Liderança - 50 Lições De Liderança
Projeto de pesquisa: Liderança - 50 Lições De Liderança. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: paivazamba • 30/9/2014 • Projeto de pesquisa • 2.888 Palavras (12 Páginas) • 238 Visualizações
HSM Management 46 setembro-outubro 2004
ALTA GERÊNCIA
Em seus primeiros trabalhos, o sr. era cético quanto à aplicação das leis da natureza
e da ciência da complexidade à gestão de empresas. O que provocou seu ceticismo
inicial?
Não acredito em “frases de efeito” quando se trata de promover idéias de negócios. O termo
“ciência da complexidade” me pareceu mais uma dessas expressões da moda.
Eu preparei certa vez uma tabela com as “ondas” do mundo
dos negócios no período entre 1950 e 2000. O critério foi o nú-
mero de vezes que uma idéia havia sido mencionada na imprensa
especializada norte-americana.
Até meados da década de 1970, duas ou três dessas novas
idéias emergiam cada cinco anos, mais ou menos, e desfrutavam
uma vida útil muito longa.
A partir daí os rápidos avanços tecnológicos e a globalização
começaram a afetar os negócios. Minha análise mostra uma gran-
de maré de novos conceitos, muitas vezes “empacotados” para
produzir o máximo impacto emocional. A vida útil dessas idéias
diminuiu drasticamente. O setor de idéias de negócios passou a
se comportar como o setor da moda.
Essa tendência continuou por duas décadas e acabou quando
a “bolha” estourou, no ano 2000. O freio veio não somente com o
fi m da mania das ponto.com. O mercado percebeu também que
muitas das “novas” idéias tinham 10 anos de idade, “revestidas”
com a linguagem na nova era.
Isso não quer dizer que todos os conceitos de management
desse período fossem desprovidos de mérito. Alguns, como a
qualidade total, refl etem uma abordagem de administração
profunda e sólida. Muitas das melhores idéias fracassaram por-
que as organizações tendiam a aplicá-las como uma camada de
Em entrevista, o lendário professor Richard Pascale, de Stanford, afi rma que a chave do sucesso nos negócios agora pode estar
na ciência da complexidade, que estuda a empresa como um ser
vivo. E proclama a necessidade de uma nova geração de líderes
Inspirando-se nas leis da natureza para observar
as organizações do mundo dos negócios, o
renomado professor de Stanford Richard Pascale, hoje consultor de grandes empresas mundiais, critica a tendência das empresas de perpetuar sua
forma de operar. Nesta entrevista, ele afi rma que
o equilíbrio prolongado é precursor da morte e
que a inovação é produzida em meio ao caos.
Pascale explica que as companhias são como
seres vivos e que, como tais, estão sujeitas
a mudanças não-desejadas. E diz mais: para
compreender essa idéia e atuar segundo ela, é preciso uma nova geração de líderes, cujo
avanço até agora tem sido lento demais. Os conceitos defendidos por Pascale são
polêmicos e têm a capacidade de sacudir as
empresas. Fundam as bases de um novo estilo
de gestão, baseado no “trabalho adaptativo”, que se deve sobrepor ao “trabalho técnico”. A entrevista é de Sarah Powell, editora da
Emerald Now Spotlight.
SINOPSE
Você está
pronto para a complexidade?
HSM Management 46 setembro-outubro 2004
ALTA GERÊNCIA
tinta por cima da “forma tradicional de fazer as coisas” –sem conseguir provocar os efeitos transformadores desejados. O relacionamento superficial com essas idéias e seu subseqüente “fracasso” provocaram cinismo entre os executivos.
Assim, quando um dos co-autores de Surfing the Edge of Chaos me propôs pela primeira vez que explorássemos a ciência da complexidade, eu realmente me mostrei cético. Como é que algo tão remoto poderia ter alguma relevância significativa para os negócios?
E o que o levou a mudar?
Mergulhei na literatura relacionada com o tema e passei horas com mentores como Stu Kaufman, Murray Gellmann e Brian Arthur. Concluí que há, de fato, algumas propriedades comuns a todas as coisas vivas que possuem grande relevância para os negócios.
Essas propriedades se tornaram o arcabouço do livro e são as seguintes:
1) o equilíbrio prolongado é um precursor da morte;
2) a inovação ocorre perto da beira do caos;
3) todas as coisas vivas apresentam a capacidade de auto-organização e emergência (mais recentemente popularizada pela idéia do ponto de inflexão);
4) quando você mexe com coisas vivas, depara com a lei das conseqüências imprevistas.
A partir de então essas quatro idéias começaram a fazer parte do repertório dos executivos. Em meados da década de 1990, quando nosso trabalho começou, elas eram consideradas altamente complexas e exóticas.
Como o sr. avalia o avanço das empresas no entendimento e aplicação dessas idéias?
O progresso é dolorosamente lento! As empresas no mundo inteiro investem mais de US$ 50 bilhões por ano em honorários de “consultores da mudança”. E esse valor responde por apenas um terço do custo total
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