ABRE OS OLHOS DO THEMIS
Resenha: ABRE OS OLHOS DO THEMIS. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Mel07 • 6/3/2014 • Resenha • 415 Palavras (2 Páginas) • 206 Visualizações
20/2/2014 OS OLHOS ABERTOS DE THEMIS
http://www.unescnet.br/revistaeletronica/Page%20Direito/links/02.asp 1/2
OS OLHOS ABERTOS DE THEMIS,
A DEUSA DA JUSTIÇA1
Damásio de Jesus
Dezembro/2001
Themis, a deusa grega da Justiça2, filha de Urano e Gaia, sem venda, era representada
portando uma balança na mão direita e uma cornucópia na esquerda. Símbolo da
ordem e do Direito divino, costumava-se invocá-la nos juramentos perante os
magistrados. Por isso, consideravam-na a Deusa da Justiça.
A venda foi invenção dos artistas alemães do século XVI, que, por ironia, retiraram-lhe a
visão3. A faixa cobrindo-lhe os olhos significava imparcialidade: ela não via diferença
entre as partes em litígio, fossem ricos ou pobres, poderosos ou humildes, grandes ou
pequenos. Suas decisões, justas e prudentes, não eram fundamentadas na
personalidade, nas qualidades ou no poder das pessoas, mas na sabedoria das leis.
Hoje, mantida ainda a venda, pretende-se conferir à estátua de Themis a imagem de
uma Justiça que, cega, concede a cada um o que é seu sem conhecer o litigante.
Imparcial, não distingue o sábio do analfabeto; o detentor do poder do desamparado; o
forte do fraco; o maltrapilho do abastado. A todos, aplica o reto Direito.
Mas não é essa a Justiça que eu vejo. Vivo perante uma Justiça que ouve falar de
injustiças, mas, por ser cega, não as vê; que, sufocada pelo excesso da demanda,
demora para resolver coisas grandes e pequenas, condenando-se pela sua própria
limitação. Uma Justiça que, pobre4 e debilitada pela falta de recursos, não tem
condições materiais de atualizar-se. Uma Justiça que quer julgar, mas não pode.
Essa não é a minha Justiça5.
Minha Justiça não é cega. É uma Lady6 de olhos abertos, ágil, acessível, altiva,
democrática e efetiva. Tirando-lhe a venda, eu a liberto para que possa ver.
Por não ser necessário ser cego para fazer justiça, minha Justiça enxerga e, com olhos
bons e despertos, é justa, prudente e imparcial. Ela vê a impunidade, a pobreza, o
choro, o sofrimento, a tortura, os gritos de dor e a desesperança dos necessitados que
lhe batem à porta. E conhece, com seus olhos espertos, de onde partem os gritos e as
lamúrias, o lugar das injustiças, onde mora o desespero. Mas não só vê e conhece.
Age.
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