Formação E Exclusão De Um Povo

Formação e exclusão de um Povo

Mesmo depois de mais de 500 anos de existência, nosso país ainda vive reflexos de uma colonização diversificada, que deixou por toda sua extensão territorial, uma mistura de culturas e saberes, ora benéficos, ora avassaladores.

Temos do Sul ao Norte do país, crendices, folclores e misticismos espalhados, que formaram nossa vasta cultura, legitimamente afro-euro-americanense. E como não poderia deixar de ser, tanta intromissão, nos fez refém de modelos pré-estabelecidos de educação, comprados e propagados pelos governos ao decorrer destes anos, sem se preocuparem se tais modelos serviriam aos nossos propósitos e nossas peculiaridades. Logo, o que se esperar de um modelo de educação que foi planejado com fins de massificação e não de orientação?

Tanto o texto: “A formação do povo brasileiro e o meu aluno objeto de exclusão: existe alguma relação?” como o vídeo “Vida Maria”, retratam em suas entrelinhas, essa falta de compromisso ou de apego com a formação cultural e educacional em nosso país, uma vez que não temos políticas puras e verdadeiras neste sentido.

E no campo ou nos interiores das capitais, isto é mais visível, pois a mudança no comportamento ou nos costumes, não se dar de forma fácil, ainda mais, que tais mudanças podem acarretar em “danos” a quem os oprime ou os cerceiam os direitos.

Qual sertanista não ficaria na dúvida entre estudar e trabalhar para ter o sustento familiar? Qual morador da periferia não se incomodaria em ser taxado de analfabeto em rede de televisão, ainda mais quando lhe é dado o direito à escola e as “bolsas” “isso ou aquilo”? E a rede de ensino, o que ela retornará de concreto – números - ao MEC e por sua vez ao BIRD?

Em fim, pela “Vida Maria” passamos todos nós, num contexto um pouco diferenciado e num clima menos inóspito, todavia, ou abdicamos de algo em detrimento de reles benefícios ou damos presentes de gregos àqueles que nós, por juramento, prometemos formá-los ou transformá-los.