Caso Concreto 1 Ciencias Políticas
Casos: Caso Concreto 1 Ciencias Políticas. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: thgalasi • 22/9/2014 • 961 Palavras (4 Páginas) • 279 Visualizações
Relatório - Metodologia Específica
07/08/2014 16:58
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para a estruturação aquela universidade? Gérard Lebrun, Claude Leffort, Claude-Levi Strauss, entre outros. Claro que essa presença
trouxe resultados muito bons. Até os anos de 1960, pelo menos, a universidade brasileira tinha, apesar de sua incipiente estrutura, uma
produção de altíssima qualidade, muito mais pela influência estrangeira no Brasil, do que propriamente por conta de uma inclinação
cultural do povo brasileiro à ciência. Todo rigorismo intelectual e as técnicas de pesquisa desenvolvidas nesse período, devem muito aos
ilustres estrangeiros que aqui estiveram, conquanto nomes como Sérgio Buarque de Holanda, Florestan Fernandes, Cruz Costa, Gilberto
Freire, etc., também figurassem entre aqueles. Isso não tem nada a ver com “puxa-saquismo” ou com uma visão eurocêntrica.
Simplesmente tem a ver com o que de fato aconteceu.
Isso, porém, não ofusca o brilho da geração de intelectuais brasileiros que seguiu e que contou com a ilustre presença de nomes como
Otavio Iani, Fernando Henrique Cardoso, Alfredo Bosi, Antônio Candido, Darcy Ribeiro, enfim, um grupo brilhante de intelectuais.
Contudo, a partir dos de 1960, mais precisamente com a instauração do regime militar, a universidade entrou num processo de
sucateamento, que muito tem a ver com a série de acordos entre o MEC e a USAID (United States Agency for International
Development), e que implicou na tecnização do ensino superior brasileiro, acompanhando o desenvolvimento industrial daquele
período. No final dos anos 60, o regime militar facilitou a abertura de muitas universidades particulares. Aliás, muitas das universidades
que estão no mercado atualmente, datam dessa época. A abertura dessas universidades, em si, não foi negativa, se tomarmos por base
o fato de que, naquele tempo, o número de vagas nos estabelecimentos públicos ainda era muito diminuto. De todo modo, a divisão
entre a rede pública e a privada fica mais delineada nesse momento. Deixemos, contudo, para falar das condições das universidades
brasileiras no atual período, no final da explanação.
Passemos agora a analisar o segundo ponto que destaquei acima, isto é, certa tendência “antropofágica” que caracteriza alguns dos
traços de nossa cultura. Durante a semana de 1922 a referida expressão foi projetada para se referir à maneira como os brasileiros se
apropriavam de elementos culturais exportados. Trata-se, nesse sentido, de um termo de valência positiva, pois demonstra a capacidade
de nossa cultura de retraduzir influências, dando-lhe um toque tupiniquim. Contudo, no campo da educação as coisas não foram tão
positivas assim. Todo o sentido da universidade europeia, principalmente no que toca a ideia de universalização do saber, não se
consolidou. Desde o século XIX, quando as primeiras faculdades são fundadas, elas se dirigiam a uma parcela minoritária da população,
de modo que, longe de alcançar a todas as classes, a universidade brasileira caminhava para se tornar um antro elitista. Ademais, toda a
estrutura que caracteriza as universidades europeias, simplesmente não se reproduziu aqui. Aliás, com raras exceções, podemos afirmar
que até hoje as diferenças estruturais são muito significativas. Bibliotecas, laboratórios, professores estrangeiros, enfim, um conjunto de
elementos que faltam às universidades brasileiras, mas não às estrangeiras. Em outros termos, nossa capacidade de retradução nesse
caso foi muito pequena, para não dizer nula.
Mas o pior ainda está por vir. Refiro-me ao papel que a economia, representada, sobretudo, pelas grandes corporações, adquiriu no
âmbito da educação. A partir do final dos anos de 1990, alguns grupos educacionais, ancorados nas brechas da lei, garantidas por
governos que estão muito mais interessados em números e estatísticas, do que propriamente no alargamento da qualidade do ensino
superior, perceberam o filão que representava a expansão das vagas com vistas às classes mais carentes. Nesse momento, muitas
universidades,
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