres naturais, sendo que a reprodução resultante das atividades na agricultura era igualmente distribuída entre todos, o que caracterizava o pobre era os velhos, os doentes, as viúvas e as crianças órfãs ou abandonadas, onde se tornavam responsabilidade das famílias(as famílias, fossem ricas ou pobres eram responsáveis pelos seus necessitados...) nobres observarem essa categoria de necessitados.
A caridade não era vista como virtude e naquela época não se tinha consciência de seu papel nas relações sociais. Essas relações sofreram uma quebra de laços com o modo de vida anterior, através da exploração agropecuária, surgindo então, a escravidão e a dominação de uns sobre os outros.
Na Grécia e na Roma, distribuía-se mantimentos aos necessitados, principalmente pão. Elaboravam atividades culturais, como por exemplo, as olimpíadas, sendo reservados lugares aos pobres.
Nesta época havia uma enorme preocupação em distinguir os verdadeiros pobres dos “parasitas” ou “preguiçosos” e para resolver o problema elaboravam-se listas das pessoas realmente pobres.
Foi a partir do Cristianismo que a visão referente a caridade mudou, passou de ajuda para sentindo e valor. A expansão da Igreja estabeleceu o Cristianismo como religião oficial do Império, consolidou a fé cristã e instaurou uma mudança decisiva nas relações sociais da época. O ideal pregado pelos cristãos era socializar os bens como forma de amor a Deus e ao próximo, traduzidos nos princípios de justiça e caridade.
A filosofia cristã se dava pelo encontro com o irmão, em especial com o irmão necessitado, o desprendimento de amor a Deus. Diziam que atrás das exigências evangélicas, encontrava-se sempre o amor, e a ausência desse amor, principalmente ao pobre, negava a presença da caridade de Cristo nos corações.
Foi a partir daí que o pobre passa (a siginificar) ter outra visão perante a sociedade, não é mais visto como castigado por Deus devido aos seus pecados, mas sim como pessoa fiel a Deus, apesar das iniqüidades e opressões que sofria. A indiferença com os pobres e marginalizados, passa a ter nova compreensão, baseada na justiça, na caridade e no amor ao próximo.
A Igreja passa a liderar não somente o setor religioso, mas também o setor social, onde desenvolvia nos mosteiros, ordens e congregações, atividades assistenciais destinadas aos pobres, enfermos, órfãos e viúvas, onde cumpriam a sua missão cristã. A cada dia que passava, a demanda ia aumentando, se viam obrigados a reajustar a forma de “atendimento” com os necessitados, surgiram então, as “diaconisas”, com o intuito de recolher e distribuir auxílios, prestar socorros, visitar os enfermos e cuidar das crianças. Mesmo com essa mudança, não conseguiam atribuir de igual modo para todos, continuou a surgir doutrinadores e reformadores dos preceitos cristãos da caridade.
Para S. Tomás de Aquino, os bens deste mundo eram postos a disposição de todos os homens, para que utilizassem conforme suas necessidades e em busca da perfeição, já as propriedades privadas, seriam aceitas se os proprietários dispusessem ajuda aos mais necessitados, sempre que fosse necessário. Com isso garantia o direito do pobre, na qual o mesmo deveria ter acesso aos bens necessários para sua sobrevivência.
Quem administrou as obras de caridade durante a Idade Média foi a Igreja, que apesar de pregar o término da escravidão e da miséria, acumulou riquezas.
Após algum tempo começou a surgir instituições especializadas e nos séculos XIII e XIV congregações religiosas, favorecendo a assistência social, através de ajuda materiais, visitas domiciliares e assistência hospitalar. Com a Igreja “cuidando” dos pobres, o Estado não se preocupava com isso, mas sim na defesa do território e a organização dentro do país.
Com a mudança do modo de produção feudal para o modo capitalista, provocou o deslocamento de grandes massas da população camponesa sem terra, para a cidade em busca de condições melhores para sobreviver. A partir deste aglomerado de pessoas e sobra de mão-de-obra, surgem os indigentes, mendigos, pedintes e ambulantes na busca de auxílio. Desta forma, o Estado começa a intervir no campo assistencial, como forma de legitimar-se no poder. A partir daí, a caridade passa a constituir-se cada vez mais em prática de dominação.
O desenvolvimento das indústrias manufatureira, têxtil e metalúrgica causou a felicidade para uns e a miséria generalizada para muitos. Com isso a população rural se deslocou até a cidade para atuar no setor secundário da economia, favorecendo para o crescimento da urbanização, mas em compensação, acarretou problemas nas áreas da educação, saúde, transporte e trabalho. Incorporando neste período, a exploração da mão-de-obra infantil e feminina.
Com o surgimento da classe manufatureira e o proletariado industrial,
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