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Geologia Estrutural SW Do Cráton Amazônico

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Por:   •  27/8/2014  •  1.635 Palavras (7 Páginas)  •  368 Visualizações

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8.0 – GEOLOGIA ESTRUTURAL

8.1 - Introdução

Nesse capítulo são apresentadas as estruturas registradas nas rochas da região mapeada. Os dados foram obtidos na etapa de campo, nos afloramentos, ao analisar imagens de satélite (SPOT, SRTM, ASTERGDEM e LANDSAT7), e na consulta de trabalhos prévios que abordaram a geologia estrutural da área. Identificou-se, em escala de afloramento, estruturas planares com orientações coincidentes com lineamentos observados em escala de satélite.

As estruturas planares encontradas na área mapeada foram sobrepostas na seguinte ordem: o acamamento S0 foi dobrada gerando a foliação S1, e ambos foram redobradas por um segundo evento gerando a foliação S2. Além dessas, ao menos dois tipos de clivagens de fratura ocorrem em algumas rochas. As estruturas lineares são: a lineação de estiramento Lx e a lineação de intersecção entre S1 e S2. É importante ressaltar que devido a diferença de competência entre as litologias, por vezes em determinados litotipos certas estruturas estão ausentes.

Ao visitar afloramentos didáticos como o Morro do Coco e do leito do Rio Jauru ficou evidente tratar-se de uma zona de dobras, nem sempre identificáveis em todos os locais visitados, pois em alguns afloramentos elementos como a charneira já erodiram. Assim as relações entre S0, S1 e S2 foram fundamentais para um melhor entendimento das estruturas regionais.

As estruturas foram descritas de uma forma generalizada por afloramentos, porém sempre destacando em quais litotipos foram encontradas e como as mesmas estão registradas, podendo assim dizer que trata-se de um levantamento lito-estrutural. Para que isso tenha validade naturalmente só foram descritas estruturas passiveis de caracterização, ou seja, onde as rochas estão in situ nos afloramentos. Os principais pontos foram: Ponto Morro do Coco, leito do Rio Jauru, Morro Peito de Moça e alvo J6A e Afloramento PJ-66.

As rochas encontradas na área, conforme já descrito anteriormente xistos e meta-cherts pertencentes à Sequencia Metavulcanossedimentar, gabros da Suíte Intrusiva Figueira Branca e os granitos correlacionáveis à Suíte Pindaituba.

8.2 - Alvo J6A

No Alvo J6A afloram granitóides da Suite Intrusiva Pindaituba e metagabros do Grupo Jauru. Ruiz (2011) fez uma consultoria à empresa Lago Dourado e descreveu no local esse contato como uma zona de cisalhamento de caráter dúctil com alguns elementos estruturais, não muito distintos dos observados nesse trabalho, como segue. (Figura 25)

Nesse presente trabalho foram descritos no alvo J6A uma rocha gabróica cinza esverdeada devido ao intemperismo que apresenta uma xistosidade tanto paralela ao contato, como ortogonal. A direção da xistosidade do gabro coincide com o contato e com a foliação do granito, por sua vez marcada pelo alinhamento de biotitas e quartzo. A direção varia entre N70-85W com mergulhos entre 75-88o ora para SSW ora para NNE. No granito é possivel notar uma grande quantidade de veios de quartzo paralelos a foliação denominados de V1 e outros com direções similares mas perpendiculares quanto ao mergulho (N80W/10NE) que são V2 (Figura 26.). Existe uma lineação de estiramento (Lx) donw-dip no plano de cisalhamento.

Figura 25 - Esquema do contato entre o metagabro e o granito foliado no alvo J6A (S = foliação e xistosidade; ZC = zona de cisalhamento) (modificado de Ruiz, 2011).

Figura 26 - Afloramento de granito cortando por veios de quartzo V1 no Alvo J6A, que já foi garimpado no passado. A direita projeção estereográfica da xistosidade/foliação S1. Note que na porção inferior do afloramento V1 encontra-se dobrado com dobra estilo Z sugerindo tratar-se de um flanco normal de uma dobra.

A foliação S2 não foi visualizada no alvo J6A provavelmente por estar subparalela e paralela nesse local e dessa forma não foi possível diferenciá-la de S1.

8.3 - Morro do Coco (PJ-02 e PJ-03)

O afloramento Morro do Coco se destaca no relevo por representar a charneira de uma dobra fechada onde as estruturas colunares afloram de maneira alongada com direção marcam o eixo da dobra com caimento em alto ângulo para NW.

No Morro do Coco e em suas porções alongadas afloram as rochas metassedimentares do Grupo Jauru que localmente variam composicionalmente de mica xisto a meta-cherts, e por vezes quartzitos bandados. A granulometria dessas rochas é fina e a xistosidade é muito bem desenvolvida, de modo a não deixar registros de estruturas sedimentares prévias (S1//S0). Os xistos micáceos podem localmente conter quantidade variável de clorita e de grafita em determinadas posições. Os quartzitos bandados podem conter concentração de hematita-magnetita, o que lhe confere analogia com cherts ferruginosos ou BIFs.

As estruturas colunares, também conhecidas como mullions, são colunas paralelas a subparalelas resultantes da subdivisão ou conformação de uma camada durante a deformação e metamorfismo (Loczy & Ladeira, 1976), conforme visto esquematicamente na figura 27 A. Localmente, no Morro do Coco, as estruturas colunares tem orientação segundo N40-50E com caimentos da ordem de 50-60o para NW (Figura 27 B e C), são arredondadas quando visualizadas perpendicularmente ao comprimento das colunas (Figura 27 D). A direção dos rods é 310 e o caimento é de 40o que coincide com o eixo da dobra . Alguns níveis milimétricos a centimétricos de hematita associado a pirita (presença de box works) oxidadas, de dimensões centimétricas ocorrem ao longo do plano da foliação e disseminadas, mas principalmente na clivagem de fraturas S2 que são ortogonais a S1 (Figura 27 E). Obliquas a S0 e S1 ocorrem veios e vênulas de quartzo leitoso de espessuras centimétricas (Figura 27 C).

Figura 27 - Morro do Coco. A - Ilustração esquemática de estruturas colunares no contexto de uma dobra devido a diferença de competência entre litotipos com diferentes composições. B e C - Estruturas colunares vistas lateralmente, com destaque para a licenação (rods) de alto ângulo (linhas vermelhas) e planos ortogonais S2 (linhas pretas) além de veios de quartzo oblíquos (linhas amarelas em C). D e E – Clivagem de fratura S2 preenchida por hematita e sulfetos oxidados (box Works de pirita). F – Sulfetos oxidados (box Works).

Imagem 28 - Estereograma das foliações identificadas no Morro do Coco (S0//S1). A estrela no centro

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