Gestão Do Conhecimento
Casos: Gestão Do Conhecimento. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 28/10/2014 • 1.135 Palavras (5 Páginas) • 206 Visualizações
1. INTRODUÇÃO
1.1. Contextualização da Gestão de Conhecimento (GC)
Capturar, preservar, organizar e proporcionar acesso ao conhecimento não são atividades recentes. Nas bibliotecas, desde as mais antigas, sempre houve estas preocupações. As séries de tabletes de barro encontradas nas ruínas de antigas cidades da Mesopotâmia também podem ser vistas como uma espécie de esforço de gestão do conhecimento (Terra e Gordon, 2002).
“Apesar de não ser uma novidade, o conceito de gestão do conhecimento está sendo esquematizado e tornado disponível de uma nova forma através das novas tecnologias, meios de comunicação e técnicas” (Terra e Gordon, 2002).
A partir da segunda metade do século XX, e com maior ênfase a partir dos anos 70, têm-se observado tendências econômicas, sociais e tecnológicas, tais como: crescente globalização, rápida evolução dos meios de comunicação, barateamento e universalização da informação e a diminuição do ciclo de vida de produtos, entre outras. Estas tendências têm levado as empresas a focarem mais e mais recursos para diferenciar seus produtos e serviços visando à sobrevivência em um mercado cada vez mais competitivo (Prusak, 2001; Terra e Gordon, 2002). Neste cenário, as empresas com maior capacidade de aprender e colocar o aprendizado a serviço da inovação terão maior possibilidade de se perpetuar (Terra, 2005 e Ambrecht et al., 2001).
Os modelos de gerenciamento já consagrados e amplamente usados desde o início do século passado, focados basicamente na administração de recursos tangíveis, como capital e bens de produção, não têm a mesma eficácia quando usados para gerenciar recursos intangíveis, como o conhecimento. Assim, torna-se necessária uma nova forma de gestão, com outras prioridades e perspectivas para se criar riqueza no século XXI (Prusak, 2006).
Segundo Ambrecht et al. (2001), neste mundo turbulento e em rápida transformação em que vivemos, cada organização enfrenta o desafio de como melhor gerenciar seus ativos de conhecimento para gerar valor para o mercado e obter vantagem competitiva. Tal vantagem é decorrente de capacidades especiais que são raras, valiosas, insubstituíveis e custosas de imitar. Historicamente, o foco estava nas capacidades relacionadas aos ativos tangíveis. Atualmente, o conhecimento é largamente reconhecido como a principal fonte de vantagem competitiva, sendo que os ativos tangíveis representam a manifestação física de, apenas, parte deste conhecimento. Segundo Prusak (2006), esta mudança de foco pode ser evidenciada pelo volume de recursos aplicados - isto é: atualmente se gasta tanto com tangíveis quanto com intangíveis. Há 10 anos a proporção era de quatro para um.
Terra e Gordon (2002) também destacam que as companhias estão percebendo que o recurso de conhecimento se tornou a chave para estabelecer vantagens competitivas duradouras e que se consolidam por si próprias. Esta percepção, ligada aos avanços na tecnologia da informação, levou ao surgimento da GC como uma disciplina ou uma preocupação explícita em muitas organizações.
Corroborando com esta perspectiva, Krogh et al. (2001), observam que desde o início da década de 90 a gestão do conhecimento se tornou um assunto vibrante. Destacam, também, que pesquisadores, consultores e a mídia especializada têm aconselhado as empresas a encarar a gestão do conhecimento como fonte de vantagem competitiva, a se concentrar nas necessidades dos trabalhadores do conhecimento e construir um ambiente fecundo ao aprendizado, capaz de atender às demandas da economia pós-industrial da informação.
