REVISÃO DA LITERATURA

3. REVISÃO DA LITERATURA

O Brasil é um dos maiores produtores e consumidores de carvão vegetal, devido ao

desenvolvimento da indústria siderúrgica (DELEPINASSE, 2002). O início da siderurgia

brasileira a carvão vegetal ocorreu em meados do século XX, desenvolvida na região

Sudeste (PAULA, 2004). O Estado de Minas Gerais é o maior produtor e consumidor de

carvão vegetal, consumindo, em média, cerca de 18 milhões de metros cúbicos deste

insumo (ABRACAVE, 2002).

O carvão vegetal sempre foi visto como uma matéria-prima de segunda categoria,

de baixo custo, obtido por atividades secundárias de desmatamento de florestas naturais.

Com a escassez destas florestas e a baixa disponibilidade das fontes energéticas

convencionais (petróleo e carvão mineral), o carvão vegetal passou a ter um papel principal

como fonte de energia (OLIVEIRA et al., 1982).

Na região norte, ocorre muito desperdício de madeira devido ao sistema de plantio

de culturas temporárias tradicionais usadas na região. Neste sistema, a mata ou capoeira é

derrubada e posteriormente queimada. A queima é o meio mais fácil de limpar o terreno,

além de incorporar cinzas no solo como nutrientes, mas o que ocorre normalmente é que

muita madeira não queima por ainda estar verde, então é preciso fazer a coivara, para

queimar novamente. Esta madeira pode ser aproveitada para produção de carvão vegetal,

proporcionando um ganho adicional ao produtor. Muitos agricultores produzem carvão,

mas baseado na experiência vivida, em caieiras e com rendimento muito baixo.

MEIRA (2002), define carvão vegetal como um resíduo sólido que se obtém da

carbonização da madeira, em que a mesma é queimada ou aquecida numa atmosfera restrita

de ar, em que vão sendo expulsos a água, os compostos voláteis, uma fração de compostos

orgânicos condensáveis à temperatura ambiente, e outros, sem que ocorra a combustão

total, devido a pouca quantidade de oxigênio.

A produção de carvão vegetal é o mais antigo processo de transformação química

para a utilização da madeira (GOMES e OLIVEIRA, 1982). O processamento químico da

madeira se dá principalmente de duas maneiras: a pirólise e a hidrólise. Na pirólise, que

sempre precede a combustão, a madeira é decomposta em subprodutos e libera calor. Com

o ativamento do processo, gases inflamáveis são