Biogeografia Histórica E Deriva Continental
Artigos Científicos: Biogeografia Histórica E Deriva Continental. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: AnnaPa • 29/11/2013 • 1.896 Palavras (8 Páginas) • 643 Visualizações
UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP
Curso Ciências Biológicas
Disciplina: Biogeografia
Michael César Alves RA: A3732C-2
Ana Paula Santos RA: T210DE-5
BIOGEOGRAFIA HISTÓRICA E DERIVA CONTINENTAL
Atividades Práticas Supervisionadas, junto à disciplina de Biogeografia sob a orientação da Profª. Sônia Ruiz
BAURU
2013
BIOGEOGRAFIA HISTÓRICA E DERIVA CONTINENTAL
Autores: Michael César Alves e Ana Paula Santos
INTRODUÇÃO
Biogeografia é a área das Ciências Biológicas que estuda a distribuição dos seres vivos no espaço e através do tempo. Assim, estuda-se a distribuição da vida com base em sua dinâmica na escala espacial e temporal no planeta Terra. Entender a forma como os organismos estão distribuídos no planeta - "por que os organismos estão onde estão?" - é estudar o seu padrão de distribuição 1.
BIOGEOGRAFIA ECOLÓGICA E HISTÓRICA
O botânico De Candolle dividiu a Biogeografia em duas sub-áreas:
Biogeografia Ecológica
Estuda como os processos ecológicos que ocorrem a curto prazo atuam sobre o padrão de distribuição dos organismos;
Analisa a distribuição dos seres vivos em função de suas adaptações às condições atuais do meio.
Biogeografia Histórica
Estuda como os processos ecológicos que ocorrem a longo prazo atuam sobre o padrão de distribuição dos organismos;
Explica a distribuição dos seres vivos em função de fatores históricos.
Entretanto, como Ecologia e História têm desempenhado papéis lado a lado desde sempre, é óbvio que elas estão indissoluvelmente ligadas uma à outra. Sendo assim, tal divisão e também oposição, tem imposto mais obstáculos que benefícios ao desenvolvimento da ciência biogeográfica (Morrone, 1993, 2004; Crisci, 2001)1.
Diversos são os fatores que influenciaram e têm influenciado o modo como os organismos estão distribuídos no planeta:
- tectônica de placas
- soerguimentos
- estreitamento ou alargamento do leito de um rio
- glaciações
- fisionomias vegetacionais
- clima e umidade
- correntes marinhas
Sendo assim, torna-se extremamente difícil estabelecer uma linha divisória entre o que seria um fator ecológico ou histórico.
COMO FUNCIONA (CIENTIFICAMENTE) A BIOGEOGRAFIA HISTÓRICA
LEÓN CROIZAT
Pai da Biogeografia Vicariante
Este excêntrico botânico e biogeógrafo cunhou as bases para o que nós entendemos hoje como Biogeografia Vicariante. Disse uma das mais célebres frases já proferidas na Biogeografia: "life and earth evolve together" (Croizat, 1964). Este italiano, que se erradicou na Venezuela onde viveu até o fim de sua vida, quis mostrar ao mundo que a vida e o planeta são co-relacionados em sua história. Ou seja, a história geológica pode ajudar-nos a compreender a história dos organismos, assim como a história dos organismos pode ajudar-nos a entender a história de nosso planeta. Antes mesmo do conhecimento da deriva continental e tectônica de placas, Croizat já dava mostras, pelo seus estudos de padrão de distribuição de plantas, que os continentes se movimentavam. Chegou a concluir que os oceanos Atlântico, Índico e Pacífico já foram mais próximos entre si no passado do que da forma como são hoje conhecidos1.
A partir dos preceitos de Croizat surge o pensamento vicariante, contraposto diretamente ao pensamento dispersalista, paradigma dominante à época.
PADRÃO DE DISTRIBUIÇÃO DOS ORGANISMOS
Para compreender o padrão de distribuição dos organismos é preciso estar consciente de que este padrão decorre da interação de dois tipos de processos.
Processos espaço-temporais dos organismos
vivos (bióticos) e do planeta (abióticos)
processos que ocorrem diversamente no espaço ao longo do tempo.
PROCESSOS ESPAÇOS TEMPORAIS DOS SERES VIVOS
Basicamente, são três tipos de processos:
- extinção
- dispersão
- vicariância
DIFICULDADES NA INFERÊNCIA DOS TIPOS DE PROCESSOS
Entretanto, há sérias dificuldades impostas que tornam problemática a inferência do tipo de processo que gerou o padrão de distribuição que vemos no presente. A maior dificuldade de se trabalhar com áreas da ciência biológica que lidam diretamente com a reconstrução do passado (sistemática, biogeografia, genética evolutiva, ecologia evolutiva) é sempre imposta pelo
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