A Capacidade De Fitorremediação Do Feijão Guandu Em Solos Contaminados Com tebuthiuron

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A Capacidade De Fitorremediação Do Feijão Guandu Em Solos Contaminados Com tebuthiuron

Uberlândia - MG

Fevereiro – 2017

RESUMO:

A produção de cana-de-açúcar tem aumentado no período de 2016/17 uma vez que a cana também é utilizada para a produção de etanol e outros derivados. À medida em que cresce o cultivo de cana, a utilização de herbicidas para combate das plantas daninhas também aumenta. O tebuthiuron é um herbicida que é capaz de fazer o controle dessas plantas mas tem uma alta taxa de contaminação do solo. Sob estas condições visa-se a técnica de fitorremediação para a descontaminação do solo. O Feijão Guandu, entre outras características, possui tolerância ao tebuthiuron. Neste trabalho será analisado a eficiência da planta para a fitorremediação do solo.

Palavras-chaves: fitorremediação; cana-de-açúcar; herbicida.

1. Introdução

No estado de Minas Gerais, as regiões que são mais favoráveis para a produção de cana-de-açúcar são as regiões do Triângulo Mineiro e do Alto Paranaíba sob vários aspectos para a produção de biocombustível.

Na 21º Conferência Mundial sobre o Clima, realizada em dezembro de 2015, o Brasil assumiu no Acordo de Paris um compromisso de aumentar significativamente a fabricação de biocombustível até 2030. Com essa alta produção, a fabricação de etanol totalizará em 3 bilhões de litros, sendo que o consumo de etanol em Minas Gerais tem triplicado.

Em Minas Gerais a safra de cana-de-açúcar 2016/17 irá produzir 65,5 milhões de toneladas com a visão de que neste ano a safra seja mais açucareira levando em conta que os preços internacionais do mesmo está em alta e a produção está ainda mais competitiva para a exportação. Esses dados foram divulgados pela Associação das Industrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig) (AMPLIAÇÃO...;VALVERDE, 2016) .

Muitas vezes, a utilização de herbicidas para controle de pragas nas plantações resulta no acúmulo destes no solo onde são passíveis de serem absorvidos pelas raízes das plantas e/ou sorvidos aos coloides do solo (KRAEMER et al., 2009).

O Tebuthiuron é um herbicida derivado da ureia que foi descoberto em 1970 e começou a ser utilizado no Brasil em 1974 para o controle de plantas daninhas mono e dicotiledôneas nas plantações de cana-de-açúcar.

O tebuthiuron é um herbicida que pode causar impacto ambiental, por apresentar longo efeito residual no solo (APPROBATO FILHO et al., 1988; MEYER e BOVERY, 1988).

O herbicida tebuthiuron é bastante utilizado no controle químico de plantas daninhas, apesar de ter um grande poder residual, ainda deixa vestígios químicos no solo conforme o uso sucessivo. Desta forma, estudos para a desintoxicação desses solos vem sendo desenvolvidos, um desses é a fitorremediação.

A fitorremediação baseia-se na tolerância que algumas espécies exibem a determinados produtos. No caso de compostos orgânicos, a tolerância pode ser resultante de processos, como a absorção e a translocação diferencial pela planta; a degradação parcial ou completa; e a transformação em compostos menos tóxicos, combinados e/ou ligados nos tecidos das plantas (ACCIOLY & SIQUEIRA, 2000; SCRAMIN et al., 2001).

É desejável que as plantas que apresentem potencial para fitorremediação possuam algumas características que devam ser usadas como indicativos para seleção. Com base nas análises apresentadas por diversos autores (Ferro et al., 1994; Perkovich et al., 1996; Cunningham et al., 1996; Newman et al., 1998; Accioly & Siqueira, 2000; Vose et al., 2000), essas características devem ser: capacidade de absorção, concentração e/ou metabolização e tolerância ao contaminante; retenção do contaminante nas raízes, no caso da fitoestabilização, como oposto à transferência para a parte aérea, evitando sua manipulação e disposição; sistema radicular profundo e denso; alta taxa de crescimento e produção de biomassa; capacidade transpiratória elevada, especialmente em árvores e plantas perenes; fácil colheita, quando necessária a remoção da planta da área contaminada; elevada taxa de exsudação radicular; resistência a pragas e doenças; fácil aquisição ou multiplicação de propágulos; fácil controle ou erradicação; capacidade de desenvolver-se bem em ambientes diversos; e ocorrência natural em áreas poluídas (importante na identificação, porém não é pré-requisito).

O Feijão Guandu possui porte alto e ciclo semi-perene, com sistema radicular bastante robusto que penetra em solos compactados e adensados promovendo sua descompactação, com raízes robustas profundas e vigorosas.

O Feijão Guandu produz boa quantidade de massa vegetal, também utilizado nas entrelinhas dos pomares e podendo ser utilizado como forrageira para os animais.

Leguminosa arbustiva, com vida de até três anos quando podada anualmente. O Feijão Guandu é uma planta rústica, resistente à seca e apresenta bom desempenho em solos pobres. O Feijão Guandu também é tolerante ao herbicida (FEIJÃO).

Nesta pesquisa será analisado se o Feijão Guandu é somente tolerante ao tebuthiuron ou se possui propriedades fitorremediadoras (se é capaz de diminuir a concentração do herbicida). 

2. Materiais e Métodos

O trabalho apenas irá ser executado após a aprovação do comitê de ética.

Serão recolhidos amostras de solo do tipo Latossolo Vermelho Distrófico[1] e as plantas serão cultivadas em uma casa de vegetação. Junto às sementes de Feijão Guandu serão utilizadas sementes de soja, uma vez que a soja possui baixa resistência ao herbicida. Um vaso de polietileno com capacidade para 5 dm³ irá receber o Latossolo. Aplicar-se-á o tebuthiuron com o auxílio de um pulverizador de precisão, pressurizado com gás carbônico (CO2) e bicos 110.03 aplicando-se o equivalente a 260 L ha-1 de calda (PIRES, F.R. et al). A semeadura do Feijão Guandu