O Serviço Social de Grupo
Por: Rogeriogov05 • 27/8/2022 • Pesquisas Acadêmicas • 2.659 Palavras (11 Páginas) • 199 Visualizações
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA
SETOR DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE SERVIÇO SOCIAL
GISELE PILARSKI
RITA DE CASSIA GOMES KUBINSKI
ROGERIO PUPO GOVEIA
YOHANNA CHUEIRI
SERVIÇO SOCIAL DE GRUPOS
PONTA GROSSA
2022
GISELE PILARSKI
RITA DE CASSIA GOMES KUBINSKI
ROGERIO PUPO GOVEIA
YOHANNA CHUEIRI
SERVIÇO SOCIAL DE GRUPOS
Trabalho apresentado para obtenção de nota parcial referente a disciplina de Fundamentos Históricos Teóricos-Metodológicos do Serviço Social, do curso de Serviço Social da Universidade Estadual de Ponta Grossa - Setor de Ciências Sociais Aplicadas.
Professora: Cristiane G. de Souza.
PONTA GROSSA
2022
INTRODUÇÃO
O objetivo deste trabalho é apresentar um histórico do Serviço Social de Grupo e suas especificidades, para uma melhor compreensão de todo o processo e formação desta filosofia de trabalho enquanto ciência e suas aplicações práticas.
Destacamos que o Serviço Social de Grupo surgiu com teóricos norte-americanos, após a Segunda Guerra Mundial, sob a influência da psicanálise de Freud, onde todos estavam interpostos pelas adversidades sociais resultantes da Guerra. O serviço social de grupo não surge de improvisos mas se ampliou nas inúmeras vivências e assim se modificou no processo histórico. Se desenvolveu por meio das sociedades comerciais sociais (públicas ou privadas), em centros sociais, com a instrução de assistentes sociais de grupo com o propósito de assegurar o convívio do indivíduo no grupo, e também estimulá-lo na qualidade de força social. No método de construção histórico do Serviço social de Grupo, surgiram vários espaços de práticas abrangendo grupos característicos como: Grupos de família , de crianças, adolescentes e juventude, escolares, grupos de vizinhas, de idosos, médicos e psiquiátricos, entre outros.
CONCEITOS E DEFINIÇÕES
O Serviço Social de Grupo, como um método do Serviço Social, é um conceito recente. Ao longo da história sofreu algumas alterações e ainda não existe alguma que seja completamente aceita.
Diante do avanço da questão social, principalmente se tratando de exploração e de dominação, aumentaram as demandas para o Serviço Social. Como forma de responder a essas demandas, o Serviço Social brasileiro adota o trabalho com grupos já existente em países da Europa e da América do Norte, influenciando o Serviço Social da América Latina. Foi tido inicialmente como um movimento, um modo de ação cujo objetivo era desenvolver uma maneira de conseguir uma sociedade melhor e um modo de vida verdadeiramente democrático, como uma parte de diversos campos da atividade dos serviços sociais entre elas: educação informal, serviços à juventude, recreação, camping, o movimento trabalhista, Centros Sociais e centros comunitários.
Devido ao fato do Serviço Social ter surgido das Sociedades de Caridade, onde as relações eram altamente formalizadas entre o que presta ajuda e o que a recebe, e o Serviço de Grupo, pelo contrário, considerar relações informais uma das suas principais abordagens, a aceitação do método demorou a ser conquistada.
Os alicerces do Serviço Social de Grupo foram às organizações e associações voluntárias que tinham como foco a auto-ajuda de natureza de grupo e recreação informal, ou seja, surgiu da necessidade da ajuda e apoio mútuos. Inclusive, um dos fatores mais relevantes desse período de transição foi a industrialização que impulsionou o êxodo rural e os problemas sociais como a falta de infra-estrutura e planejamento.
Após a década de 20 o Serviço de Grupo se desenvolveu. Em 1936 foi fundada a Associação Americana para o Estudo do Serviço de Grupo para aperfeiçoar o método, mas ainda assim existia um distanciamento entre o Serviço Social e os profissionais do Serviço de Grupo. A relação entre ambos só se tornou mais compatível a partir da Segunda Guerra Mundial, pois nessa época as idéias difundidas pelo Serviço de Grupo destacavam a importância qualitativa da vida de grupo e a participação dos cidadãos na vida comunitária. Porém, foi somente a partir da conferencia nacional de Serviço Social realizada em Buffalo, Nova York, em 1946 é que o Serviço de Grupo passou a ser reconhecido como parte da família do Serviço Social tornando-se uma organização de filiação profissional.
O Serviço de Grupo modificou-se devido à sua estreita associação com a profissão do Serviço Social e também com o método mais antigo, o Serviço Social de Caso, este foi apenas o começo do novo conceito do Serviço de Grupo como um método do Serviço Social.
Após a Segunda Guerra, a prática teve que se desenvolver pela exigência de uma formulação de conceitos e teorias. Após várias obras elaboradas para tentar esclarecer o ordenado processo do Serviço de Grupo, em 1949 um comitê da Associação Americana para o Estudo do Serviço de Grupo publicou um relatório intitulado “Definição da Função do Assistente Social de Grupo”, o relatório mostrava a inter-relação dos objetivos, função, método e do necessário conhecimento fundamental, que representou a definição oficial do Serviço de Grupo durante anos.
A base da profissão do Serviço Social é a prática que exige o emprego de um método que esteja em harmonia com as finalidades. Vimos que o conceito histórico do Serviço Social de Grupo começou como um campo de atividade, e sua atual definição conclui-se como um método do Serviço Social que ajuda as pessoas a aumentarem o seu funcionamento social através de objetivas experiências de grupo e a enfrentarem, de modo mais eficaz, os seus problemas pessoais, de grupo e de comunidade.
É um fato que a matriz do serviço social de grupo é o grupo, porém, muitas vezes confundimos os termos serviço social de grupo e terapia de grupo. O serviço social de grupo é um método do serviço social que ajuda os indivíduos a melhorarem o seu funcionamento social através de experiências de grupo e assim de modo mais eficaz resolver seus problemas individuais de grupo ou comunidade. Já a terapia de grupo é uma prática que tende diminuir os sofrimentos e melhorar o funcionamento pessoal e social através do “específico” sendo a interação de grupo controlada e realizada por um profissional.
Por serem parecidas as formas de trabalho a autora deixa claro que a prática do assistente social não pode e não é igual a do psiquiatra, ambas se diferem. Faz-se necessário destacar que muitas vezes esta inversão de papéis se deve à questão do status, pois o termo “terapia”, em virtude do prestígio que goza a psiquiatria no continente norte americano, parecia indicar algo mais valioso e o serviço social combateu esse valor do “prestígio” desde o início.
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