A INFLUÊNCIA DE MICROPLÁSTICOS NO DESENVOLVIMENTO DA COMUNIDADE ICTIOPLANCTÔNICA NA ZONA DE ARREBENTAÇÃO DA PRAIA LITORÂNEA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE OCEANOGRAFIA E LIMNOLOGIA

A INFLUÊNCIA DE MICROPLÁSTICOS NO DESENVOLVIMENTO DA COMUNIDADE ICTIOPLANCTÔNICA NA ZONA DE ARREBENTAÇÃO DA PRAIA LITORÂNEA, MARANHÃO – BRASIL

João Felipe Ribeiro da Silva Sobrinho

São Luís – Ma

2018

Introdução

O ictioplâncton é considerada a parte do zooplâncton representada por larvas e ovos de peixes, com importância fundamental para os recursos pesqueiros, sendo que a maioria desses animais possuem ovos planctônicos (Nikolsky, 1963; Ahlstrom e Moser, 1981). O estudo dos ovos e dos estados larvais planctônicos dos peixes tem contribuído de sobremaneira para o avanço da investigação nos domínios da Ictiologia e da Biologia Pesqueira (RÉ, 1999). Porém, apesar da importância dos estudos sobre o ictioplâncton, poucos são os trabalhos realizados no ambiente de praia, em particular nas zonas de arrebentação.

Os microplásticos (plásticos <5 mm) resultam na sua maioria de partículas de maiores dimensões, que sofrem degradação foto-química e abrasão, são persistentes e encontram-se quer a flutuar à superfície, quer em suspensão na coluna de água, quer depositados nos fundos e também nas praias. A medida que os detritos dos plásticos se fragmentam o potencial de ingestão pelos organismos aumenta, pois eles se tornam do mesmo tamanho que os grãos de areia e organismos planctônicos, tornando-se disponível para vários invertebrados da base da cadeia alimentar.(SOBRAL; FRIAS; MARTINS, 2011)

A fase planctônica dos peixes se caracteriza por ser um período de transição, onde as larvas começam adquirir características próprias de um animal adulto. A presença de microplásticos nessa comunidade pode acarretar a diminuição da capacidade de distinção das presas reais dos organismos e a inibição de algumas atividade enzimática. Visto isso, o objetivo central deste projeto é medir os efeitos de microplásticos no desenvolvimento da comunidade ictioplanctônica.

Hipótese:

 Os microplásticos afetam no desenvolvimento das espécies ictioplanctônicas.

Objetivo Geral: 

Avaliar os efeitos de microplásticos no desenvolvimento da comunidade ictioplânctonica.

Objetivos Específicos:

Caracterizar o ictioplâncton da zona de arrebentação da Praia Litorânea.

Metodologia:

• Área de estudo

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A área de estudo compreende a região da Praia Litorânea em São Luís, que faz parte da faixa litorânea da costa maranhense. Esta província situa-se entre as coordenadas geográficas 229’00/229’51 S e 441’45/441’43.

• Coleta de dados

A coleta será realizada na zona de arrebentação na Praia Litorânea, em marés sizígias e quadratura e nos períodos diurno e noturno. Os arrastos de ictioplâncton serão realizados numa faixa de 50m paralelos a costa na direção da corrente durante as baixa mar, utilizando uma rede cônica-cilíndrica com malha 300µm equipada com um fluxômetro. O material coletado pelos arrastos será fixado no próprio local com formol a 4%. No Laboratório Integrado de Zoo e Ictioplâncton da Universidade Federal do Maranhão – UFMA, as amostras serão triadas, conservadas em formol 4% e identificadas ao menor nível taxonômico possível, baseando-se em Fahay (1983); Olivar & Fortuño (1991); Moser (1996); Leis & Carson-Ewart (2000) e Richards (2005). Os microplásticos serão coletados juntamente com o ictioplâncton e, quando possível, do conteúdo estomacal dos juvenis de peixes.

 

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• Análise de dados

Após a identificação das larvas de peixes será realizada a análise numérica: Abundância relativa (%), calculada de acordo com a fórmula: Ar=(Na*100)/NA. A densidade será calculada com base no volume de água filtrada. O cálculo do volume de água filtrada pela rede será realizado através da seguinte fórmula: V = a.n.c. A densidade (larvas/100 m³) será obtida a partir da seguinte fórmula: N=V/100.

Os microplásticos serão analisados a lupa binocular e posteriormente medidos, recorrendo a um software específico.