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A Osteichthyes e Chondrichthyes

Por:   •  15/2/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.872 Palavras (8 Páginas)  •  562 Visualizações

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         Peixes: aptidão, adaptação e ecomorfologia

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Outubro 2016

Gustavo Henrique Soares Guedes 201117514-1

Alexandre F. Bamberg de Araujo (Prof. Int. ao estudo dos Cordados- IB164)

Introdução

Os peixes começaram a irradiar mais de 500 milhões de anos e tanto agora como no passado exibem uma diversidade incomparável na sua morfologia, nos habitats que ocupam, em sua fisiologia, e em seu comportamento (Nelson et al. 2016). Esta diversidade é, em parte, o que faz compreender a sua história evolutiva e estabelecer uma classificação tão desafiadora e fascinante. Embora devamos entender a palavra “peixes” como um agrupamento artificial que abriga distintas linhagens evolutivas. Existe um grupo de cientistas, apelidados de cladistas, que garantem que peixes não existem. Eles acreditam que a mera ideia de um grupo chamado "peixes" vai contra aquilo que sabemos sobre a evolução das espécies (Leonardi 2016).

 A partir de peixes-bruxa e lampreias e passando por tubarões e peixes pulmonados, o grupo inclui uma vasta gama de adaptações surpreendentes para quase todos os ambientes aquáticos na terra (Nelson et al. 2016). Por exemplo, peixes que habitam cavernas escuras e subterrâneas apresentam normalmente pele pálida e olhos ausentes devido a limitação de luz. Os peixes de cavernas  diferem de seus parentes superfície de várias maneiras notáveis. Eles não têm uma estrutura social, e em vez disso, levam vidas solitárias, um comportamento que faz sentido, dado a sua falta de predadores naturais e ausência de visão. Eles também quase nunca dormem. Eles são hiperativos, e, ao contrário de outros peixes, eles são atraídos para certas vibrações na água. Finalmente, eles tendem a fazer o mesmo comportamento repetidas vezes e parecem ter maior ansiedade do que seus parentes de superfície. O conhecimento da biologia dessas espécies podem fornecer pistas até mesmo para a base genética de alguns transtornos psiquiátricos humanos, como  a esquizofrenia e o  autismo (Penninsi 2016).                                        A fauna de peixes da América do Sul é a mais diversa na Terra, com  riqueza acima de 9100 espécies. Existem atualmente cerca de 5160 espécies de peixes de água doce na America do Sul, e a estimativa para diversidade final é de aproximadamente 8000 e 9000 espécies (Reis et al. 2016). América do Sul também tem cerca de 4000 espécies de peixes marinhos. A megadiversa fauna de peixe da América do Sul evoluiu ao longo de um período de > 100 milhões de anos, com a maioria das linhagens rastreamento origens até Gondwana e as adjacencias do Mar de Tethy (op. cit). Esta grande diversidade foi, em parte, mantido por escapar das extinções em massa e “turnovers”* bióticos associados ao arrefecimento do clima no Cenozóico, a formação de zonas boreais e temperadas em altas latitudes, além da aridificação em muitos lugares em latitudes equatoriais (op. cit).                

Embora aproximadamente 97% de toda água do planeta terra seja encontrada nos mares e oceanos, uma maior riqueza e diversidade dos peixes é encontrada nos sistemas aquáticos continentais na America do Sul, onde no geral as espécies de Chondrichthyes são raras. Nesse escopo se insere o presente relatório, onde foi investigada padrões ecomorfologicos de exemplares das classes Chondrichthyes e Osteichthyes, a fim de responder as seguintes questões: Qual dessas classes apresenta uma maior radiação ecomorfologica? Qual os fatores limitantes a dispersão dos Chondrichthyes nos sistemas águaticos continentais?  

*Turnovers é um termo da língua inglesa que significa "virada"; "renovação"; "reversão" sendo utilizado em diferentes contextos. 

Material e Métodos

Um total de oito espécies de peixes foram selecionados para as analises, sendo quatro representantes da classe Chondrichthyes e outros quatro da classe Osteichthyes. A seleção dos indivíduos ocorreu de forma a representar diferenciações ecomorfologicas funcionais, ligadas a aspectos ecológicos das espécies: como a alimentação e a posição na coluna d’água. Os espécimes analisados pertencem a coleção ictiológica do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

Seis medidas morfológicas foram pré-estabelecidas (Tabela 1 e Figura 1). As medidas foram tomadas por intermédio de um paquímetro com precisão de 1 milímetro. A análise de componentes principais (PCA) foi aplicada utilizando o pacote estatístico Past, versão 3.14.

Tabela 1. Medidas ecomorfologicas selecionadas e os respectivos códigos.

 

Medida

Código

1

Largura da Boca

LB

2

Distância do olho até a boca

DOB

3

Comprimento da Mandíbula

CM

4

Altura do Corpo

AC

5

Largura do Corpo

LC

6

Comprimento da nadadeira peitoral

CNP

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Figura 1. Esquema representativo das medidas tomadas de um exemplar de Osteichthyes (Código conforme tabela 1).

Resultados

Tabela 2. Medidas em centímetros de 8 representantes entre as classes Chondrichthyes e Osteichthyes ( Código conforme tabela 1).

Amostra

Classe

LB

DOB

CM

AC

LC

CNP

1

Chondrichthyes

2,5

1,6

1,8

3

2,8

3,1

2

Chondrichthyes

6

3

2,5

1,4

7,7

6

3

Chondrichthyes

1,2

6,2

0,7

1,2

3,8

5,6

4

Chondrichthyes

1,2

4,4

0,8

0,7

4

7,5

5

Osteichthyes

2,2

2,5

1

3,6

9,5

4

6

Osteichthyes

3

4,1

2,1

3,5

5,6

4

7

Osteichthyes

1,8

1,5

1,9

7,05

1,1

2,5

8

Osteichthyes

0,6

0,5

2,2

1,3

0,5

1

[pic 4] 

...

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