O QUE É CIÊNCIAS - UNICAMP
Trabalho Escolar: O QUE É CIÊNCIAS - UNICAMP. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: maichan01 • 16/12/2014 • 678 Palavras (3 Páginas) • 563 Visualizações
O QUE É CIÊNCIA?
SILVIO SENO CHIBENI
Departamento de Filosofia - IFCH - Unicamp
chibeni@unicamp.br
-
http://www.unicamp.br/~chibeni
Resumo:
Este trabalho apresenta para um público geral algumas
das principais concepções de ciência defendidas por
filósofos da ciência desde o surgimen
to da ciência moderna, no século
XVII. Procura-se destacar que essas
concepções evoluíram na direção de uma melhor adequação ao que de fato se
verificou na hist
ória da ciência.
Índice:
1. A visão comum de ciência ....................................................................................................
..................................... 1
2. Objeções à visão
comum da ciência...........................................................................................
................................ 3
3. Popper e o
falseacionismo...................................................................................................
....................................... 6
4. Limitações do
falseaci
onismo ................................................................................................
.................................... 8
5. Lakatos: uma visão c
ontemporânea da ciência .................................................................................
....................... 12
Referências....................................................................................................................
............................................... 16
1. A visão comum de ciência
Constitui crença generalizada que o conhecimento
fornecido pela ciência distingue-se por um
grau de certeza alto, desfrutando assim de uma pos
ição privilegiada com relação aos demais tipos
de conhecimento (o do homem comum, por exem
plo). Teorias, métodos, técnicas, produtos,
contam com aprovação geral quando considerados ci
entíficos. A autoridade da ciência é evocada
amplamente. Indústrias, por exemplo, freqüentem
ente rotulam de “científicos” processos por
meio dos quais fabricam seus produtos, bem como
os testes aos quais os submetem. Atividades
várias de pesquisa nascentes se auto-qualificam “científicas”, buscando afirmar-se: ciências
sociais, ciência política, ciência agrária, etc.
Essa atitude de veneração frente à ciência deve-se, em grande parte, ao extraordinário
sucesso prático alcançado pela física, pela quími
ca e pela biologia, principalmente. Assume-se,
implícita ou explicitamente, que por detrás de
sse sucesso existe um “método” especial, uma
“receita” que, quando seguida, redunda em conhecimento certo, seguro.
A questão do “método científico” tem constituí
do uma das principais preocupações dos
filósofos, desde que a ciência ingressou em um
a nova era (ou nasceu, como preferem alguns), no
século XVII. Formou-se em torno dela e de outra
s questões correlacionadas um ramo especial da
filosofia, a
filosofia da ciência
. Investigações pioneiras sobre o “método científico” foram
2
conduzidas por Francis Bacon (1561-1626). Sec
undadas no século XVII por declarações de
eminentes cientistas, como Galileo, Newton, Boyle,
e, no século seguinte, pelos Enciclopedistas,
suas teses passaram a gozar de ampla aceitação até
nossos dias, não tanto entre os filósofos, mas
principalmente entre os cientistas, que até hoje muitas vezes afirmam seguir o método baconiano
em suas pesquisas. Isso é singul
ar, visto que os estudos recentes em história da ciência vêm
revelando que os métodos efetivamente empregados
pelos grandes construtores tanto da ciência
clássica quanto da moderna têm pouca conexão com as prescrições do filósofo inglês.
De forma simplificada, podemos identificar
nas múltiplas variantes dessa visão da
atividade científica e da natureza da ciência
...