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Cadeia Produtiva Do Leite

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Por:   •  3/6/2013  •  6.943 Palavras (28 Páginas)  •  738 Visualizações

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CONTEXTUALIZAÇÃO DA ATIVIDADE LEITEIRA

O estudo apresenta as características da atividade leiteira no contexto mundial, nacional e regional. Relata, brevemente, o comportamento da produção, transformação e comercialização de leite e seus derivados, em âmbito mundial, brasileiro e sul-mato-grossense, destacando os principais países, estados e regiões envolvidas com a produção do leite.

ATIVIDADE LEITEIRA NO MUNDO

A produção mundial de leite atingiu o patamar de 397 bilhões de quilos no ano de 2000 e, nos anos subseqüentes, apresentou pequenas quedas com perspectiva de crescimento para 2003, sendo a União Européia a principal responsável pelo decréscimo.

Comparando a produção total do início desta década com a produção dos primeiros anos da década de 90, constata-se uma redução de 7,8% na produção total de leite e de 7,2% do rebanho leiteiro. Em períodos anteriores, como por exemplo, de 1970 à primeira metade da década de 90, a produção mundial apresentou crescimento médio anual de 1,2%. No entanto, este mesmo percentual representou todo o crescimento da década de 90.

Durante oito anos da década de 90, os principais produtores mundiais não apresentaram uma evolução constante da produção de leite. Segundo o ANUÁRIO DA PECUÁRIA BRASILEIRA (2003), países como a Nova Zelândia, Brasil, Índia, e Estados Unidos apresentaram crescimento de 49,2%, 42,4%, 23,3%, e 11,6%, respectivamente. Enquanto a Rússia e a Ucrânia tiveram a produção reduzida em 31,6% e 31,3%, a Polônia reduziu sua produção em 7,5%.

Em boa parte dos países da União Européia, a produção de leite apresentou uma tendência decrescente. O motivo aparente é que esses países estabelecem cotas para a produção e comercialização dos produtos lácteos e são muito rígidos com o cumprimento das metas.

De acordo com MARTINS e YAMAGUCHI (2001), nos EUA a organização dos produtores os faz fortes o suficiente para conseguir a implementação de três instrumentos de proteção: preço de garantia, tarifas de importação com cotas tarifárias restritivas e um eficiente sistema de cotas de comercialização.

A China, um país sem expressão na produção de leite, quase dobrou sua produção em oito anos, crescendo mais de 10% ao ano. Nota-se uma concentração na produção mundial de leite: do total de 193 países produtores, dez responde por 70% da produção mundial. Os Estados Unidos e a Índia representam, aproximadamente, 29% desse total.

Os dados demonstram que os países desenvolvidos, com maior uso de tecnologia, são altamente produtivos. A produtividade do rebanho leiteiro dos Estados Unidos é 188% superior à produtividade média mundial. Em seguida, aparecem os países que compõem a União Européia - Reino Unido, França e Alemanha. No entanto, a menor produtividade é apresentada pela Índia, 63% menor que a produtividade média mundial. O Brasil ocupa a 119º posição com uma produtividade 33% superior à da Índia.

Estes dados revelam a grande discrepância que existe, em termos tecnológicos, entre os rebanhos mundiais, apontando a possibilidade de grande evolução na produção de países que atualmente apresentam baixo rendimento e grande rebanho, como é o caso brasileiro.

Quando o assunto é consumo, o leite fluido é o destaque, no ano de 2001 foram consumidos, aproximadamente, 153 bilhões de quilos. Os principais países consumidores são a Índia (21,8%), os Estados Unidos (17,6%), a Rússia (9,3%), o Brasil (8,3%) e o Reino Unido (4,6%), que juntos consomem mais de 60% da produção mundial.

Dentre os principais países consumidores as evoluções registradas no consumo do leite fluido foram a Índia (18,9%) e o Brasil (56,4%), países em desenvolvimento que viram sua condição econômica melhorar um pouco no período de 1994 a 2001. Enquanto isso, Reino Unido e Rússia diminuíram o consumo de leite fluido, o que indica mudanças nos hábitos alimentares.

No que se refere ao Mercosul, a Argentina teve uma produção de leite de, aproximadamente, 8,7 bilhões de litros em 1996, o que representa um crescimento médio de 7,9% ao ano em relação a 1991. Este volume de produção o colocou na 15ª posição entre os países produtores. Na segunda metade da década de 90 e início de 2000, a taxa de crescimento da produção foi muito pequena, se comparada ao período anterior. O total de 9,6 bilhões de quilos ao ano, em 2001, foi fruto do crescimento anual de 1,7%.

O Brasil encontra desvantagens competitivas em relação aos seus principais parceiros do Mercosul, Argentina e Uruguai. A principal razão é que existe uma grande defasagem de custos de produção de leite, causada principalmente pela questão alimentar do rebanho, já que naqueles países existem as melhores pastagens do mundo com elevado valor nutricional.

FARINA e ZYLBERSZTAJN, comentam a situação desses países: “Por outro lado, os seus sistemas de produção parecem ter atingido algo próximo ao ponto máximo em termos de capacidade de produção de leite, dada a limitação geográfica da região da Pampa Úmida, sendo que novos incrementos na produção dependem de alimentação energética suplementar, o que certamente representaria um aumento sensível nos custos de produção” (FARINA e ZYLBERSZTAJN 1998, p.198).

ATIVIDADE LEITEIRA NO BRASIL

No ano de 2002, a receita bruta da agropecuária alcançou R$ 131,2 bilhões, sendo que o leite representou 6,3% do faturamento total, ocupando o quarto lugar, com uma receita de R$ 8,2 bilhões. No entanto, entre as atividades da pecuária o leite é o terceiro faturamento, abaixo apenas da carne bovina e da produção de frangos.

O Brasil ocupa a sexta posição no ranking mundial dos maiores produtores de leite, mas, também é um dos principais importadores desse produto, ocupando o 14º lugar. No ano de 2000, o país importou cerca de 307 milhões de quilos em produtos lácteos; em 2002 apresentou queda de 31%. O maior comércio é com a Argentina, representando 48% das importações brasileiras de lácteos, em seguida vem o Uruguai, responsável por 32%.

O mercado interno de lácteos esteve prejudicado em função da prática desleal de dumping1 nas exportações para o Brasil de leite em pó integral e desnatado, originários da União Européia, Argentina, Uruguai e Nova Zelândia.

A Confederação Nacional da Agricultura foi a peticionária do processo de investigação de dumping nas importações de leite em pó integral e desnatado, no período de 1998 a 1999. O Departamento de Defesa Comercial (Decom) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) apresentou parecer2

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