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Bioclimatologia

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Por:   •  8/3/2015  •  1.375 Palavras (6 Páginas)  •  262 Visualizações

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“O rebanho brasileiro de ovinos é insignificante. Temos 10% dos ovinos da China, 1/8 dos ovinos da Austrália. Existe espaço muito grande para crescer, o país tem uma vocação de produção gigantesca, mas não sai do lugar graças à falta de qualidade e padronização da produção, enquanto China, Sudão, India, Paquistão, Nigéria e Rússia, crescem contínuamente”.

Embora pouco confie nas estatísticas, o professor doutor José Bento Sterman Ferraz, pesquisador da Universidade de São Paulo –USP, disse que, segundo dados apurados, o brasileiro consome apenas 127 gramas de carne ovina por ano, o que equivale a um bife. Os mesmos dados apontam que a pecuária ovina está se deslocando para áreas do país que produzem mais comida: centro- oeste, sudeste e norte. Nesse cenário, os rebanhos brasileiros do sul estão diminuindo, crescem as importações do Uruguai e cresce o abate clandestino. O abate inspecionado chega a apenas 5% do volume de cabeças abatidas.

Durante palestra sobre “Melhoramento Genético de Ovinos” dentro do painel de ovinocultura para o qual foi convidado no Agroleite 2014, Zé Bento começou dizendo: “Nós temos que definir muito bem nosso sistema de produção. Isto estando definido nós podemos estabelecer nossos critérios de seleção, de melhoramento genético. O problema de aumentar o consumo de 1 bife para 2 ou 3 bifes é que estamos trabalhando com uma carne cujo custo é de R$20,00 a R$25,00 e o suíno que é o concorrente direto, custa entre R$6,00 a R$ 7,00. Enquanto isso o frango custa R$ 4,00 por quilo. Moral da história: se queremos vender muito e em grande quantidade, temos que baixar custos. Se queremos atingir nichos, como é caso da Castrolanda, temos que ter uma qualidade fantástica, regular e permanente”, afirmou o professor.

Uma vez definido o produto, segundo ele, é preciso entender com perfeição como produzir, e produzir de maneira sustentável, procurando tirar o máximo de produtividade. E para isso é preciso utilizar as melhores tecnologias disponíveis, usar o que tem de mais moderno para garantir a produção.

Mas como escolher o material genético, quais os critérios, o que realmente importa? O método menos eficaz é o de avaliação visual. Mas ainda é o mais praticado, segundo o professor. “Ainda compramos na tradição, no achismo, no olho e no faro”, disse o especialista.

Melhoramento genético animal, segundo definiu, é a obtenção de maior produção devido as alterações das freqüências dos genes na população. Esse melhoramento é dividido em duas etapas: em primeiro lugar a alteração das freqüências gênicas que pode acontecer por seleção, mutação e migração.

Mutação é algo muito raro. Migração é o que acontece quando o criador traz um carneiro de fora e coloca no rebanho, ou simplesmente compra sêmen e coloca em seus animais. Já a seleção é a grande “ferramenta” de alteração de freqüência gênica. Depois da seleção tem os sistemas de acasalamento: a endogamia que é acasalar parentes entre si e o cruzamento por

isogamia, que é acasalar indivíduos de raças diferentes. O produtor pode selecionar pelo olho, pelo pedigree, pelo peso, mas precisa pensar antes de decidir. O indivíduo, o cordeiro que está sendo gerado é resultado do gameta da mãe com o gameta do pai. Não adianta ter genética boa só do lado do macho. É preciso garantir genética boa do lado da fêmea também.

“Por isso o processo de avaliação genética que vocês estão querendo montar aqui na Castrolanda, só vai funcionar se for muito bem estruturado, de forma que dentro de dois a três anos, após análise de dados, vocês consigam direcionar os acasalamentos para consertar os filhos. Se eu conseguir fazer acasalamentos onde eu junto prolificidade, precocidade sexual, peso ao desmame e ganho de peso, eu comecei a fazer dinheiro para valer na propriedade”, disse Zé Bento.

Ensina que é preciso acreditar na avaliação genética, usar animais jovens, trocar reposição mais ou menos rápido, para ter ganho genético cada vez maior. E o que o produtor pode usar para selecionar? Pode usar o que lhe dá dinheiro: peso ao nascimento; peso na desmama (animal que desmama na frente sai melhor); habilidade materna; peso pós desmama; ganho pós desmama; avaliação visual do animal; longevidade; e mais uns 40 ítens que podem ser listados.

“A compra de material genético vai passar a ser para vocês uma compra tão difícil quanto a que vocês fazem para comprar trator e implemento. Ao escolher o animal tem que lembrar o seguinte: tudo que vocês comprarem uma parte vai ficar em casa vai ficar para as fêmeas, então você quer ficar com fêmea de fundo? Se não quer, porque comprou macho de fundo? Quer fêmea de cabeceira? Então compra macho de cabeceira. Embrião? É a mesma coisa”, afirmou o especialista da USP.

>> Pontos importantes num programa de melhoramento de ovinos

> Toda avaliação genética precisa de lotes muito bem definidos;

> O elo mais importante da avaliação genética é quem tem os dados na mão, que é o produtor. Não é o geneticista, que não conhece a fazenda.

> Na transferência de embrião a receptora é quem vai gestar e aleitar esse embrião. É fundamental que ela seja tratada como uma fêmea normal. É preciso saber quem ela é, sua composição racial, para que a avaliação seja mais

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