Responsabilidade Social, Sustentabilidade e o Capital Humano

Como pudermos estudar na unidade I, a economia está em conflito com o ecossistema existente. De um lado temos o desenvolvimento econômico infinito, sempre buscando alternativas para aumentar produção num ambiente capitalista como o que vivemos e, do outro lado, temos os recursos naturais finitos, que são essenciais para o desenvolvimento econômico.

O grande discurso é que a crescimento constante como está irá ter um fim próximo, pois, sem esses recursos naturais, o desenvolvimento econômico não será mais possível, fazendo com que as gerações futuras não tenham a possibilidade de garantir sua própria existência.

O padrão de consumo atual combinado com fatores de comportamento humano infere cada vez mais a insustentabilidade do modelo de desenvolvimento hoje adotado em todo o mundo. Um possível resultado desse processo é uma crise mundial generalizada pela falta de recursos naturais, para manter o desenvolvimento e a própria existência da humanidade da forma que se conhece hoje.

O que podemos perceber é que a utilização de recursos naturais de forma não sustentável afetam diretamente o modo de vida das pessoas de uma forma ou de outra. Estão comuns as alterações climáticas em todo o mundo, em que há um aumento das chuvas e aumento do nível do mar em regiões costeiras, alterando os cursos de água, agriculturas locais, mudanças nos ecossistemas florestais, tsunamis, tornados etc.

O fundamental nisso tudo é que as empresas junto à sociedade podem reverter esse quadro, investindo em ações de responsabilidade socioambiental. É comum cada vez mais empresas investirem em projetos neste sentido, buscando um diferencial competitivo, atrelado à sustentabilidade de sua própria empresa. Alternativas, por exemplo, como investimentos em projetos certificados pela ISO 14001, que garante um modelo de sustentabilidade empresarial compatível com o ecossistema existente.

Na figura ao lado, observamos materiais simples de nosso uso cotidiano e que, muitas vezes, não possuem uma destinação final adequada, seja a reciclagem ou até mesmo uma forma de se retirar, definitivamente, esses itens da natureza. O resultado é um impacto ambiental que atinge direta ou indiretamente toda a sociedade, provocando enchentes nas cidades etc. Dizem que “uma imagem fala mais que mil palavras”, então, vamos visualizar abaixo os problemas causados em nosso meio ambiente pela ação do homem e sua busca desenfreada pelo sucesso econômico.

Responsabilidade Social, Sustentabilidade e o Capital Humano

O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social elaborou os Indicadores Ethos de Responsabilidade Social Empresarial. Esses indicadores foram desenvolvidos com o propósito de oferecer às empresas uma ferramenta de gestão para o diagnóstico e planejamento das práticas de responsabilidade social empresarial, disponíveis desde 1999 e atualizados ao longo dos anos.

Trata-se de uma ferramenta de uso essencialmente interno, que permite a autoavaliação da gestão no que diz respeito à incorporação de práticas de responsabilidade social, além do planejamento de estratégias e do

monitoramento do desempenho geral da empresa, abrangendo os seguintes temas: Valores, Transparência e Governança, Público Interno, Meio Ambiente, Fornecedores, Consumidores e Clientes,Comunidade e Governo e Sociedade.

As empresas podem escolher qual o tipo de questionário que pretendem responder: se Ethos, sugerido para grandes e médias empresas, ou o Ethos-Sebrae, adaptado para micro e pequenas empresas. O conteúdo em ambos os tipos é o mesmo, mas a abordagem é diferenciada, dada a complexidade de gestão ter suas peculiaridades entre os portes.

Aplicando os Indicadores Ethos, a sua empresa terá acesso a um autodiagnóstico o qual conterá, além do desempenho nos temas mencionados, comparativos com o grupo de benchmark e outras ferramentas e/ou iniciativas legítimas em responsabilidade social empresarial, a saber: Norma ABNT NBR ISO 26000, Diretrizes da Global Reporting Initiative (G3), Metas do Milênio, Pacto Global e a Norma SA8000.”

Conforme já mencionei, os indicadores Ethos de Responsabilidade Social e também as diretrizes elaboradas por esse instituto são pautadas nas normas internacionais ISO26000, SA8000, GRI – Global Reporting Initiative, ODM – Objetivos do Milênio.

Assim, meu objetivo é destacar, neste momento, aspectos das normas ISO26000 e SA8000 que direcionam as práticas de Responsabilidade Social Empresarial no mercado internacional.

ISO26000

A International Organization for Standardization (ISO) – organização não-governamental fundada em 1947, em Genebra, na Suíça, da qual participam hoje cerca de 160 países.

A ISO concilia os interesses de produtores, consumidores, governo e comunidade científica, elaborando, publicando e difundindo normas internacionais relativas a todos os domínios de atividades.

De acordo com o portal EcoDesenvolvimento.org A ISO 26000 surge como a primeira norma internacional de Responsabilidade Social Empresarial. Ela começou a ser desenvolvida em 2005 e sua versão final foi publicada ao final de 2010. O documento tem como objetivo traçar diretrizes para ajudar empresas de diferentes portes, origens e localidades na implantação e desenvolvimento de políticas baseadas na sustentabilidade.

A norma foi construída com a participação de diversos setores da sociedade em todo mundo e liderada por um brasileiro, o engenheiro Jorge Cajazeira, gerente corporativo de competitividade da Suzano Papel e Celulose, responsável pelo Grupo de Trabalho e Responsabilidade Social da ISO (International Organization for Standardization).

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A ISO 26000 contém diretrizes de Responsabilidade Social, capazes de orientar organizações em diferentes culturas, sociedades e contextos. A norma aborda temas que vão desde os direitos humanos, as práticas de trabalho, o meio ambiente e governança, até questões de como se implementar RS nas organizações.

No entanto, é uma norma de diretrizes que não tem o propósito de certificação, a exemplo de outras normas ISO como a série 9000 relacionada à qualidade e