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O Impacto Da Urbanização Em Lagoas Do Rio De Janeiro: Estudo De Caso Sobre As Lagoas Rodrigo De Freitas E De Araruama

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Por:   •  25/9/2014  •  1.045 Palavras (5 Páginas)  •  763 Visualizações

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O impacto da urbanização em Lagoas do Rio de Janeiro: estudo de caso sobre as Lagoas Rodrigo de Freitas e de Araruama

Clara Ayume Ito de Lima

Mestre em Ecologia e Recursos Naturais (UENF)

Milena de Oliveira Viegas

Graduada em Ciências Biológicas, pós-graduanda em Biodiversidade e Sustentabilidade (Estácio)

Any Bernstein

Doutora em Biotecnologia, mestre em Bioquímica, professora na Fundação Cecierj

Este artigo foi selecionado dentre os estudos de casos apresentados por alunos na disciplina Sustentabilidade no Contexto das Ciências, oferecida pela Diretoria de Extensão da Fundação Cecierj. O professor pode complementar com este assunto as aulas de disciplinas como Biologia, Ciências, Química e Educação Ambiental, entre outras. Este trabalho pode também servir como sugestão para realização de trabalhos da turma em seu próprio meio ambiente.

Impactos ambientais causados pela urbanização nos ambientes aquáticos

A ocupação de áreas urbanas de forma desordenada e sem infraestrutura sanitária leva a um aumento na degradação ambiental, e a poluição gerada por ações antrópicas leva à adição de substâncias e de energia que alteram as características químicas, físicas e biológicas desses ecossistemas. No caso dos ecossistemas aquáticos, o impacto de um poluente será tão maior quanto for sua concentração e a capacidade do compartimento que o recebe em degradá-lo.

Dentre os diferentes tipos de corpos d'água, as lagoas costeiras sofrem grande impacto ambiental, por estarem situadas em área urbanizada entre o mar e o continente, recebendo os resíduos produzidos pelas atividades humanas realizadas em seu entorno (Soffiati, 1998). No Estado do Rio de Janeiro, as Lagoas Rodrigo de Freitas e de Araruama são exemplos de corpos d'água costeiros que vêm sofrendo queda na sua qualidade ambiental devido a intervenções antrópicas.

Em ambas ocorreram alterações urbanísticas que levaram à diminuição da sua área original, dos canais de escoamento de água pluvial e, para piorar o quadro, ainda há o lançamento, em suas águas, de efluentes domésticos e industriais sem tratamento nesses sistemas. No presente trabalho é realizado retrospecto dos problemas causados pela urbanização nesses dois importantes corpos água do Rio de Janeiro: as Lagoas Rodrigo de Freitas e Araruama.

O esgoto é composto por matéria orgânica, por nutrientes como fosfatos inorgânicos presentes na composição de detergentes, nitrogênio (na forma de nitrogênio orgânico e amônia), microrganismos, sólidos em suspensão e óleos (von Sperling, 2005). O aumento da concentração de nutrientes (compostos ricos em nitrogênio e fósforo) pode causar um processo conhecido como eutrofização artificial dos ecossistemas aquáticos, esquematizado na Figura 1. Braga et al. (2005) definem eutrofização como o "enriquecimento das águas com os nutrientes necessários ao crescimento da vida vegetal aquática". A eutrofização pode ocorrer tanto de forma natural quanto antrópica; a forma natural é um processo demorado e tem relação com o tempo de evolução dos ecossistemas.

Esse processo é iniciado com a entrada de nutrientes na coluna d'água, incrementando a concentração desses elementos e propiciando o crescimento de macrófitas aquáticas. Esses vegetais superiores se alimentam de nutrientes presentes no ambiente. Existem macrófitas flutuantes e outras emergentes. As flutuantes diminuem a entrada de luz, fator importante para ocorrer fotossíntese. Consequentemente, a produção de oxigênio também diminui e os organismos mais sensíveis a essa mudança morrem. A demanda bioquímica de oxigênio (DBO) aumenta – ela é necessária para que os organismos realizem os processos de decomposição da matéria orgânica –, intensificando o consumo do oxigênio restante.

Na época do verão, o aquecimento superficial da água da lagoa promove o processo de convecção, o que revolve o lodo de seu fundo. Isso ocorre porque as águas superficiais ficam mais quentes e menos densas que as águas profundas. Essa diferença térmica produz uma zonação nas águas, formando camadas chamadas epilímnio (camada mais superficial, com maior temperatura e luminosidade), metalímnio (camada com grande variação de

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