Resenha Do Filme "O DISCURSO DO REI"
Ensaios: Resenha Do Filme "O DISCURSO DO REI". Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: soares2020 • 1/11/2013 • 997 Palavras (4 Páginas) • 996 Visualizações
RESENHA DO FILME “O DISCURSO DO REI”
MARCOS SOARES: Professor de ORATÓRIA e escritor, autor da obra FALAR BEM É FUNDAMENTAL (3ª. Edição – SCORTECCI – SP)
O Filme “O Discurso do Rei” apresenta duas faces bem específicas de uma mesma pessoa: por um lado, conta a história do príncipe que não gostaria de ser rei, mas pelas contingências da vida é levado a ter que assumir essa nova realidade e não se sente preparado para tal desafio, ser o rei George VI; a outra face dessa história mostra um homem frágil, inseguro, sem coragem de enfrentar o público pelo fato de sofrer do mal da gagueira.
O filme expressa, em seu início, um homem preparando para fazer um pronunciamento de praxe em determinada cerimônia. Sua fisionomia evidencia para a platéia algo de profunda preocupação e incômodo: o protagonista dessa história real tem um mal que incomoda antes a si mesmo e mais do que à própria platéia interrogativa - ele tem gagueira em alto grau e precisa enfrentar esse inimigo invisível que poderá ser impiedoso contra sua fala a ponto de paralisar idéias e palavras com bloqueios absurdamente involuntários e inesperados.
Mas, esse homem tem um desafio absolutamente maior e para o qual sequer pensara em como deveria encará-lo: assumir o trono da Inglaterra em lugar de seu pai, George V que falecera.
A princípio o irmão mais velho de Bertie, o devasso David torna-se rei Eduardo VIII. No entanto, Eduardo VII não se submete às exigências típicas da função. O ápice de sua insubordinação aos ditames do cargo foi quando demonstrou o interesse de se casar com uma atriz americana divorciada – algo que a igreja anglicana não tolerava. O novo rei opta pela relação e abre não do trono.
A questão central do filme dá-se nesse ponto: Bertie deveria assumir o trono, mas será que ele também renunciaria o cargo, não devido a uma amante, mas pelo fato de sentir-se incapaz de falar em público em função da constrangedora gagueira que o acompanhava por vinte e quatro horas, em todas as situações?
Antes de ser o rei, um ser humano com seus desafios. O maior deles, a gagueira. Bertie já havia enfrentado situações de constrangimento ainda quando príncipe.
Uma das cenas iniciais demonstra bem esse terrível sofrimento do protagonista: “Bertie” (interpretado por Colin Firth), apelido dado pela família ao segundo filho do Rei George V, da Grã-Bretanha, precisa fazer uma saudação protocolar em determinado evento, mas o pavor adrenalizante da gagueira o fragiliza. Sente-se um derrotado ao tentar dizer umas poucas palavras que saem cheias de cortes e são ainda mais constrangedoras porque as reações corporais evidenciam a dor de quem não consegue dizer simples palavras que talvez para outros fosse a coisa mais simples do mundo.
Essa experiência dolorosa poderia ser o fim de qualquer possibilidade de Bertie falar outra vez em público. Mas, o filme descortina algo que emociona que mergulha nessa obra espetacular: Há o apoio de um time solidário, cheio compaixão e afeto, a despeito de ser uma figura da alta corte palaciana.
Bertie quer desistir, mas a esposa resolve lutar juntamente com ele em busca de uma solução. Ela acredita mais do que ele. Descobre Lionel Logue, um fonoaudiólogo australiano de métodos não-convencionais.
Não foi fácil Lionel ganhar a confiança de Bertie, tanto enquanto príncipe, quanto como rei. O fonoaudiólogo foi audacioso ao tentar manter uma relação de igualdade com Bertie – tarefa pouco comum posto que a confiança de um rei não é algo que se consegue obter com facilidade. Foi essa relação de confiança e igualdade o ponto crucial para a transformação de Bertie.
A evolução oral do príncipe e, mais tarde, rei da Grã-Bretanha, é demonstrada a cada nova necessidade do protagonista ter que falar em público, ou dirigir-se ao rádio ouvintes – essa
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