Documentários Trabalhados em Aula
Por: Dayane98 • 30/5/2019 • Resenha • 1.096 Palavras (5 Páginas) • 124 Visualizações
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Documentários trabalhados em aula
DEFENSORXS
O curta-metragem Defensorxs vai tratar a respeito dos direitos humanos, evidenciando a ação e difícil cotidiano de quem luta em defesa desses direitos em um país tão desigual como o Brasil. O documentário é dividido em capítulos, onde cada pedaço expõe uma luta especifica filmado em regiões diferentes (Dourados, Fortaleza, Curitiba, Altamira e São Paulo). O primeiro capítulo chama-se Tekoha filmado em Dourados, aborda a história de luta indígena, onde é registrado o enterro de uma das lideres na retomada Ñu porã, vítima dos conflitos territoriais existentes, o que acaba sendo comum no cenário de privações e ameaças constantes em que essa população vivência. Nesse capitulo também é feita uma visita à aldeia Guaiviry, recuperada pela população indígena, mas que se encontra rodeada por um horizonte cheio de fazendo de cultivo de soja e criação de gado. O segundo capítulo chama-se Engravatados filmado em Fortaleza, mostrando o cotidiano dos parlamentares e sistema judiciário em relação aos direitos humanos. Nesse capitulo é possível ver reuniões tratando dos direitos de crianças e adolescentes e o julgamento de um trabalhador morto pelo trabalho nocivo em uma empresa. Já o terceiro capítulo chama-se Todas as cores filmado em Curitiba, esse capítulo começa com a jovem Fernanda com uma coroa na cabeça e roupa de rainha de bateria e vai tratar a respeito da luta LGBT, nele ouvissem várias histórias e a narração é feita por Marcio e Rafaelly, que vão evidenciar como as atividades de Ongs são de fundamental importância para a conquista dos direitos LGBTs e mostram também como o preconceito ainda é algo tão presente na vida dessa população. Marcio conta que dias antes das gravações haviam escrito a palavra “viado” na porta do elevador de seu prédio com uma senta para seu apartamento, isso parece algo até sutil comparado aos grandes números de espancamentos e mortes decorrentes desse tipo de preconceito, mas todo e qualquer tipo de assedio deve ser considerado como algo totalmente alarmante. O quarto capítulo chama-se Impactos de Belo Monte filmado em Altamira, nesse capitulo é feita uma pescaria com um homem chamado Hélio, que expõe como a construção da usina de Belo Monte foi prejudicial e transformou totalmente sua vida de repente, ele acabou sendo realocado para muito longe do Rio Xingu, tendo que involuntariamente ter que trocar sua profissão anterior de pescador pela vida de porteiro em uma escola pública onde passou a habitar, ele também expõe as tentativas de suborno e as ameaças que sofreu na resistência contra a usina. O rio Xingu e os ribeirinhos são os principais afetados com a ideia de “progresso “ que se teve com a construção dessa usina. O quinto e último capítulo chama-se A luta é pra valer filmado em São Paulo, vai tratar sobre a luta por moradia no maior espaço urbano do país que também é um dos mais desiguais, a questão da habitação a décadas é uma das principais problemáticas brasileiras e nesse capítulo é exposto o cotidiano das ocupações do movimento de moradia. É evidenciado até conflitos internos que as mulheres que lutam por essa causa passam em relação a seus maridos que não aceitam a presença constante delas nos acampamentos e acabam por se separar. O documentário nasceu da campanha Somos todxs defensorxs, é uma realização do coletivo e produtora Nigéria, que acabou por produzi-lo com orçamento baixo comparado a tantos outros.
JUSTIÇA
O documentário nomeado como Justiça foi produzido no Rio de janeiro no ano de 2003, vai observar o cotidiano de réus, defensoria pública, promotoria, polícia e juízes. De certo modo através dos casos julgados irá expor a ineficiência do Tribunal de Justiça. O documentário tem como primeira cena uma audiência na qual um cadeirante é acusado de um delito, porém não existem evidências físicas contra ele a não ser os testemunhos dos policiais que efetuaram a prisão. Ademais, o cadeirante teria pulado um muro para tentar fugir desses policiais, o que demonstra a total falta de coerência da história. É notório que um juiz que julga vários casos por dia não conseguirá eficiência em todos eles, passando a agir com frieza e descaso diante das diversas situações que lhe for surgindo. Isto fica evidente quando o cadeirante pede para ser transferido para um hospital devido a sua deficiência e a superlotação que encontraria dentro de uma cela, tendo que se arrastar pelas fezes dos outros detentos e seu pedido é negado. Existe um desapego dos magistrados em relação às queixas de agressão sofridas pelos acusados, agressões essas sofridas muitas vezes pelos policiais no momento do flagrante, eles acabam por ter um pensamento previamente formado daquele indivíduo e que muito dificilmente irá ser transformado. Assim, esse mesmo cenário acaba se repetindo várias e várias vezes com a alteração apenas dos personagens em questão. Também é possível ver o despreparo no caso de um jovem julgado e condenado a pena de serviço comunitário por envolvimento com drogas, que é liberado com a saúde claramente debilitada, sem acompanhamento médico ou orientação especifica, pois assina um documento qualquer, não responde se gostaria de recorrer e simplesmente vai embora sem nenhum parente a sua espera. Nesse documentário é alertado o caos carcerário, com sua superlotação, onde ao invés de cumprirem com seu papel socioeducativo, adotam um tratamento desumano em relação aos indivíduos. É demonstrada acima de tudo a fragilidade que se encontra no sistema penal e sua falta de interesse em desenvolver alternativas que possam de fato recuperar jovens infratores. Ao filmar o interior de um tribunal e com todas as cenas seguintes vistas consegue-se retratar que não é colocando os marginais na cadeia, afastando-os simplesmente do convívio social que se resolve o problema de violência no Brasil. Nesse documentário não existem entrevistas, é apenas mostrado à realidade como ela é, pois a fala poderia influenciar de alguma maneira a reflexão sobre o que ali está sendo exposto. Essas audiências criminais foram filmadas integralmente no Rio de Janeiro, mas poderiam ter sido filmadas em qualquer outro estado brasileiro e mesmo assim as cenas não seriam tão diferentes. Talvez o clima, a estrutura do prédio, o sotaque das pessoas pudessem mudar, mas o autoritarismo permaneceria, assim como os réus continuariam quase sempre sendo muito pobres e em suas famílias quase não existirem pais, apenas mãe com poucas exceções. É indiscutível a necessidade de abertura de novos concursos públicos, para tentar atenuar o problema judiciário, mas isso só irá funcionar com um sistema mais informatizado, uma policia melhor preparada, reformas no sistema carcerário, uma melhor distribuição de renda e dentre outras tantas coisas.
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