ABC do SUS - Doutrinas e Princípios
Tese: ABC do SUS - Doutrinas e Princípios. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: sousass • 26/3/2014 • Tese • 1.347 Palavras (6 Páginas) • 376 Visualizações
SECRETARIA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE
ABC DO SUS
DOUTRINAS E PRINCÍPIOS
Brasília/DF
1990
ABC do SUS - Doutrinas e Princípios
Ministério da Saúde - Secretaria Nacional de Assistência à Saúde 2
APRESENTAÇÃO
O Ministério da Saúde entrega a primeira cartilha do Sistema Único de Saúde - SUS,
compreendendo suas doutrinas e seus princípios, inspirados na Constituição e na Lei Orgânica da
Saúde.
Estão aqui consagradas certamente as aspirações de milhões de brasileiros que desejam um
SUS que resgate a dignidade do setor saúde em todos os níveis, com descentralização,
hierarquização, universalização e certamente com eficiência e resolutividade.
Para elaborar este documento a Secretaria Nacional de Assistência à Saúde -SNAS recorreu
à participação de instituições e profissionais de saúde que se empenharam em definir, numa
linguagem simples e direta, o que devemos fazer para tornar o SUS modelo aplicado de saúde,
confiável e com credibilidade.
Foram valiosas as sugestões recolhidas do Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de
Saúde - CONASS e do Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde – CONASEMS, bem
como das equipes mobilizadas pela própria Secretaria para que houvesse um consenso do mais
amplo possível e a deliberação de que precisamos avançar para darmos consistência às ações de
saúde.
A primeira cartilha consagra “Doutrinas e Princípios” e a segunda, “Planejamento Local”, a
terceira, “Nomenclaturas, Parâmetros e Instrumentos de Planejamento”, a Quarta, “Comunicação
Visual do SUS”. Desta forma, o Ministério da Saúde coloca à disposição de todos os integrantes do
SUS o conjunto inicial das ações, atitudes e atividades que necessariamente serão implantadas.
Esta missão requer de todos nós um esforço redobrado, principalmente dos que estão nas
atividades de ponta. A saúde desceu no Brasil a níveis de desconforto e desesperança. Cada
mudança que operarmos no âmbito do SUS será um gesto de compreensão e grandeza para retirá-la
da inação e da ineficiência.
Aos estados e municípios, aos profissionais de saúde, às instituições privadas, filantrópicas e
de ensino, todos somos parceiros do SUS para promovermos a modernidade do Sistema com mais
ações do que com palavras.
Brasília, Dezembro de 1990.
ALCENI GUERRA
Ministro de Estado da Saúde
ABC do SUS - Doutrinas e Princípios
Ministério da Saúde - Secretaria Nacional de Assistência à Saúde 3
O QUE HÁ DE NOVO NA SAÚDE?
Entre as diretrizes políticas consolidadas pela nova Constituição no cenário nacional estão os
fundamentos de uma radical transformação do sistema de saúde brasileiro.
O que levou os constituintes a proporem essa transformação foi o consenso, na sociedade,
quanto à total inadequação do sistema de saúde caracterizado pelos seguintes aspectos, entre
outros:
• um quadro de doenças de todos os tipos condicionados pelo tipo de desenvolvimento social e
econômico do país e que o velho sistema de saúde não conseguia enfrentar com decisão;
• completa irracionalidade e desintegração das unidades de saúde, com sobre-oferta de
serviços em alguns lugares e ausência em outros;
• excessiva centralização implicando por vezes em impropriedade das decisões pela distância
de Brasília dos locais onde ocorrem os problemas;
• recursos financeiros insuficientes em relação às necessidades de atendimento e em
comparação com outros países;
• desperdício dos recursos alocados para a saúde, estimado nacionalmente em, pelo menos
30%, produzido por incompetência gerencial;
• baixa cobertura assistencial da população, com segmentos populacionais excluídos do
atendimento, especialmente os mais pobres e nas regiões mais carentes;
• falta de definição clara das competências dos vários órgãos e instâncias políticoadministrativas
do sistema, acarretando fragmentação do processo decisório e
descompromisso com as ações e falta de responsabilidade com os resultados;
• desempenho desordenado dos órgãos públicos e privados conveniados e contratados,
acarretando conflito entre os setores público e privado, superposição de ações, desperdícios
de recursos e mau atendimento à população;
• insatisfação dos profissionais da área da saúde que vêm sofrendo as conseqüências da
ausência de uma política de recursos humanos justa e coerente;
• insatisfação da população com os profissionais da saúde pela aparente irresponsabilidade
para
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