Analise Financeira
Exames: Analise Financeira. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Mamisse • 10/9/2014 • 2.806 Palavras (12 Páginas) • 238 Visualizações
EQUILÍBRIO FINANCEIRO
É geralmente aceite que só uma estrutura financeira equilibrada permite á empresa um funcionamento normal, sem grandes sobressaltos, em laboração continua, independente de credores, e em posição de negociar, sem aceitar pressões, a cobertura das suas necessidades operacionais.
Quando é que se pode dizer que existe equilíbrio financeiro na estrutura de capitais de uma empresa?
O equilíbrio financeiro quando os capitais utilizados por uma empresa para financiar uma imobilização, um stock, ou outro elemento do seu activo, devem poder ficar á sua disposição durante o período que corresponda, pelo menos, ao da duração da imobilização, do stock ou outro elemento adquirido com esses mesmos capitais.
Qualquer elemento patrimonial da empresa deve ser financiado por capitais postos á sua disposição por um período pelo menos igual ao da permanência desse elemento na empresa.(GITMAN,2010).
Acções imediatas a tirar desta regra.
Pretende-se adquirir uma máquina de celular, que custa 8000$00 e cuja vida útil se prevê venha a ser de 8 anos. Vai-se compra-la com um financiamento a 8 anos. Pretendem-se adquirir equipamentos com duração prevista de 5 anos, pelo valor de 6000 contos. Vai-se financia-los com um empréstimo a 5 anos, mesmo que se saiba que a empresa irá ter liquidez suficiente para o seu pagamento em 3 anos.
O equilíbrio financeiro não pode ser estudado de forma tão simplista, ou seja, a partir pura e simplesmente da regra do equilíbrio financeiro mínimo.
Uma empresa é um todo em constante mutação e não um conjunto de elementos patrimoniais estáticos, e a sua estrutura financeira deve ser encarada numa óptica de financiamento global, ou melhor, de cobertura global, e não de financiamento elemento a um conjunto de passivo e da situação líquida que financiam o conjunto do activo, e não determinado elemento do passivo ou da situação líquida a financiar esta ou aquele elemento do activo.
Só assim se compreende o facto de se poder adquirir, por exemplo, determinado equipamento, com um financiamento a curto prazo ou de prazo inferior ao da sua permanência na empresa, continuando a subsistir, na mesma, uma situação de equilíbrio financeiro, ou seja, de cumprimento integral, e em devido tempo, das suas responsabilidades de carácter financeiro.
Mas mesmo nesta perspectiva, de financiamento ou cobertura global, há que ter em conta que a comparação elemento a elemento ou mesmo entre grandes massas patrimoniais, de investimento e financiamento, por ser estática, não tem em conta o funcionamento da empresa, mas apenas o nível, em determinado momento, dos seus diversos capitais.
O equilíbrio financeiro não considera, por exemplo que:
a) Um activo, embora de curta duração, pode ter carácter de permanência se constantemente renovado – Stock de matérias-primas, saldo normal de clientes.
b) O passivo de curto prazo automaticamente renovado pelo funcionamento normal da empresa. Crédito de fornecedores, tem também características de permanência.
c) Um equilíbrio actual elemento a elemento, ou mesmo de grandes massas patrimoniais, pode ocultar um desequilíbrio futuro, ou vice-versa, tendo em conta as previsões da exploração.
d) A empresa pode estar equilibrada financeiramente mesmo quando, em maior ou menor escala, e numa óptica de financiamento global ou de cobertura, encontramos capitais fixos a serem cobertos por capitais de curto prazo.
Deve-se, portanto, considerar insuficiente e passível de conduzir a conclusões pouco correctas, a regra do equilíbrio financeiro mínimo, mesmo que se substitua a comparação elemento a elemento, pela de grandes massas patrimoniais do 1º e do 2º membros do balanço, e procurar condições mais genéricas de equilíbrio financeiro.
PERSPECTIVA DINAMICA ADEQUAÇAO DA LIQUIDABILIDADE DO ACTIVO A EXIGIBILIDADE DAS DIVIDAS.
O equilíbrio financeiro terá que ser analisado numa perspectiva dinâmica, ou seja, tendo em conta, não apenas a cobertura dos capitais, mas também a actividade da empresa, o seu funcionamento.
Na estrutura financeira duma empresa temos:
a) Dum lado, o investimento (activo, aplicaçoes), consubstanciado em:
• empregos cíclicos (permanentes, duráveis) ou capitais fixos ou valores imobilizados.
• empregos acíclicos (renováveis), por períodos (curtos), ou capitais circulantes.
b)- Do outro lado, os CAPITAIS:
• Permanentes (capitais próprios e capitais alheios a médio e longo prazo).
• Não permanentes (capitais alheios a médio e longo prazo).
Se tivéssemos em conta apenas a cobertura dos capitais, poderíamos dizer, alinhando com grande parte da bibliografia publica sobre esta matéria que:
a)-os valores imobilizados não devem estar cobertos pelo exigível a curto prazo
b)-os capitais circulantes podem estar cobertos pelo exigível a curto prazo.
Não podemos, no entanto, pôr de parte o factor tempo, isto é, a actividade e o funcionamento da empresa, o que nos leva então a afirmar que uma empresa sò está equilibrada financeiramente quando a sua actividade liberta um fluxo de meios líquidos suficiente para fazer face às suas necessidades operacionais e aos compromissos financeiros assumidos, á medida que se forem vencendo, ressalvado o principio de que os ajustamentos que se verificarem, no curto prazo, quer por força do próprio funcionamento normal. Sazonalismo da actividade quer por outros motivos, só serão indício de desequilíbrio, se a empresa não estiver em condições de libertar, também a curto prazo, meios financeiros suficientes para fazer face ao serviço da dívida de eventuais financiamentos obtidos para os colmatar tempestivamente.
A existência de uma situação de equilíbrio financeiro pressupõe, portanto, o ajustamento do grau de liquidabilidade dos elementos do activo ao grau de exigibilidade das dívidas, ou seja, que a cadência das exigibilidades da empresa esteja coberta pela capacidade de transformação em meios líquidos dos seus activos.
Para a consecução deste objectivo, as empresas carecem, normalmente, de uma margem de segurança constituída por valores realizáveis, que estejam fora da exigência imediata dos credores, e que se destinem a cobrir quaisquer irregularidades ou diminuições de velocidade na transformação dos capitais circulantes
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