Um marco para iniciar a linha do tempo da gestão do conhecimento pode ser a conferência organizada por Prusak e outros colegas, em Boston, em 1993 - a primeira especialmente dedicada à gestão do conhecimento. Muitos dos conferencistas tentaram definir conhecimento organizacional, diferenciando-o de dados e informações. Porém, para os participantes, conhecimento parecia ser algo “residual”, aquilo que “sobra” para explicar a produtividade após se levar em conta todos os outros fatores. Como o assunto ainda era muito novo e havia poucos trabalhos práticos, a maioria das discussões ainda foi teórica (Prusak, 2001).
Com o passar do tempo a gestão do conhecimento tem sido mais e mais difundida e praticada nas empresas, tanto públicas quanto privadas. Livros e artigos sobre o tema têm sido publicados e cada vez mais profissionais, das mais diversas áreas, se preocupam com o tema. Atualmente o assunto é discutido em todo o mundo e, embora ainda haja divergências conceituais, é consenso que a competência no gerenciamento do conhecimento - ou do fluxo de conhecimento - se mostra fundamental no desenvolvimento e na geração de riqueza nas organizações e, também, nos países.
Ambrecht et al. (2001) afirmam que algumas organizações de pesquisa e desenvolvimento (P&D) têm obtido significantes resultados através da aplicação de princípios de GC para promover o fluxo de conhecimento interno e de informações externas. Além disso, ressaltam que a função P&D necessita de um foco diferente daquele demandado por outras áreas, especificamente no que tange o desenvolvimento de livre acesso ao conhecimento tácito das pessoas. Destacam, ainda, que o campo da gestão de conhecimento recebe crescente atenção de empresas e universidades, uma vez que as organizações estão se desdobrando para desenvolver estratégias para gerenciar seu conhecimento de forma mais proativa e estratégica.
1.2. Objetivos
Esta monografia tem como objetivo analisar algumas das principais referências bibliográficas disponíveis sobre o tema GC e identificar as principais práticas e ferramentas de GC mencionadas nesta literatura.
Também se objetiva a comparação das ferramentas e práticas de GC mencionadas na literatura com aquelas utilizadas nas áreas de P&D de três empresas de grande porte que atuam no Brasil. Para tanto, foram estabelecidos critérios de classificação das práticas e ferramentas, procurando facilitar os processos de comparação e análise.
Outro objetivo do trabalho é o de identificar oportunidades de melhoria nas três empresas pesquisadas e analisadas.
1.3. Justificativas
Os autores identificaram vários motivos que justificam a realização deste trabalho (considerando o tema GC em P&D). Os principais são:
• Necessidade de se apresentar um material consolidado com os principais fundamentos, práticas e ferramentas de GC abordados por algumas das principais referências bibliográficas existentes atualmente.
• Oportunidade de analisar e apresentar a situação atual de GC de algumas das principais empresas que realizam importantes atividades de P&D no Brasil (atividades em segmentos de tecnologia de ponta).
• Oportunidade de comparar as práticas e ferramentas de GC de algumas empresas que realizam P&D com as práticas e ferramentas mencionadas na literatura.
1.4. Organização da Monografia
O capítulo “Fundamentos, Práticas e Ferramentas da GC” apresenta conceitos gerais de GC e cita as principais práticas e ferramentas encontradas na literatura consultada. Também mostra os resultados obtidos com a aplicação de GC em empresas ao redor do mundo.
No capítulo “Metodologia da Pesquisa” descreve-se o tipo de pesquisa realizada e as etapas desenvolvidas durante o trabalho.
O capítulo “Análise das Informações Coletadas” aborda a categorização feita para as ferramentas e práticas encontradas na literatura e para aquelas encontradas nos departamentos de P&D de três empresas brasileiras de grande porte. Além disso, este capítulo apresenta as similaridades e diferenças entre as empresas e lista oportunidades de melhoria para cada uma delas.
No capítulo “Comentários e Conclusões” são destacadas as principais conclusões identificadas pelos autores, assim como possibilidades futuras de pesquisa em relação ao tema.
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