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O significado do golpe de abril de 1964

Por:   •  8/2/2017  •  Resenha  •  630 Palavras (3 Páginas)  •  1.409 Visualizações

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Com base nos textos de Netto (1996) e Abranches (1985) destaque pelo menos três características que explicam o significado do golpe de abril de 1964 e seus resultados sócio-econômicos.

Podemos exemplificar o significado do golpe de abril de 64 primeiramente pelo caráter internacional. O Golpe militar não era apenas uma situação isolada vivida no Brasil, essa realidade ultrapassava os limites nacionais. A instauração de uma ditadura no Brasil era parte de um cenário internacional de introdução de ditaduras militares em outros países de “terceiro mundo”. Havia fatores externos tais como a alteração na divisão internacional capitalista do trabalho, os centros imperialistas, com o domínio norte-americano, patrocinaram nos anos sessenta, uma contra revolução preventiva onde se desenvolvia amplos movimentos de libertação nacional e social. O governo de Jango (1961-1964) ficou marcado pela brecha dada às organizações sociais, onde os estudantes, organização populares e trabalhadores adquiriram um espaço e desta forma começou a preocupação das classes conservadoras que não tinham interesse que o Brasil se transformasse num país socialista, já que o mundo vivia em meio ao auge da Guerra Fria. A contra-revolução preventiva, que foi uma revolução para prevenir o mundo da revolução comunista, teve um propósito tríplice, que foi a edequação  das normas de desenvolvimento no país a renovada situação do inter-relacionamento econômico capitalista; vulnerar e paralizar os protagonistas sócio-políticos e, por fim, impulsionar as tendências que podiam agir contra a revolução e o socialismo.

Mesmo com toda movimentação e fundamentação internacional da contra revolução a significância do golpe de abril de 1964 deve ser investigada também nas particularidades da história brasileira e na sua formação sócio-histórica, no somatório de diversos acontecimentos políticos e sociais ocorridos ao longo da história republicana brasileira.

José Paulo Netto afirma em seu texto que o período ditatorial modelou um Brasil novo e desenvolveu uma sociedade com características diferentes das particularidades do país antes da Ditadura Militar. Desde o período colonial onde todas as atividades econômicas internas eram voltado para o mercado exterior, a falta de uma interrupção  com o estatuto colonial, a constituição baseada no imperialismo, a divisão das classes sociais a burguesia era detentora do monopólio oligárquico das terras, não havia podere político-econômico que controlasse os latifundiários, o poder estava nas mãos da burguesia e não haviam como realizar ações “nacionais”, devido a sua dependência aos centros externos e por último e não menos importante a inicialização industrial tardia.

Essa junção de fatos nos leva a uma configuraração na singularidade histórica ao Brasil, evidenciada em 3 ordens de fenômenos. Em primeiro lugar, observamos que o desenvolvimento do capitalismo no Brasil não se desprendeu das formas econômico-sociais que foram desenvolvidas historicamente, mas sim recalculada, reformulada e refuncionalizando-as houve integração em sua dinâmica, onde o desenvolvimento não lutava contra o atraso, mas sim na integralização como um todo. Em segundo lugar o processo de afastamento das forças populares nas tomadas de decisões políticas. As classes desfavorecidas eram sempre excluídas dos processos de decisões políticas. Não havia socialização da política na vida brasileira.Em terceiro lugar, o funcionamento individual do Estado na sociedade brasileira, desempenhando com êxito o papel de condutor de perda de referencial, faça-se pela integração corrompida ou pela contenção das agências da sociedade que manifesta os interesses das classes menos favorecidas. O que é apropriado, na situação do Brasil não um Estado que se desloca de uma sociedade civil pegajosa sujeitando-a a uma submissão constante. A evolução vagarosa do sistema capitalista no Brasil torna-o subordinado e excluído dos processos da sociedade que são definidos pela alta classe, e assim penalizando a singularidade do desenvolvimento social brasileiro. O resultado do que ocorreu em abril foi a saída política que foi imposta, sendo assim, o latifúndio, a privação e exclusão das forças populares mediante a decisões e o Estado eliminatório.

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