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CONSERVADORISMO NA FORMAÇÃO HISTÓRICA TEÓRICO E METODOLÓGICA DO SERVIÇO SOCIAL

Por:   •  14/11/2018  •  Relatório de pesquisa  •  3.261 Palavras (14 Páginas)  •  259 Visualizações

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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL - UNINTER

BACHARELADO EM SERVIÇO SOCIAL

COMO RECONHECER O CONSERVADORISMO NOS FUNDAMENTOS HISTÓRICOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS DO SERVIÇO SOCIAL NO PERÍODO DE 1970 A 1990

CURITIBA

2017

Claudia Hoffman, RU: 123125

Jéssica Lopes, RU: 150810

Cristiane Müller, RU: 101523

COMO RECONHECER O CONSERVADORISMO NOS FUNDAMENTOS HISTÓRICOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS DO SERVIÇO SOCIAL NO PERÍODO DE 70 A 90

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CURITIBA

2017

  1. INTRODUÇÃO

Este paper tem como objetivo reconhecer como se configurou o conservadorismo no Serviço Social na década de 70 a 90. Possui ainda como objetivos específicos: Conceituar o conservadorismo em sua fundamentação histórica, estudar a corrente teórica e metodológica do Serviço Social no Brasil na década de 70 a 90, analisar a terminologia utilizada no Brasil pela profissão nesse período, bem como seus principais percussores e identificar os espaços de atuação profissional do Assistente Social no período de 70 a 90.

A importância de estudar o conservadorismo no Serviço social é, sobretudo, desenvolver uma análise reflexiva a partir do compromisso ético político do profissional de Serviço Social, principalmente por este estar inserido no contexto político atual, que tem por característica a presença de um Estado de concessão mínima de direitos e o aumento da exploração da classe proletária, revelando assim à quem tem favorecido.

Entretanto, houve também um período semelhante, em que o Assistente Social servia como meio de manutenção do sistema, passa a repensar a sua prática profissional, a princípio a partir de uma vertente modernizadora, logo mais com uma intenção de ruptura com o conservadorismo e com a vertente de reatualizarão da profissão.

A metodologia de pesquisa foi desenvolvida através da pesquisa bibliográfica, tendo Iamamoto (2015), Silva (2011), Faleiros (2001), Netto (2015) como principais autores.

Este trabalho está organizado em quatro sessões nas quais inicialmente será abordado: O conceito de conservadorismo, a corrente teórica e metodológica do Serviço Social no Brasil na década de 70 a 90, logo após: A terminologia utilizada no Brasil pela profissão na década de 70 a 90 e seus principais percussores, em seguida: Os espaços de atuação profissional do Assistente Social no período de 70 a 90 e para com o fechamento, as considerações finais.

Devido a discussão apresentada dentro da disciplina de PBL, o texto a seguir será construído de acordo com o seguinte problema de pesquisa: Como reconhecer o conservadorismo nos Fundamentos Histórico Teórico Metodológico do Serviço Social no período 70 a 90?

  1. O CONCEITO DE CONSERVADORISMO

Em princípio, ao buscarmos o conceito de Conservadorismo, nos deparamos com diversas definições etimológicas do assunto, contudo o que se nota é a paridade entre suas significações, o como estão relacionadas á esfera política ideológica e ao um discurso moral religioso.

Segundo o dicionário Michaelis[1] o conservadorismo “é um Sistema de crenças, doutrina ou conjunto de convicções pessoais baseado no apego à tradição ou a hábitos e costumes antigos; tradicionalismo”. Nasce por meio do pensador Edmund Burke[2], no conservadorismo clássico[3], o qual em uma de suas obras “Reflexões sobre a Revolução da França”, há uma forte característica antirrevolução, devido ao momento histórico que enfrentara da Revolução Francesa. Para ele a revolução era uma ameaça à ordem estabelecida, denominando de “fanatismo laico” e “ideais utópicos”, aonde se conduziria a “desorganização” e “devastação” moral e social (BURKE, 2014) Apud (SOUZA, 2016, p. 365-366).

Burke repudiava a criação de uma nova forma de governo, pois esse poderia colocar em perigo as tradicionais leis e a liberdade, a propriedade privada, a qual beneficiava a classe burguesa no que tange sua dominação e exploração do trabalho. Defendia a “revolução sem revolução”, onde esta deveria ser objetivada afim de “preservar as tradições já estabelecidas e sejam conduzidas por uma distinta parcela da sociedade: os proprietários” (SOUZA, 2016, p. 370), favorecendo assim a permanência da ideologia dominante do qual fazia parte, mostrando possuir características naturalistas[4], acreditando que:

Sem hierarquia na sociedade não pode haver estabilidade. Classes sociais na sociedade mais ampla têm a mesma função que tem a hierarquia numa instituição, que tem o status desigual de pai e filho numa família. (NISBET, 1981, p. 70).  

Segundo Boschetti o conservadorismo é o alimento principal da reprodução do capital, estando historicamente ativo na profissão e permanecendo, pois, este se reatualiza e se fortalece, estando sempre á disposição do capitalismo, aprofundando as desigualdades sociais.

Estando o conservadorismo sempre presente na formação e na atuação profissional. Como exemplo, em meio a crises onde medidas conservadoras são incentivadas como solução ao caos, exaltando valores morais, aumento da competitividade e individualismo, a precarização ou perca de direitos conquistados ampliando as expressões da questão social.

2.1 A CORRENTE TEÓRICA E METODOLÓGICA DO SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL NA DÉCADA DE 70 A 90

A partir 1964 o Estado brasileiro era tomado pelo contexto sociopolítico ditatorial comandado pelos militares por parte da extrema direita, motivados pela prevenção da apropriação das perspectivas políticas e econômicas socialistas no país.

O período de 1968-1974 é marcado profundamente pela repressão aos setores populares organizados e àqueles considerados inimigos do novo regime, com abertura de espaço para os conservadores, só sendo possível a sobrevivência das organizações de oposição na clandestinidade (SILVA E SILVA, 2011, p. 50).

Esse Estado passa então a intervir e a controlar a área econômica e a social, principalmente com relação ao capital-trabalho, afim de que o pais assumisse um elevado patamar econômico, o que ocorreu, mas com a super exploração da força de trabalho, a forte concentração de renda de uma privilegiada parcela da sociedade, além de rescindir o direito a greves (SILVA e SILVA, 2011). Cabe salientar que esse período foi marcado pelo desenvolvimentismo e pelo fenômeno do “milagre econômico”- como forma de hegemonia- conhecida dessa forma pelo senso comum até os dias atuais.

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