Corantes Naturais

INTRODUÇÃO

A Química é uma disciplina que geralmente os alunos não entendem, pois se reduz a fórmulas matemáticas e aplicações de regras que se resumem a um aprendizado mecânico. Essa situação se agrava pelo fato de os professores não possuírem condições adequadas de trabalho, como falta de incentivo, de tempo para a elaboração de experimentos e de material didático adequado.

O artigo escrito pelos autores Marcelo Vizeu Dias, Pedro Ivo C. Guimarães e Fábio Merçon, relaciona o uso de corantes naturais e seu emprego como indicadores de pH. Atualmente, este é um tema muito utilizado por escritores da área de Química, pois motiva os alunos a aprenderem mais. Exemplos de corantes estudados por outros autores são os extraídos de repolho roxo, flores, casca de feijão preto, uva, amora, jabuticaba e jambolão.

MATERIAIS E MÉTODOS

Atividades desenvolvidas

Os pigmentos vegetais foram extraídos e testados como indicador de ph e assim foram desenvolvidas atividades práticas. A aula proporcionou a aprendizagem de características polar e apolar de substâncias, solubilidade, funções orgânicas, métodos de separação de misturas, reações ácido-base e indicador de pH.

Foram usados produtos cotidianos, como materiais e reagentes de baixo custo e de fácil aquisição, que são: beterraba, cenoura, pimentão vermelho, amarelo e verde, água, álcool comercial (etanol), dicloroetano, solução aquosa de NaOH 5% (v/v), solução aquosa de HCl 5% (v/v), béqueres de 250 mL, funil analítico, papel de filtro, balança analítica e liquidificador.

Se não houver laboratórios equipados, é possível desenvolver a mesma atividade substituindo os materiais por utensílios mais simples. Podemos substituir os béqueres por copos de vidro, balança analítica por balança de cozinha, papel de filtro por filtro de papel para café, tubos de ensaio por frascos transparentes de remédios, soluções de HCl e NaOH por substâncias de uso comum, como acido muriático e soda cáustica. Podem ser usados solventes comerciais encontrados em farmácias, ou seja, ao invés de usar dicloroetano, pode-se usar solvente comercial apolar como a benzina.

Para extrair os pigmentos, foram pesados 25 g de cada legume e triturados no liquidificador. Após isso, os legumes foram transferidos para béqueres com 50 mL de cada solvente (água, etanol, acetona e dicloroetano), agitados e deixados em repouso por 15 minutos. Após isso, cada mistura foi filtrada com papel de filtro e, para o teste como indicador de pH, 1 mL de cada extrato filtrado foi adicionado a cada um dos 3 tubos de ensaio, sendo um com HCl, outro com NaOH e o último sem reagente.

RESULTADOS

Extração de corantes naturais

As cores obtidas nas extrações dos corantes dos diversos legumes, com os diferentes solventes, encontram-se na Tabela 1.

Com exceção da beterraba, observa-se que todos os solventes (tanto os polares, como o apolar) extraíram pigmentos presentes nos legumes.

Os resultados obtidos pela extração de corantes da beterraba demonstraram a presença de um pigmento vermelho com característica polar, pois