Corrosão Na Industria

4.1. Corrosão

A corrosão é um processo espontâneo de deterioração de um material, geralmente metálico, por ação química ou eletroquímica do meio ao qual está inserido, podendo estar associada ou não a esforços mecânicos. O processo envolve reações químicas heterogêneas ou reações eletroquímicas superficiais de separação entre o metal e o meio corrosivo (GENTIL, 1996).

Problemas relacionados à corrosão são frequentes e assolam uma ampla gama de atividades, como por exemplo, as indústrias químicas, petrolífera, petroquímica, naval, automobilística, construção civil entre outras (ROBERGE, 1989). Em linhas geral, os problemas relacionados à corrosão apresentam basicamente três aspectos principais: econômico, em relação à preservação das reservas minerais e em relação à preservação e integridade de vidas humanas (RIOS, 2011).

Nas plantas industriais, as falhas ligadas à corrosão chegam a ocupar 29% das falhas totais no setor, como mostra a tabela 3. Na indústria petroquímica, especificamente, o problema se agrava a partir do momento em que o petróleo prospectado nos novos poços possui características quimicamente mais agressiva (MOTHÉ & JUNIOR, 2005)

Mecanismo Causa de Falhas (%)

Corrosão 29

Fadiga 25

Fratura Frágil 16

Sobrecarga 11

Corrosão em alta temperatura 7

Corrosão sob tensão/ Fadiga com corrosão/Fragilização por hidrogênio 6

Fluência 3

Desgaste, abrasão e erosão 3

Tabela 3 – Mecanismos causadores de falhas industriais.

Adaptada de RIOS, 2011.

4.2. O processo corrosivo.

A maior parte dos fenômenos de corrosão são de natureza eletroquímica, havendo a existência de duas ou mais reações, ou seja, uma oxidação de um metal (reação anódica) e a redução de um agente oxidante (reação catódica). O processo de corrosão eletroquímica se baseia no transporte de elétrons, levando a formação de uma pilha. Este fenômeno é constituído de um processo anódico, onde há passagem de elétrons para a solução; deslocamento dos elétrons e íons, consistindo na transferência dos elétrons das regiões anódicas para catódicas e uma difusão de ânions e cátions na solução; e um processo catódico, onde há recepção de elétrons (TORRES, 2001).

Os mecanismos pelos quais este processo pode ocorrer são (OLIVEIRA,2012):

• Corrosão em meios aquosos (90%);

• Oxidação e corrosão quente (8%);

• Corrosão em meios orgânicos (1,8%);

• Corrosão por metais líquidos (0,2%).

As porcentagens indicadas refletem a incidência de cada um dos tipos de corrosão. Sendo assim, a corrosão em meios aquosos é a mais comum, e isto é esperado, uma vez que a maioria dos fenômenos de corrosão ocorre no meio ambiente, no qual a água é o principal solvente. A própria corrosão atmosférica, que é a de maior incidência, ocorre através da condensação da umidade na superfície do metal (OLIVEIRA,2012).

4.3. Tipos de Corrosão

Os tipos de corrosão são descritos de acordo com a aparência ou forma de ataque, as diferentes causas e seus mecanismos. Assim, temos corrosão segundo (GENTIL, 1996):

• A morfologia: uniforme, por placas, alveolar, puntiformes ou por pites, intergranular, transgranular, filiforme, por esfoliação, grafítica, dezincificação, em torno de cordão de solda e empolamento pelo hidrogênio;

Figura 5 – Tipos de corrosão de acordo com a morfologia. (GENTIL, 1996)

• As causas ou mecanismos: por aeração diferencial, eletrolítica ou por correntes de fuga, galvânica, associada a solicitações mecânicas, em torno de cordão de solda, seletiva, empolamento ou fragilização pelo hidrogênio.

• Os fatores mecânicos: sob tensão, sob fadiga, por atrito, associadas à erosão;

• O meio corrosivo: atmosférica, pelo solo, induzida por microrganismos, pela água do mar, por sais fundidos, etc.;

• A localização do ataque: por pite, uniforme, intergranular, transgranular, etc.

4.4. Fatores que influencia a velocidade de corrosão

Classificação Taxa de Corrosão (mm/ano)

Baixa < 0,025

Moderada 0,025 - 0,12

Severa 0,12 - 0,25

Muito Severa > 0,25

A NACE (The National Association of Corrosion Engineers) classifica o processo de corrosão uniforme de acordo com as taxas de corrosão dadas na tabela 3.

Tabela 3