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RELAÇÃO ENTRE CIÊNCIA E ÉTICA

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Por:   •  4/11/2014  •  Projeto de pesquisa  •  2.574 Palavras (11 Páginas)  •  493 Visualizações

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CENTRO UNIVERSITÁRIO PADRE ANCHIETA

ANGELICE CARVALHO

GABRIELA COSTA

KARINA RODRIGUES

MIRIÃ SANTANA

WILLIAM GUIDO

ÉTICA E CIÊNCIA

Jundiaí – SP

2014

INTRODUÇÃO

A discussão entre a ética e ciência tornou-se necessária a partir do momento em que se percebeu na vida cotidiana a deterioração do ambiente físico e social ao lado do mundo da tecnologia.

Contudo, antes de dar prosseguimento a este assunto se faz necessário definir o que é “Ética” e o que é “Ciência”.

De modo geral pode-se dizer que as ciências pretendem ser um conhecimento do que é, elas se ocupam com a pesquisa e a apresentação da realidade. Em contrapartida, o campo da ética ou da moral pode ser definido de duas maneiras: a primeira, como o domínio dos costumes, dos hábitos, (o vocábulo grego éthos e o latino morus referem-se ambos aos costumes humanos). A segunda definição traz a ética como trabalho de reflexão ou de busca de fundamentação para estes mesmos hábitos ou costumes. Nesse último sentido, a ética pode ser entendida como uma disciplina filosófica ou filosofia moral, que pergunta sobre as origens e o fundamento dos costumes e, sobretudo, das regras que os regem.

Ao refletir sobre costumes e regras, a primeira coisa que saltou aos olhos dos antigos filósofos foi a sua variabilidade e diversidade. Assim, a ética se torna o campo de uma indagação fundamental: a pergunta pelo melhor modo de existir, pela “vida boa” e pela ação correta, ou em outras palavras, pelo que deve ser. O problemático, porém, é que esta indagação gerou uma diversidade de propostas filosóficas sobre o que seja a boa regra ou a boa vida: daí que não pode-se falar de uma ética filosófica no singular, mas de éticas: ética aristotélica, a ética kantiana, a ética utilitarista, etc. A pluralidade habita assim o cerne da ética, tanto na primeira, quanto na segunda acepção da palavra.

1. RELAÇÃO ENTRE CIÊNCIA E ÉTICA

1.1 A regulação da ciência pela ética

Uma das formas de se relacionar ética e ciência é a da regulação ou limitação da prática científica pela ética, ou seja, diz respeito à intervenção de valores éticos na condução da pesquisa científica, questão que hoje se coloca com urgência dado o crescimento de poderes do homem sobre a natureza e sobre si mesmo. A ética só pode dirigir o exercício da ciência (se será ou não utilizadas células tronco, por exemplo), e não a própria teoria (o conhecimento do processo de diferenciação das células).

Sem uma instância que controle o ser humano, o aumento de seus poderes sobre a natureza e sobre si mesmo acaba por construir um cenário de terror. A ciência e a técnica, ao invés de serem instrumentos manipulados pelos homens, terminam por dominá-los e os submetem à sua lógica própria, na qual são eles, os seres humanos, que não passam de meros instrumentos.

Há, portanto, um sentimento geral de que uma ética deve ser convocada para comandar a prática científica, e a pergunta que se coloca é: “qual ética?”, pois há um conflito entre concepções opostas.

É preciso lembrar, porém, que é um equívoco achar que a prática científica é aética. Há, de fato, normas e valores regendo-a – normalmente implícitos ou aceitos sem maiores discussões. Uma ética ganhou: os valores imediatistas e pragmáticos da sociedade de mercado acabaram por se impor sobre a prática científica, assim como a vida dos indivíduos se deixou guiar por uma moral hedonista, na qual o que conta é o prazer imediato e a felicidade é identificada com o consumo. Esta solução, no entanto, se tem mostrado mais insatisfatória moralmente e profundamente perigosa se pensarmos no futuro do planeta e da espécie humana. O desenvolvimento da ciência e da técnica com o consequente aumento do conforto da vida humana foram, em seus primórdios, festejados como meio para felicidade. Hoje, porém, esta equação já não é assim tão clara e podemos até dizer que a opinião de Rousseau, um dos poucos que viu no progresso das técnicas um perigo moral, ganha mais sentido do que tinha em seu tempo.

Apostando que o conflito possa, transformado em debate, gerar soluções parciais e provisórias, é traçado a seguir uma espécie de “programa mínimo” em três pontos, que apela para diferentes raízes da tradição filosófica, a serem repensadas diante dos novos desafios da ciência e da técnica:

1- Perguntar, novamente, como o fez Aristóteles, o que é a felicidade, avaliando a sua tradução, na contemporaneidade, como bem estar e conforto e insistindo, para além do individualismo dominante, na dimensão coletiva de uma vida feliz.

2- Retornar a questão kantiana do dever, que se assenta no respeito que se deve absolutamente ao ser humano, mas expandindo-a no sentido da ética da responsabilidade, proposta por Hans Jonas, que nos obriga a pensar a longo prazo e a levar em consideração também a sobrevivência da natureza.

3- Preservar da vertente iluminista sua esperança no papel libertador da verdade, bem como seu respeito pelo conhecimento científico, mas agora despido de ilusões, de forma a não atribuir à ciência mais – mas também não menos – do que lhe é devido.

2. A ÉTICA EM DIFERENTES VERTENTES CIENTÍFICAS

Selecionamos alguns dos mais variados assuntos em que se discutem a ética e ciência.

2.1. Ética e meio-ambiente

Habitando sobre a Terra há poucos milhares de anos, um instante apenas da história do planeta, o homem é, todavia, o animal que mais profundamente vem transformando o ambiente que o rodeia.

Começou a praticar a agricultura, selecionando espécies e combatendo outras. Desenvolveu métodos para modificar as plantas segundo as suas conveniências. Domesticou animais e transformou-os, por necessidade ou prazer. Introduziu novos animais e plantas em sítios em que não existiam, provocando profundas transformações nos ecossistemas. Provocou o desaparecimento

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